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quinta-feira, 8 de março de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, TERÇA 06 DE MARÇO DE 2012



Matérias de Hoje
  • 'Mandaram passar a peneira', diz estudante que saiu da Unip > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Não escondemos nenhum aluno”, diz vice-reitora da Unip > IG Educação,
  • Proposta busca evitar distorção no Enade > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Currículo maior nem sempre é melhor > Gazeta do Povo - Curitiba PR
  • Mais de 5 mi de estudantes recebem orientação sobre obesidade > Folha.com
  • RS vai recorrer de decisão que obriga a pagar piso a professores > Terra Educação
  • Pesquisa mostra quais são as nove profissões do futuro > Portal G1
  • Alunos estudam sentados no chão por falta de carteiras em escola de MT > Portal G1


Editoriais, artigos e opiniões
  • Tecnologia nas salas de aula > Estado de Minas - Belo Horizonte MG
  • Retrocesso em ciência e tecnologia > Folha de São Paulo - São Paulo SP


Matérias
> O Estado de São Paulo, 05/03/2012 - São Paulo SP
'Mandaram passar a peneira', diz estudante que saiu da Unip
Universidade admite que reprova alunos para ter melhores notas no Enade
Estadão.edu
Admitida pela Universidade Paulista (Unip), a política de reprovar alunos para ter melhores notas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) provocou fuga de alunos da universidade. Na classe da bacharel Juliana Moreira Soares na Unip de Santos, 75 estudantes de um total de 80 se transferiram para a Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) antes do Enade de 2009. A Unip Santos teve nota 5 no Enade de Direito em 2009. Só 12 alunos que se formaram naquele ano prestaram o exame. A Unimes teve nota 2; 139 formandos fizeram a prova. "O coordenador do curso dizia que a Unip ia passar a peneira nos alunos por causa do Enade", contou Juliana ao Estadão.edu no ano passado. Em 2009, aliás, foi a primeira vez que o curso jurídico da Unip recebeu nota 5 em diversas unidades paulistas. A universidade teve 1.307 formandos em Direito no Estado naquele ano. Só 350 fizeram o Enade. Em Campinas, por exemplo, só 15 dos 71 veteranos estavam aptos a fazer a prova. O grupo também tirou nota 5. A Unip afirma que a melhora das notas ocorreu graças a um programa de aperfeiçoamento da qualidade dos cursos. E atribui a discrepância entre concluintes e inscritos no Enade ao fato de muitos alunos se formarem no primeiro semestre, antes da realização do exame.


"Quando a gente entrou, podia carregar dependências para outro semestre. Nunca tinha pego DP, mas no 7.º semestre a classe toda pegou, praticamente", diz Gilson Milton dos Santos, que também saiu da Unip de Santos antes do Enade. "Quando fui fazer matrícula, queriam que eu continuasse no 7.º,
mas cursando matérias do 8.º. Para fins acadêmicos, eu me formaria em junho de 2010." Santos disse que havia um clima de pressão. "O coordenador e os professores diziam que o emprego deles dependia de a gente ir bem no Enade." Juliana e outra colega, Claudete de Carvalho, afirmaram que os cinco alunos que permaneceram na sua classe na Unip fizeram cursinho preparatório para o Enade. "Eles comentaram que ganhariam notebook, pen drive e cursos de pós se fossem bem no exame", disse Claudete. A Unip admitiu que adota uma preparação específica para melhorar o desempenho no Enade. Também confirmou que premia estudantes com boas notas.


PARA ENTENDER - O Estadão.edu mostrou na última sexta-feira que, após receber uma denúncia, o Ministério da Educação enviou ofício à Unip, na quinta-feira, cobrando, no prazo de dez dias, explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade, carro-chefe de uma agressiva campanha de marketing veiculada na imprensa e em outdoors. Quarta maior universidade do País, com 200 mil estudantes, a Unip é acusada de selecionar apenas os melhores alunos para fazer o Enade. Com isso, pode colocar em xeque todo o sistema de avaliação do ensino superior.


A vice-reitora da Unip, Marília Ancona Lopez, negou que a universidade tenha deixado alunos sem nota para evitar que prestassem o Enade. “Todo mundo que completou o curso fez o exame.” Ela disse que houve “dois ou três” casos de estudantes cujas
notas foram atribuídas com atraso. “Foi um número muito pequeno e nós informamos ao MEC os motivos”, disse. “Às vezes acontece de o professor demorar a dar a nota porque o aluno entregou algum trabalho com atraso.” No domingo, reportagem do Estadão.edu mostrou que só 41% dos formandos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Odontologia de unidades da Unip no Estado de São Paulo participaram do Enade em 2010. A prova é obrigatória e compõe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).


