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quinta-feira, 22 de março de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, SEGUNDA 19 DE MARÇO


 
Matérias de Hoje
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  • União ameaça fechar faculdade que repassa verba federal a igrejas > Folha de São Paulo - São Paulo SP
  • Organizações educacionais querem limitar ensino religioso nas escolas > Terra Educação
  • Enade: relatório sobre Unip omite denúncia e MEC vai investigar > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Universidades privadas criticam mudanças nas regras do Enade > Folha.com
  • Dilma anuncia programa que visa melhorar ensino no campo > Terra Educação
  • Destaque de gestão, escola do TO tem índice zero de defasagem > Terra Educação
  • Apesar das falhas, ex-presidente do Inep diz que Enem foi exitoso > Terra Educação

Editoriais, artigos e opiniões
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  • Características dos docentes que trabalham com matemática financeira em cursos superiores de tecnologia no Espírito Santo > Revista Gestão Universitária
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Matérias
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> Folha de São Paulo, 18/03/2012 - São Paulo SP União ameaça fechar faculdade que repassa verba federal a igrejas
DE SÃO PAULO - O Ministério da Educação informou que as denúncias contra o grupo educacional Uniesp poderão levar ao fechamento das faculdades. Já a Polícia Federal deve apurar o caso civil e criminalmente. Conforme a Folha revelou, a Uniesp fecha convênios com entidades religiosas, que indicam novos estudantes. Em troca, o grupo repassa 10% do que receber do Fies (financiamento estudantil federal) por indicado. O mesmo vale para bolsista do governo de SP. A Folha constatou ainda, com atendentes das faculdades, que a mensalidade para aluno do Fies é mais alta. A Uniesp nega os valores diferentes. Sobre repasses, diz que busca encontrar aluno pobre para atendimento.

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> Terra Educação, 19/03/2012Organizações educacionais querem limitar ensino religioso nas escolas
Organizações educacionais e ligadas a direitos humanos querem limitar o ensino religioso nas escolas públicas do País. O grupo quer proibir políticas como a do governo de São Paulo, que prevê o ensino religioso do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. O Ministério Público Federal viu como inconstitucional o decreto presidencial que confirma o acordo entre Brasil e Igreja Católica e a discussão foi parar no Supremo Tribunal Federal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Para o MP, o texto que cita a presença do ensino "católico e de outras confissões" abre espaço para que haja catequese nas escolas, ao usar o temo "confissões". O órgão defende que o ensino deve se restringir a exposição de práticas e da história das religiões. Os gurpos envolvidos, Ação Educativa, Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação, Conectas Direitos Humanos, Ecos e Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, dizem que os Estados infringem aConstituição. No caso de São Paulo, um dos princípios feridos, é o de que o ensino religioso deve ser optativo. Se o conteúdo é espalhado, o aluno não tem a opção de não assisti-lo.

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> O Estado de São Paulo, 16/03/2012 - São Paulo SP Enade: relatório sobre Unip omite denúncia e MEC vai investigar
Pasta apura por que documento de supervisores não tem informações sobre seleção de alunos
Cedê Silva e Carlos Lordelo, do Estadão.edu
O Ministério da Educação diz que vai apurar por que o relatório de supervisão da Universidade Paulista (Unip) concluído em dezembro de 2010 não trouxe informações sobre a seleção de alunos que prestaram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2009, no câmpus de São José dos Campos. O Estadão.edu revelou nesta sexta-feira que estudantes de Direito da Unip enviaram à Ouvidoria do MEC, em 19 de maio de 2009, um e-mail dizendo que em São José havia "uma regra de não passar para o próximo semestre toda a sala, com intuito de não fazer o Enade, por causa das péssimas notas e falta de preparação desses alunos". Quando a mensagem chegou ao ministério, a Unip já estava sob supervisão desde 2007, por causa do resultado insatisfatório no Enade 2006.

