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quinta-feira, 8 de março de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, QUINTA 08 DE MARÇO DE 2012





Matérias de Hoje
  • MEC quer parceria com hospitais de referência > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Governo do PR define data para propor aumento para professores > Portal G1
  • Professores programam paralisação de três dias para cobrar cumprimento do piso > UOL Educação
  • Cresce nº de alunos paulistas que sabem menos que o básico em matemática > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • MP apura contratação de professores com diploma falso em SP > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • 'Certificado custou R$ 2,7 mil' > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Na internet: vende-se diploma em até 4 vezes sem juros > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Logos e carimbos são pistas de fraude > O Estado de São Paulo - São Paulo SP


Matérias
> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
MEC quer parceria com hospitais de referência
Instituições receberiam verba para criar faculdades de Medicina e melhorar o ensino
João Domingos
BRASÍLIA - O governo pretende propor parcerias com hospitais de referência para melhorar o ensino de Medicina no País, dentro de um plano para aumentar vagas no curso em cerca de 40%. Entre as instituições às quais serão oferecidas verbas federais para criarem faculdades especializadas em Medicina estão o Albert Einstein e o Sírio-Libanês, em São Paulo; o Aliança, em Salvador; o Português, no Recife; e o Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A iniciativa é embrionária, disse ontem o ministro Aloizio Mercadante (Educação), que tratou do tema com a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro Adib Jatene, um dos entusiastas da ideia das faculdades especializadas vinculadas a hospitais de referência. "Não sabemos como será negociada a parceria, mas queremos que os hospitais nos ajude a melhorar o ensino de Medicina", disse Mercadante. Hoje, o Brasil dispõe de 1,8 médico para cada 10 mil habitantes, número muito inferior ao de outros países da América Latina, EUA e Europa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a relação nos EUA é de 2,4 médicos para cada 10 mil habitantes, na Grã-Bretanha, 2,7, Argentina, 3,0 e Cuba, 6,7. Para aumentar o referencial de 1,8 para 2,5 médicos a partir de 2020, além das parcerias com os hospitais de referência, o governo pretende ampliar as vagas para Medicina nas universidades federais e fechar convênios com as estaduais e particulares que tenham bons cursos. O governo quer iniciar a ampliação das vagas já no segundo semestre. Uma das intenções do governo é fazer com que as faculdades e as residências médicas avancem para o interior - onde hoje há pouca presença de profissionais que tratam diretamente da saúde. Os hospitais Hospital Albert Einstein e Moinho de Vento afirmaram não ter tido contato com o governo para discutir o tema. Roberto Padilha, diretor de ensino do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, diz que o tema já saiu em diálogos com o governo federal. "Temos diversas parcerias para aprimorar a formação médica. Mas uma proposta assim precisaria ser discutida internamente no hospital." Para ele, seria mais produtivo oferecer auxílio às instituições locais, em vez de criar faculdades partindo do zero.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou sua posição
contrária à criação de novos cursos de Medicina no País. "Na última década, foi autorizado o funcionamento de 85 escolas de Medicina", afirma Desiré Callegari, do CFM. "Se o problema fosse a falta de escolas, a suposta falta de médicos já estaria resolvida." O órgão defende a elaboração de políticas de distribuição e fixação dos profissionais. Polêmica. Milton Linhares, do Conselho Nacional de Educação (CNE), disse que o órgão vai divulgar uma resposta às críticas de Jatene às decisões do CNE relativas aos cursos de Medicina. Jatene afirmou que o CNE recriou todas as vagas que haviam sido fechadas por sugestão da Comissão de Especialistas do Ensino Médico, instituída pelo então ministro Fernando Haddad. Linhares argumentou que, das 17 universidades afetadas pela decisão, o CNE só deu parecer favorável à restituição das vagas em 5. "Elas mostraram que corrigiram as deficiências", diz. "Críticas à atuação do CNE são fruto da pressão do CFM e da Associação Médica Brasileira, contrários à criação de cursos de Medicina." / COLABORARAM ALEXANDRE GONÇALVES E SÉRGIO POMPEU