O número de formandos da Unip varia de acordo com o calendário do Enade. Em ano de avaliação, o estoque de veteranos de alguns cursos cai em relação ao ano anterior. A Unip atribui a diferença entre formandos e os inscritos no Enade ao fato de que um contingente expressivo de estudantes conclui o curso no meio do ano. E segundo a vice-reitora, a universidade aumenta a reprovação de estudantes às vésperas do exame. "Criamos um processo de melhoria da qualidade do ensino. Mas, como não dá para mudar todos os cursos ao mesmo tempo, num primeiro momento decidimos trabalhar seguindo o calendário do Enade", disse Marília Ancona Lopez. A denúncia abriu um debate entre especialistas do ensino superior sobre meios de impedir distorções na avaliação, termômetro da qualidade dos cursos universitários. Uma proposta que será levada este mês ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) é a de criar um porcentual mínimo de participação no exame.

> IG Educação, 05/03/2012
Não escondemos nenhum aluno”, diz vice-reitora da Unip
Universidade alega que reforço na qualidade diminuiu número de concluintes. Em três anos, participantes no Enade recuaram 41%
Marina Morena Costa, iG São Paulo
A denúncia feita ao Ministério da Educação (MEC) de que a Universidade Paulista (Unip) estaria selecionando os melhores alunos para realizar a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é rechaçada pela direção da universidade, uma das maiores do País em número de alunos. Marília Ancona Lopez, vice-reitora da Unip, defende que os bons resultados e o baixo número de participantes na prova nacional são reflexo de uma política de melhoria na qualidade dos cursos. “Não escondemos aluno nenhum. Todos aqueles que preenchem as condições do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, responsável pelo Enade) para participar são inscritos na prova”, afirma a vice-reitora. Na comparação das avaliações feitas em 2007 e 2010, a participação de alunos concluintes da Unip teve uma redução de 41%. O desempenho, no entanto, foi bastante superior.


O Enade é uma prova trianual aplicada aos estudantes concluintes que compõe a avaliação do MEC das instituições e seus cursos. Segundo Marília, a Unip não teve bons resultados nas
primeiras edições e decidiu reformular a estratégia de ensino e aprendizagem dos cursos. Os professores receberam material didático e foram capacitados para avaliarem seus alunos com perguntas mais complexas, contextualizadas e que exigissem capacidade de interpretação e crítica, nos moldes do Enade.


A mudança na metodologia das avaliações internas começou em 2009, nos cursos que seriam avaliados em 2010 pelo MEC, e segue o cronograma do Enade – os cursos reforçados são sempre os que serão avaliados pela prova no ano seguinte. Com isso, os cursos ficaram “obviamente mais difíceis”, diz Marília. A evasão aumentou, assim como o número de transferências para outras instituições e a quantidade de alunos reprovados. “Tivemos alunos que abandonaram ou foram reprovados, e não só no último ano”, aponta Marília. O número de concluintes caiu quase pela metade, segundo os dados do Enade. Em 2007, 2.369 estudantes concluintes da Unip fizeram a prova. Em 2010, quando os mesmos cursos foram avaliados novamente, 1.401 participaram. As
notas, no entanto, aumentaram significamente. Em 2007, 46 cursos da Unip tiraram nota 1 ou 2 no Enade, considerada insatisfatória. Apenas três cursos tiveram nota 4, considerada acima da média e o máximo obtido pela universidade. Na avaliação seguinte dos mesmos cursos, a situação inverteu, apenas três tiveram nota 1 ou 2, e 103 ficaram com 4 ou 5.


O Conceito Preliminar do Curso (CPC), calculado com base no Enade e em outros critérios de avaliação do MEC, que dá uma nota mais abrangente aos cursos, também melhorou. Em 2007, 26 cursos da Unip tiraram CPC 1 ou 2 e apenas três ficaram com 4, a nota máxima obtida pela Unip. Já em 2010, um curso teve CPC 2 e 96 tiveram CPC 4 ou 5. De acordo com a vice-reitora, a denúncia recebida pelo MEC foi enviada por uma instituição concorrente e compara os dados de ingressantes e concluintes de maneira errônea, pois utiliza as informações do mesmo ano, sendo que há no mínimo quatro ou cinco anos de distância entre esses estudantes. A Unip tem 10 dias para responder ao MEC.