Os alunos receberam uma resposta da Secretaria de Educação Superior do MEC seis dias depois. Por e-mail, a pasta afirmou que procedimentos como dependências
e avaliação "são de autonomia da instituição". O texto não menciona o Enade. Embora o relatório da supervisão não fale da suposta manipulação do número de estudantes aptos a prestar o Enade, a denúncia dos estudantes de São José confirmou as suspeitas do MEC de que o número de formandos informados no Censo da Educação Superior não batia com o dos inscritos no Enade.

A desconfiança levou a pasta a mudar a forma de coleta de dados do censo em 2010, ano-base 2009. As instituições passaram a ser obrigadas a fornecer o número do CPF de seus estudantes. Até ontem, a informação oficial era de que o levantamento mudou para integrar as informações a outros bancos de dados do ministério. A alteração, porém, não acabou com a desigualdade no número de formandos enviado ao censo e ao Enade. Em 2010, por exemplo, só 353 (41,2%) dos 855 concluintes de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Odontologia de unidades da Unip no Estado de
São Paulo participaram do Enade. A universidade atribui a diferença ao fato de que um contingente expressivo de estudantes concluiu o curso no meio do ano.

Suspeita. Em 2 de março, o Estadão.edu revelou que o MEC cobrou da Unip explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade. Tomou a medida com base em um relatório enviado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A resposta da Unip está sendo avaliada pelo MEC. Se ficar confirmado que houve tentativa de manipulação dos dados, a pasta poderá determinar alguma punição à Unip. Por enquanto, não foi aberta investigação ou sindicância contra a universidade. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou na quarta-feira mudanças no próximo Enade. Além dos alunos que se formarem em dezembro de 2012, como previa a norma atual, terão de fazer a prova, em novembro, estudantes que concluírem o curso seis meses depois, em agosto de 2013.

> O Estado de São Paulo, 16/03/2012 - São Paulo SP Enade: relatório sobre Unip omite denúncia e MEC vai investigar
Pasta apura por que documento de supervisores não tem informações sobre seleção de alunos
Cedê Silva e Carlos Lordelo, do Estadão.edu
O Ministério da Educação diz que vai apurar por que o relatório de supervisão da Universidade Paulista (Unip) concluído em dezembro de 2010 não trouxe informações sobre a seleção de alunos que prestaram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2009, no câmpus de São José dos Campos. O Estadão.edu revelou nesta sexta-feira que estudantes de Direito da Unip enviaram à Ouvidoria do MEC, em 19 de maio de 2009, um e-mail dizendo que em São José havia "uma regra de não passar para o próximo semestre toda a sala, com intuito de não fazer o Enade, por causa das péssimas notas e falta de preparação desses alunos". Quando a mensagem chegou ao ministério, a Unip já estava sob supervisão desde 2007, por causa do resultado insatisfatório no Enade 2006.

Os alunos receberam uma resposta da Secretaria de Educação Superior do MEC seis dias depois. Por e-mail, a pasta afirmou que procedimentos como dependências
e avaliação "são de autonomia da instituição". O texto não menciona o Enade. Embora o relatório da supervisão não fale da suposta manipulação do número de estudantes aptos a prestar o Enade, a denúncia dos estudantes de São José confirmou as suspeitas do MEC de que o número de formandos informados no Censo da Educação Superior não batia com o dos inscritos no Enade.

A desconfiança levou a pasta a mudar a forma de coleta de dados do censo em 2010, ano-base 2009. As instituições passaram a ser obrigadas a fornecer o número do CPF de seus estudantes. Até ontem, a informação oficial era de que o levantamento mudou para integrar as informações a outros bancos de dados do ministério. A alteração, porém, não acabou com a desigualdade no número de formandos enviado ao censo e ao Enade. Em 2010, por exemplo, só 353 (41,2%) dos 855 concluintes de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Odontologia de unidades da Unip no Estado de
São Paulo participaram do Enade. A universidade atribui a diferença ao fato de que um contingente expressivo de estudantes concluiu o curso no meio do ano.