> Portal G1, 07/03/2012
Governo do PR define data para propor aumento para professores
Nesta quarta (7), docentes de universidades estaduais fizeram paralisação. Proposta será discutida com técnicos das instituições e do governo
O governo do Paraná informou, nesta quarta-feira (7), que irá apresentar, até o dia 20 de março, uma proposta de equiparação salarial dos professores e agentes universitários, das instituições de ensino superior da rede pública estadual. Também nesta quarta, professores de várias universidades estaduais pararam por um dia. Ainda de acordo com o governo, após uma conversa entre o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, e representantes dos professores, foi formado um grupo de trabalho para definir a proposta a ser apresentada. O grupo reunirá técnicos das universidades e das secretarias envolvidas e será coordenado pelo vice-governador Flávio Arns. A paralisação foi decidida em assembleia do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol/Aduel). O objetivo da mobilização dos professores é conseguir 31,73% de reajuste aos professores e técnicos. Os docentes pedem também a equiparação salarial com os técnicos. Um professor em início de carreira ganha R$ 1.800,00, já um técnico tem salário inicial de R$ 2.300,00. Em Londrina, os acessos à UEL foram bloqueados com pneus na manhã desta quarta, para impedir a chegada dos estudantes. Já em Maringá, os professores devem se reunir no auditório da UEM com a reitoria, para discutir o posicionamento do governo quanto a reivindicação de aumento salarial e o indicativo de greve. Docentes da UEPG e da Unioeste, dos campus de Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Toledo, viajaram para Curitiba para participar de uma manifestação nesta quarta.


> UOL Educação, 08/03/2012
Professores programam paralisação de três dias para cobrar cumprimento do piso
Amanda Cieglinski Da Agência Brasil, em Brasília
Na próxima semana, professores de todo o país planejam uma paralisação de três dias para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério. A lei que instituiu uma remuneração mínima para profissionais da rede pública foi aprovada em 2008, mas ainda hoje causa polêmica. Estados e municípios alegam não ter recursos para pagar o piso, especialmente agora que o Ministério da Educação (MEC) anunciou o valor para 2012 – R$ 1.451 - , com um reajuste de 22%. A categoria irá cruzar os braços entre os dias 13 e 16 de março (de quarta a sexta-feira). Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, o fato de alguns estados ainda não cumprirem a lei reforça a necessidade de um “movimento forte” por parte da categoria para reivindicar melhorias na remuneração.

“Eles [gestores públicos] entendem que a lei precisa ser cumprida a partir do enfrentamento, da mobilização. Chega de brincar que
estão valorizando o professor”, reclama Leão. Nos estados e municípios em que a Lei do Piso já é cumprida, o presidente da CNTE avalia que a mobilização deverá ser menos intensa, com foco nas reivindicações locais, inclusive a construção de planos de carreira. “Nosso intuito não é a paralisação pela paralisação, mas onde houver necessidade”, explicou. As atividades são organizadas pelos sindicatos locais e incluirão manifestações nas sedes dos governos, passeatas e outros atos públicos.


> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
Cresce nº de alunos paulistas que sabem menos que o básico em matemática
Dados do Saresp mostram que 58,4% dos estudantes do ensino médio estão nessa situação
Mariana Mandelli
A porcentagem de alunos do 3.º ano do ensino médio no Estado de São Paulo que sabe menos do que o básico em matemática cresceu de 57,7% para 58,4%. Em português, por outro lado, caiu de 37,9% para 37,5%. Os dados foram extraídos do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), cujas informações preliminares foram divulgadas nesta quarta-feira, 7. Em matemática, a média dos alunos em 2011 cresceu 0,5 ponto e chegou a 269,7. Em português, o desempenho manteve-se estável e a pontuação foi 265,7. "O resultado do ensino médio ainda não é satisfatório", admitiu o secretário adjunto de Educação do Estado, João Cardoso Palma Filho. Segundo ele, a etapa final da educação básica é uma "grande preocupação" da pasta, que deseja tornar a escola mais atraente por meio de medidas como a capacitação de professores e a revisão do material didático. A secretaria espera que nos próximos anos o 9.º ano do ensino fundamental e o 3.º ano do médio sejam impactados pela melhora do desempenho do ciclo 1 do fundamental. "O resultado tem sido positivo. Estamos relativamente tranquilos", disse Palma Filho em relação às notas dos estudantes do 5.º ano, que passaram de 204,6 para 209,0 em matemática e de 190,4 para 195,0 em português.


> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
MP apura contratação de professores com diploma falso em SP
Caso foi revelado pelo 'Estado', que levantou 19 contratos irregulares
Paulo Saldaña
O Ministério Público do Estado de São Paulo vai apurar irregularidade na contratação e atuação de professores com diplomas falsos na rede pública de ensino estadual e municipal. Os casos foram denunciados nesta quarta-feira, 7, pelo jornal O Estado de S. Paulo. A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social distribuiu, hoje, uma peça de informação para instauração de procedimento. O procedimento foi distribuído ao promotor de Justiça Roberto Antonio de Almeida Costa, que ainda não apreciou o material. O Estado levantou 19 casos de professores que apresentaram títulos fraudados à Prefeitura de São Paulo e acabaram expulsos. A maioria permaneceu por poucos meses na rede, mas há quem tenha dado aulas com documentos falsos no município por até três anos - outros continuam nas redes estadual e de prefeituras vizinhas.

Professores admitiram à reportagem que compraram os títulos e apresentaram à Secretaria de Educação do município. "Um homem se aproximou e falou que
trabalhava na faculdade e se eu arrumasse um valor, ele me traria o diploma lá de dentro. Então paguei R$ 2,7 mil. Ele me trouxe um diploma, com assinatura, carimbo e tudo", contou a professora A.G., de 54 anos. Ela acabou expulsa da capital, mas apresentou o mesmo título ao Governo do Estado, em cuja rede leciona. Dos casos ocorridos na Prefeitura da capital levantados pela reportagem, dez são de professores concursados e nove, de temporários. Todos foram descobertos pela própria secretaria municipal.


> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
'Certificado custou R$ 2,7 mil'
Docente diz que colou grau, não recebeu diploma e comprou documento
Paulo Saldaña
Uma mistura de vergonha e arrependimento carrega a voz da professora A.G., de 54 anos. "Fiz uma burrada, sinto-me uma idiota, humilhada", repete sem parar. Em junho de 2011, começou a dar aulas em uma escola na zona sul da capital paulista como temporária da rede municipal. O emprego durou três meses: a Secretaria de Educação descobriu que o diploma era falso. Abriu um processo e depois anulou o contrato. A.G. admitiu ao Estado que comprou o diploma, mas se diz vítima da própria ingenuidade. Conta que terminou o curso em 2005 - licenciatura em Ciências, Física e Matemática -, mas a instituição não lhe entregava o certificado por causa de uma dívida inexistente de R$ 21 mil. Enquanto isso, a Prefeitura exigia o documento. "Fui desesperada na faculdade, ninguém me atendia. Um homem se aproximou e falou que trabalhava na faculdade e se eu arrumasse um valor, ele me traria o diploma lá de dentro. Então paguei R$ 2,7 mil. Ele me trouxe um diploma, com assinatura, carimbo e tudo", diz. "Entreguei à Prefeitura e deu tudo errado."

O homem sumiu. A instituição (antiga Scelisul e atual Faculdades Integradas do Vale do Ribeira, câmpus de Registro, interior de São Paulo) informou à Prefeitura que o papel não tinha validade e A.G. não era titulada. Ela nega. "Tenho meus colegas de classe para provar que estudei e fiz a colação de grau." Histórico. A.G. entregou o diploma ao governo do Estado. Com o título, dá aulas para a 5.ª série em uma escola de Itapecerica da Serra, Grande São Paulo. A secretaria estadual informou que vai apurar a situação e se recusou a dar
informações do histórico dela.

A professora teria feito a faculdade quando morava em Barra do Turvo, cidade a 130 km de Registro. Ela insiste na versão de que colou grau, mas admite que talvez ainda tenha alguma disciplina a cursar. "Meu medo agora é de eles dizerem que tenho de fazer um monte de matérias." Na Scelisul, a história de que A.G. comprou o diploma é conhecida até pelos atendentes. A faculdade, entretanto, não deu informações sobre a situação dela. "Queria que me dissessem o que posso fazer para resolver", diz a docente. A professora mora no Jacira, bairro de Itapecerica, com dois dos cinco filhos. Ela não esperou pelos próximos acontecimentos e já se cadastrou em um site de empregos. "Não sei o que fazer, nem sei como vou me sustentar."


> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
Na internet: vende-se diploma em até 4 vezes sem juros
Golpistas dizem que têm contatos dentro das instituições; histórico e senha de acesso a portal também são oferecidos
Paulo Saldaña
Os casos levantados pelo Estado são de pessoas que apresentaram diplomas falsificados, sem registro nas instituições de ensino. Mas na internet não falta quem ofereça documentos que teriam todas as garantias legais. Por outro lado, a procura pelos certificados também é enorme. A reportagem fez contato com cinco grupos de fraudadores e também deixou comentários em fóruns explicitando o interesse em um diploma. Alguns dos golpistas oferecem o serviço em sites, enquanto outros usam o MSN e alguns poucos, o telefone. Todos afirmam ter contatos dentro de faculdades e universidades e dizem que os certificados viriam de lá, com as devidas assinaturas e carimbos.

Há casos de golpistas que recebem o dinheiro e não entregam o diploma. Após conversas com duas pessoas que afirmaram ter conseguido um diploma, o Estado chegou a um homem identificado como Anderson Luis. A relação de instituições de onde o diploma virá depende do curso. "O valor é de R$ 2,5 mil. Sendo R$ 250 de entrada para documentação e o restante em até quatro vezes sem juros no boleto." Ele oferece histórico e senha de acesso ao portal da faculdade para consultas de notas e faltas.

Outro fraudador, Pablo Jemenz,
explica que o interessado pode escolher o ano de conclusão. "Entre 2000 e 2008", afirma. "Você me paga uma entrada de R$ 500. Quando te passar diploma e histórico escaneado, paga R$ 500. Quando receber via Sedex, paga R$ 500." Os esquemas não são apenas para cursos universitários, mas também de ensino médio. Um operador de TV a cabo contou que se valeu do esquema. "Não tenho opção: ou meto as caras e arrisco ou me prejudico na empresa." Por telefone, confirmou que a operação deu certo. "Consegui com uns caras de Minas. O certificado de conclusão sai por R$ 500."


> O Estado de São Paulo, 07/03/2012 - São Paulo SP
Logos e carimbos são pistas de fraude
Paulo Saldaña
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo mantém desde 1991 uma comissão especializada em investigar fraudes de diplomas entre professores. Logotipos tortos, assinaturas e carimbos fora de posição são itens que dão pistas da falsificação. Os casos descobertos são todos de cópias de diplomas - em nenhum caso ficou provado que havia conexão com instituições. A secretaria só verifica os casos em que há esses indícios. A comprovação se faz por meio de consulta às faculdades e universidades - que, muitas vezes, segundo a pasta, demoram para responder. O Ministério da Educação (MEC) não tem um cadastro por meio do qual se possa fazer a pesquisa. A Prefeitura crê que o número de fraudes seja pequeno, mas tem adotado providências, como auditorias internas e digitalização de prontuários. Assim que as fraudes são comprovadas, o Ministério Público e a polícia são acionados. Apresentação de diploma falso pode ser enquadrada em crime de exercício ilegal da profissão, uso de documento falso ou falsidade documental - penas de até cinco anos.

Escolas estaduais. Diferentemente da Prefeitura, o Estado não mantém uma comissão específica para investigar fraudes. A Secretaria de
Educação informou que instaurará procedimento para verificar as denúncias e disse que só duas pessoas da lista encaminhada pela reportagem tinham vínculo com o Estado. A pasta não informou sobre professores investigados que já atuaram na rede nem como apura e combate as fraudes. No Diário Oficial do Estado, a reportagem encontrou só um caso de apuração desse tipo - ao contrário do Diário Oficial do município, que registra os casos. Quem é flagrado apresentando diploma falso não pode mais concorrer a cargos no funcionalismo - tanto na Prefeitura quanto no Estado.

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