> O Estado de São Paulo, 05/03/2012 - São Paulo SP
Proposta busca evitar distorção no Enade
Plano que cria porcentual mínimo de participação no exame será sugerido ao Inep
Sergio Pompeu, do Estadão.edu
A denúncia de que a Universidade Paulista (Unip) seleciona alunos para melhorar sua nota no Exame Nacional de Desempenho dos Estudante (Enade) abriu um debate entre especialistas do ensino superior sobre meios de impedir distorções na avaliação, termômetro da qualidade dos cursos universitários. Uma proposta que será levada este mês ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) é a de criar um porcentual mínimo de participação no exame. Nesse caso, as universidades seriam obrigadas a inscrever no Enade o equivalente a 70% ou 80% do número de alunos formados no ano anterior. "Quem não fizesse isso não teria as notas divulgadas ou sofreria um redutor na pontuação", disse o autor da proposta, que pediu para não ser identificado até encaminhar a sugestão formalmente ao Inep. A medida visa a evitar variações bruscas no volume de inscritos causadas, por exemplo, por uma política de aumentar a reprovação de alunos na véspera do exame. O Estado mostrou ontem que em cinco cursos de saúde da Unip a queda do número de formandos em 2010, ano do Enade, variou de 45% a 62%. A universidade admitiu que tem "apertado" a avaliação no ano que antecede o Enade, mas afirmou que isso é parte de um programa abrangente de melhoria da qualidade dos seus cursos.


Calibragem. Apesar de reconhecer méritos na medida que será proposta ao Inep, um ex-dirigente do Ministério da Educação acha difícil calibrar a porcentagem que será exigida das universidades. "Acho 80% alto demais. Você tem situações de evasão alta, até nas universidades públicas", disse. "E o redutor na nota é ruim, arbitrário. Prefiro a não divulgação das notas." O ex-dirigente do MEC acha necessário separar as coisas na denúncia feita sobre a Unip. Para ele é preciso analisar se houve fraude ou gaming, termo derivado de game, jogo em inglês. No gaming, a 
universidade procura meios de melhorar seu desempenho "jogando" de acordo com as regras. Medidas como dar prêmios a estudantes que se saem bem no Enade são exemplo típico de gaming.


Segundo o especialista, aumentar a reprovação para melhorar a nota no Enade pode ser eticamente condenável. Especialmente se isso só ocorre na época do exame, aplicado em cada área a intervalos de três anos, e os controles são relaxados depois. Mas ainda não caracteriza fraude. "Outra coisa é formar alunos não inscritos no Enade. Isso é fraude e, se comprovada, a instituição precisa ser punida." Para o autor da proposta, o órgão precisa agir rápido. "Teremos Enade no segundo semestre e a agressividade do marketing da Unip sobre suas notas pode ter estimulado outras universidades a adotarem modelos parecidos. Se nada mudar, haverá cada vez mais distorção."


> Gazeta do Povo, 06/03/2012 - Curitiba PR
Currículo maior nem sempre é melhor
Inclusão de novas matérias no currículo escolar pode abarrotá-lo e colocar em risco o conteúdo tradicional
Anna Simas
Desde o começo de 2011 tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que obriga a inclusão da Educação Ambiental e da Educação no Trânsito como disciplinas obrigatórias no ensino fundamental e médio de todas as escolas públicas e privadas do país. Outras 250 propostas de mudança curricular também aguardam a aprovação dos parlamentares. A grande quantidade de projetos levanta a discussão sobre a qualidade da formação na educação básica diante de um currículo abarrotado de conteúdo. Se de um lado acredita-se que assuntos relevantes à sociedade precisam ser levados à sala de aula – já que a escola costuma ser apontada como solução para os problemas –, do outro, o in­­chaço curricular pode acarretar na redução da carga horária de disciplinas básicas como Por­­tuguês, Matemática e História, o que pode fazer falta na formação do estudante. Para a secretária municipal da Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, o impacto no currículo básico é comprometedor, pois são os conteúdos tradicionais que dão ao aluno a capacidade de escrita, espírito crítico, investigação e raciocínio lógico – a base para que o estudante seja capaz de analisar e refletir sobre qualquer outro assunto. “No Brasil, a carga horária fica entre quatro e cinco horas por dia, o que é muito pouco. Com mais disciplinas, teríamos de reduzir o tempo das que existem ou entrar em outra questão complicada: a educação integral para dar conta de tudo”, diz. Outro aspecto que Claudia acredita ser um problema é a quantidade de analfabetos funcionais no país: 20% dos brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se não há nem o domínio da leitura e da escrita, o ideal é que se invista nisso e não em novos conteúdos que talvez nem sejam compreendidos sem o domínio das capacidades básicas.