Suspeita. Em 2 de março, o Estadão.edu revelou que o MEC cobrou da Unip explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade. Tomou a medida com base em um relatório enviado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A resposta da Unip está sendo avaliada pelo MEC. Se ficar confirmado que houve tentativa de manipulação dos dados, a pasta poderá determinar alguma punição à Unip. Por enquanto, não foi aberta investigação ou sindicância contra a universidade. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou na quarta-feira mudanças no próximo Enade. Além dos alunos que se formarem em dezembro de 2012, como previa a norma atual, terão de fazer a prova, em novembro, estudantes que concluírem o curso seis meses depois, em agosto de 2013.

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> Folha.com, 17/03/2012Universidades privadas criticam mudanças nas regras do Enade
DA AGÊNCIA BRASIL
Representantes de diversas entidades do ensino superior privado se reuniram esta semana em Brasília e redigiram uma carta criticando as mudanças no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) anunciadas pelo MEC (Ministério da Educação). A partir da edição deste ano, participarão da prova também os alunos que estiverem no penúltimo semestre --antes apenas os ingressantes e concluintes eram avaliados. A medida publicada em portaria na quinta-feira (15) tem como objetivo evitar fraudes no exame que é responsável por avaliar a qualidade dos cursos superiores do país. O MEC recebeu denúncias sobre uma possível manipulação da participação dos alunos no Enade por parte da Unip (Universidade Paulista). A faculdade supostamente reteria os "maus alunos" no penúltimo semestre para que eles não fizessem parte da amostra da prova. Assim, só os alunos mais preparados participariam da avaliação, elevando as notas dos cursos.

O Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular reclama que a lei que institui o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) prevê apenas a participação de alunos ingressantes e concluintes na prova e, portanto, qualquer mudança deveria ser feita na própria legislação e não por meio de portaria. "Essa é uma regra geral que as instituições de educação superior e toda a comunidade acadêmica incorporaram ao seu planejamento e gestão, confiando na segurança jurídica da medida", diz a carta que foi encaminhada sexta-feira (16) ao ministro Aloizio Mercadante. Os representantes das instituições particulares defendem que a
medida afetará principalmente os cursos técnicos que têm duração de dois anos. Neste caso, o aluno do penúltimo semestre teria cumprido uma parcela pequena da grade curricular e seria prejudicado na avaliação por não ter visto todo o conteúdo. " Esses alunos não terão cursado, no mínimo, 25% do conteúdo curricular. Além de punir os estudantes dessa faixa do penúltimo semestre letivo, pune, ainda, as instituições cujos cursos estejam incluídos no exame deste ano e que confiaram nas regras estabelecidas [anteriormente]", defendem os representantes das instituições. O fórum pede ao MEC que a portaria seja refeita e considere as regras anteriores do Enade, além de declarar que "não endossa as estratégias que algumas instituições vêm adotando para elevar seus indicadores". Procurado, o ministério informou que não irá comentar o assunto.

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> Terra Educação, 18/03/2012Dilma anuncia programa que visa melhorar ensino no campo
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar na próxima terça-feira, 20, o Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) para impulsionar a qualidade da educação rural. O programa prevê construção e reforma de escolas, qualificação de professores e a criação de grades curriculares e disciplinas específicas, adaptadas à realidade dos estudantes que vivem na zona rural. As escolas localizadas em áreas rurais respondem por 12% das matrículas de educação básica no país. Os indicadores educacionais do campo são bastante inferiores aos verificados nas áreas urbanas. Enquanto a taxa de analfabetismo no país - na população com mais de 15 anos - é 9,6%, na zona rural o índice sobe para 23,2%. Apenas 15% dos jovens de 15 a 17 anos do campo estão no ensino médio e só 6% das crianças até 3 anos têm acesso à creche. Entre as ações previstas está a produção de material didático específico para as escolas rurais, que abordem os temas da realidade do campo. Até este ano, os estudantes recebiam os mesmos livros que eram enviados ao restante do país.

O programa também prevê a construção de novas escolas, cursos de formação continuada para professores e melhoria na
infraestrutura das unidades - cerca de 11 mil escolas do campo ainda não contam com luz elétrica, número que representa 15% do total. Segundo relatório do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a maioria também não tem laboratório, biblioteca ou espaços de lazer. O Pronacampo foi encomendado por Dilma ao Ministério da Educação em 2011. O processo de negociação também envolveu reuniões entre entidades e movimentos sociais ligados ao campo e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Agência Brasil

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> Terra Educação, 18/03/2012Destaque de gestão, escola do TO tem índice zero de defasagem
Gincanas pedagógicas, oficinas, projetos temáticos e acompanhamento da frequência escolar. Propostas como essas enriquecem o aprendizado e a convivência na escola, além de tornar a instituição exemplo a ser seguido. No ano passado, a Escola Estadual Presidente Costa e Silva, no Tocantins, recebeu o título de Destaque Brasil do Prêmio Gestão Escolar, concedido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O prêmio aponta as melhores gestões em boas práticas pedagógicas em escolas do País. Foram 10 anos de tentativas e aperfeiçoamento até receber a compensação. "A gente sabia que estava progredindo. Participar é uma política da escola", conta a diretora Adriana Pereira Aguiar. Os 349 alunos, estudantes das séries finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano), participam de projetos como a Gincana Cultural Aquarela Costa e Silva. As turmas são divididas em cores e avaliadas em diversos quesitos, desde o rendimento até as relações interpessoais. "A rotina deles é monitorada na escola e pontuada para a turma", explica Adriana. Ao final do ano, os alunos que tiverem melhor desempenho na gincana são premiados com uma viagem cultural, dentro do próprio Estado. Um dos mecanismos usados para acompanhar o desempenho dos estudantes é a agenda escolar, implantada em 2007. Nela são carimbados, diariamente, selos que indicam a conduta do aluno em sala de aula e a assiduidade na entrega das tarefas. "O retorno tem sido muito positivo. É um meio de comunicação entre a escola e a família, pois os pais também podem verificar se o professor oferece a devida atenção a seu filho", esclarece a diretora Adriana. Outro ponto que contribui para essa relação é que todos os 12 professores são exclusivos da escola.

A agenda ainda é utilizada como suporte ao projeto Uma Visão Social no Combate à Evasão Escolar, uma vez que controla a frequência do aluno. "Detectada a infrequência, a gente faz contato por telefone com a família, ou visitas domiciliares", diz a gestora da escola. Nos últimos três anos, conforme Adriana, a escola atingiu índice zero em defasagem escolar. Em 2009, a instituição obteve 5,1 na medição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O número é superior à meta projetada para aquele ano (4,3) e à média nacional observada (4,0). A média estadual (3,9) também foi superada. O projeto Lan House
Monitorada também se beneficia da agenda escolar. A gente trabalha muito com diagnóstico, sempre buscando o porquê. Notamos que muitos alunos deixavam de vir à escola para frequentar a lan house, analisa Adriana. Para contornar a situação, a saída foi ampliar o atendimento no laboratório de informática da escola. Mas o uso não é totalmente livre. "O aluno recebe carimbos de positivo e negativo na agenda. A partir daí, ele adquire bônus para usar no laboratório no turno inverso", detalha. Em sala de aula, contudo, os alunos utilizam aparelhos do programa Um Computador Por Aluno para acompanhar as atividades pedagógicas.

Interdisciplinaridade e atenção a alunos especiais garantem destaques regionais - Além da escola Destaque Brasil, todo ano, cinco instituições recebem o título de Destaque Regional. Em uma das agraciadas em 2011, localizada na capital Boa Vista, Roraima, os alunos da Escola Estadual Princesa Isabel trabalham durante quase todo o ano no Projeto Expressão. Segundo a vice-diretora da instituição, Maria do Socorro Mota Mendes, são trabalhadas várias habilidades, como dança, culinária, teatro e pintura - a oferta pode variar de acordo com a temática escolhida. "Os alunos escolhem a oficina que querem fazer", explica Maria do Socorro. As preparações são feitas em horário extraclasse, geralmente às quintas-feiras, das 11h às 11h50. O projeto, que existe desde 2006, conta ainda com o engajamento da comunidade escolar. "Trabalhamos com parcerias. Às vezes pode acontecer de um pai ter uma habilidade e se oferecer para ensinar, ou ainda um artista local", destaca a professora responsável pelo projeto, Valdenise Cardoso. Neste ano, os alunos preparam um especial sobre o Centenário de Luiz Gonzaga. O resultado das oficinas é conferido anualmente na Mostra Brasil Cultura, que costuma acontecer no segundo semestre, fora da escola.

Já em Bela Vista de Goiás (GO), a professora Roberta Martins de Lima, ex-diretora da Escola Estadual José Pontes de Oliveira, é creditada como uma das responsáveis pela classificação da instituição como Destaque Regional. Projetos dessa gestão são preservados e dão seguimento à proposta pedagógica até hoje. A atual diretora, Sirlene Divina de Couto Gonçalves, explica que a principal atividade pensada pelos
professores ao longo do ano é um projeto temático interdisciplinar. Este ano, a proposta Cidade quer repetir o sucesso dos anos anteriores, quando foram explorados temas como leitura e escrita - que levaram os alunos a produzirem livros baseados em obras clássicas, com direito à sessão de autógrafos - e família - no projeto intitulado Minha Vida, Minha História. A simulação da realidade é trabalhada no Shopping da Matemática. Cédulas de brinquedo são exibidas aos alunos para ensinar, de forma lúdica, noções de preço e quantidades. O aprendizado é assimilado em uma feira de faz de conta. "Montamos barraquinhas e eles trazem comida, material escolar. Compram e vendem de mentirinha", conta a diretora Sirlene. "Assim, eles aprendem com prazer", afirma. Alunos com deficiência auditiva têm atenção especial. Segundo Sirlene, a escola possui quatro professores de inclusão e dois professores intérpretes, que transmitem os conteúdos na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao todo, 14 estudantes com essa condição frequentam a escola.

Prêmio Gestão Escolar - Criado em 1998, o Prêmio Gestão Escolar tem como objetivo reconhecer as boas práticas desenvolvidas nas escolas. A 13ª edição está com inscrições abertas até o dia 1º de junho. Para concorrer, é preciso cadastrar-se no site do concurso: http://www.consed.org.br/pge. Na primeira fase, uma escola por estado recebe o título de Destaque Estadual. Após, seis instituições são elevadas a Destaque Regional - uma delas, a grande vencedora, é designada como Destaque Brasil. Os prêmios são de R$ 6 mil, R$ 10 mil e R$ 30 mil, nas respectivas categorias. No ano passado, foram realizadas 1.610 inscrições. Segundo a secretária-executiva do Consed, Nilce da Costa, as expectativas são de que esse número seja ampliado nesta edição, chegando a 5 mil escolas concorrentes. A diretora da instituição Destaque Brasil do ano passado, Adriana Pereira Aguiar, garante que a participação serve de apoio para saber o que está dando certo ou não na escola e o que pode ser melhorado, além de poder converter a escola em exemplo a outras instituições de educação. Durante os 10 anos que participamos, a gente respeitou muito as pontuações dos comitês. As evolutivas apontam o que a escola poderia implementar. Foram 10 anos de muito aprendizado, avalia Adriana.

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> Terra Educação, 17/03/2012Apesar das falhas, ex-presidente do Inep diz que Enem foi exitoso
Em janeiro de 2011, quando deixou a reitoria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UniRio) para atender ao convite do então ministro Fernando Haddad para assumir o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman sabia que tinha um desafio pela frente. A professora chegava ao cargo máximo de um dos órgãos mais importantes da educação brasileira, responsável, entre outras tarefas, pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), justamente - e principalmente - para recolocar nos trilhos a prova criada para ser um dos porta-bandeiras da política de ensino do governo. Um ano depois, ao deixar o cargo sob a justificativa da troca de ministros - saiu Haddad e entrou Aloizio Mercadante -, Malvina manteve no discurso a convicção de que o Enem é exitoso, ainda que, assim como o antecessor Joaquim Soares Neto, tenha sido expurgada da função devido aos erros na aplicação do exame. Sétima presidente da instituição em nove anos, Malvina falou com exclusividade ao Terra. Negou que a saída tenha tido relação com, por exemplo, o vazamento de questões do Enem, e fez um balanço do período em que esteve no Inep. Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
Terra - A senhora é a sétima presidente a deixar o cargo em nove anos. Isso não fragiliza o Inep como instituição?Malvina Tuttman - Toda gestão precisa de um tempo para implementar suas propostas, e a instituição, para cada vez se fortalecer mais, precisa dar continuidade. Se as mudanças de gestão permitem a continuidade, se a proposta tem consequências, se segue a mesma linha, não interfere significativamente. Se isso se der de forma diferente, se a cada gestão mudarem os objetivos, afeta a instituição como um todo.

Terra - Quais eram suas principais metas à frente do Inep? Foi possível concluir alguns dos programas e ações que a senhora iniciou nesse curto período?
Malvina - Em primeiro lugar, com a Associação dos Servidores do Inep (Assinep), tivemos um fórum para repensar o instituto. Em março de 2011, discutimos as bases do Inep e definimos que ele precisava fortalecer os estudos e as pesquisas. O Inep já tem muitos procedimentos importantes de levantamentos quantitativos, que são fundamentais, e precisava dar o passo seguinte, para a análise em relação a esses dados. Ao final do ano, fizemos um segundo fórum, justamente para apresentar a totalidade do trabalho e definir uma minuta de reestruturação a ser apresentada ao ministro Haddad. Uma das coisas importantes feitas também foi a criação de uma unidade de operações logísticas no Inep. Nós não tínhamos controle da aplicação do Enem. Tínhamos controle até o momento em que fazíamos as provas, a matriz de referência, a capacitação dos profissionais, a elaboração dos itens, dos exames, mas não havia uma unidade no Inep de operações logísticas. Credito a essa unidade de operações logísticas o êxito do Enem na sua aplicação durante o ano de 2011.

Terra - A senhora falou sobre a implementação da unidade de operações logísticas. Que mudanças foram feitas?
Malvina - Tivemos uma aproximação com as instituições de educação superior, principalmente as públicas, com reuniões que definiam e implementavam ações. Anteriormente, os itens do exame eram elaborados somente por uma chamada pública, onde cada profissional das instituições se apresentava voluntariamente e era selecionado por critérios do Inep. Mantivemos essa medida, mas acrescentamos uma que consideramos bastante importante e que já era uma reivindicação dessas instituições, que foi o lançamento de um edital para a elaboração de itens não mais somente em caráter voluntário, mas com "o selo" das universidades. Para isso, houve uma capacitação de cerca de 900 colaboradores, de quase 60 instituições de educação superior públicas. Por que nós fizemos isso? Por conta do número ainda insuficiente de itens no Banco Nacional de Itens (BNI), pois o Enem é um exame recente e ainda não tem itens em quantidade suficiente, e para que pudéssemos capacitar profissionais das universidades para a elaboração de itens. Fizemos isso em 2011, com previsão de continuidade neste ano. A previsão é de termos cerca de 28 mil itens até o fim de 2012, se continuar nessa progressão e com essa proposta.

Terra - A ampliação desses itens contribui para estabelecer um padrão de prova?
Malvina - Quanto maior o banco de itens, maior a garantia de sigilo. A Teoria de Resposta ao Item (TRI) necessita que um percentual de questões de cada uma das quatro áreas do exame seja pré-testado para haver a calibração, ou seja, saber se é uma questão fácil, média ou difícil. Quanto mais itens tivermos, qualificaremos mais a utilização da TRI.

Terra - No início do ano foi feito o anúncio de que haverá apenas uma edição do Enem e não duas, como estava previsto para 2012. A senhora defendia a realização de mais edições ao longo do ano. Isso é viável? Por que não acontecerá agora?
Malvina -Continuo defendendo com a mesma veemência e repetiria o que disse assim que assumi o Inep: temos que fazer mais de uma edição do Enem. Quando nós discutimos isso, e não foi uma ação isolada, foi uma definição de grupo, havia a hipótese da realização de dois exames no ano. Um exame seria em outubro, como foi realizado, e o outro em abril. Como foi noticiado, uma das ações do Ministério da Educação foi a contratação de uma empresa de controle de riscos. Essa empresa, a Módulo, a pedido do ministro, fez um relatório, uma análise de todo o processo, e deixou claro que o exame de 2011 foi exitoso, mas que precisa de aperfeiçoamentos, de refinamentos em algumas áreas, e que isso traria maiores riscos se fosse imediatamente agora, em abril. Não era impossível fazer. Era viável, mas traria mais riscos. A decisão do MEC foi não fazer uma segunda edição antes de aperfeiçoar algumas questões. Não tenho dúvida que, em 2013, isso acontecerá. Foi uma precaução, um cuidado que o ministério teve para não fatigar mais o processo.

Terra - Esses riscos seriam quanto à qualidade do teste ou quanto à segurança, à logística?
Malvina - A logística deu certo. A imprensa acompanhou, como tem que fazer mesmo, e noticiou todo o processo. Não houve nenhum problema de logística no ano de 2011. Mas precisamos ter aperfeiçoamentos. Precisamos rever algumas questões, como as correções das redações, os consórcios e a questão do aprimoramento dos aplicadores. Um concurso para a ampliação do quadro de servidores do Inep (130 pesquisadores) já está garantido, e essa foi uma conquista importante do ano passado. Isso tudo não seria impedimento para fazer a segunda edição do exame. Mas o MEC optou por fazer o refinamento já apontado necessário e fazer só uma edição nesse ano.

Terra - A senhora acredita que o incidente das correções das redações teve um peso na decisão de não ter duas edições ainda este ano?
Malvina -Não, porque a metodologia pode ser modificada, e ela certamente será modificada. Deixamos algumas indicações para o aperfeiçoamento da correção. A equipe que elabora, que é responsável, que coordena o Enem, tem uma proposta para isso, que deve estar sendo discutida com a nova presidência e com o novo ministro.

Terra - Apesar de ter sido negada, há quem associe sua saída do órgão ao vazamento de questões na última edição do Enem. Como a senhora avalia isso?
Malvina - Não foi. Isso é um equívoco. Não utilizo a palavra vazamento, e não por uma questão de palavra, de significado, mas o que aconteceu foi uma questão de falta de ética. Não é falta de segurança. Agora, isso aconteceu em 2010. Poderia ter até acontecido no ano de 2011, mas não aconteceu. Na gestão 2011, não tivemos nenhum problema de logística. Esse pré-teste foi utilizado em outubro de 2010. A escola ou o professor que fez mal-uso disso premeditou, guardou durante um ano algumas das questões dos cadernos do pré-teste e utilizou. Isso não pode ser imputado ao Inep e, muito menos, à minha gestão. Então, minha saída não está ligada de nenhuma forma a essa questão e, sim, a uma escolha do novo ministro, de sua própria equipe.

Terra - A senhora havia deixado a reitoria da UniRio para assumir o Inep. Como se sentiu quando ficou sabendo que seria substituída? Frustrada? Injustiçada?
Malvina -Não, de forma nenhuma. Quando fui convidada, me senti honrada, porque fui convidada por ser uma educadora, por conta da minha trajetória profissional. Mas como é um cargo de confiança do ministro, eu sabia que a qualquer momento poderia não estar mais à frente do Inep. Essa era uma realidade. Se eu tivesse que escolher, sabendo que sairia um ano depois, escolheria outra vez viver a rica experiência que tive no Inep, junto a profissionais extremamente capacitados e pesquisadores de primeira linha. É um orgulho para qualquer professor. O meu sentimento é de saudade, e a gente só tem saudade daquilo que gosta. Tenho saudade dos colegas, dos contatos que fazíamos com profissionais lá no chão da escola. Mas são momentos da nossa vida profissional, e a cada instante existem novos desafios. Em 2012, devem se apontar outros desafios importantes também. Isso faz parte da nossa vida.

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