Temas transversais - O que se faz hoje em grande parte das escolas do país é a inclusão de temas transversais em outras disciplinas, não como uma nova. Desde 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) incorporou os chamados temas transversais – Ética, Saúde, Meio Am­­biente, Orientação Sexual e Pluralidade Cultural – em todas as disciplinas existentes, ficando a cargo de cada escola abordar o tema de acordo com seu projeto pedagógico.


As escolas do Paraná adotam essa interdisciplinaridade, abordando os temas ao longo do ano. “Nós acreditamos que estes assuntos não estão descolados dos tradicionais e por isso não devem ser disciplinas isoladas”, explica a coordenadora o de Ensino Fun­­damental do Departamento de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Eliane Bernardi Benatto. Entretanto, desde 2007, foram propostos sete novos conteúdos – como Cultura Afro-Brasileira e Indígena e Direitos das Crianças e dos Adolescentes –, que também foram incluídos como parte dos conteúdos tradicionais. As escolas tiveram de encaixá-los sem estender a carga horária. “Neste caso, podemos cair em um problema que é o da hipertrofia escolar e, com ela, ter de manter a concentração e atenção do aluno, o que nem sempre é fácil”, comenta a professora do curso de Pedagogia da Universi­­dade Positivo (UP) Ivana Cristina Lima de Almeida. Novos temas têm de estimular a reflexão - Educadores temem que os assuntos transversais se tornem parte de projetos utilitários e deixem de fazer parte de discussões 
amplas e reflexivas, como seria o ideal. “O perigo é o aluno discutir um tema buscando só a solução para um único problema e não pensá-lo de forma reflexiva e abrangente”, diz a coordenadora da Integração das Licenciaturas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Marlei Malinoski. Porém, a ideia de um único projeto envolvendo todas as disciplinas com temas transversais não é completamente rejeitada. Algu­­mas escolas acreditam na sua eficácia. Na escola do Serviço Social da Indústria (Sesi), por exemplo, a cada bimestre um tema da atualidade é escolhido pelos professores para que os alunos reflitam sobre ele. “Nós acreditamos que as oficinas dão condição ao aluno de dialogar, interpretar, analisar e negociar conflitos”, explica a gerente de Operações Inovadoras do Sesi, Lilian Luitz.


Autonomia - Outra questão é a autonomia que as escolas têm para tratar os assuntos, já que não há um modelo curricular definido como nas disciplinas tradicionais. Nas escolas estaduais, por exemplo, um tema pode ter mais destaque do que outro, dependendo da necessidade dos alunos e da comunidade. Essa percepção fez com que o Co­­légio Estadual Pinheiro do Pa­­raná, em Curitiba, decidisse trabalhar em 2011 o tema res­­peito e valorização do espaço fí­­sico. A diretora Maria Rigonato Va­­nei conta que, diante da falta de cuidado de alguns alunos com o espaço escolar e da ausência de va­­lores de cidadania, o assunto foi en­­caixado em todas as disciplinas. “Não significa que os outros [te­­mas] sejam deixados de lado, mas é uma questão de enfoque para res­­ponder às necessidades da co­­munidade escolar. Os temas transversais, como conteúdo e não co­­mo disciplina, permitem isso”.


> Folha.com, 05/03/2012 – São Paulo SP
Mais de 5 mi de estudantes recebem orientação sobre obesidade
DE SÃO PAULO
Mais de cinco milhões de alunos de escolas públicas de todo o país devem passar por avaliações nutricionais até a sexta-feira (9). A atividade faz parte da Semana de Mobilização Saúde na Escola, que tem como objetivo combater a obesidade. Profissionais que fazem parte do Programa de Saúde da Família, do Ministério da Saúde, vão fazer as avaliações em mais de 22 mil escolas públicas em 1.938 municípios. O alvo são estudantes de 5 a 19 anos. Também estão previstas atividades e  palestras envolvendo a comunidade escolar (alunos, profissionais e funcionários) e visitas das famílias dos estudantes a Unidades Básicas de Saúde localizadas próximo às escolas. A Semana de Mobilização Saúde na Escola é uma iniciativa dos ministérios da Saúde e da Educação e vai ocorrer todo ano. Neste ano, o tema será a obesidade na infância e adolescência. Segundo a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) de 2009 do IBGE, 1 em  cada 3 crianças com idade entre 5 e 9 anos está com peso acima do recomendado. Entre os jovens de 10 a 19 anos, 1 em cada 5 apresentam excesso de peso. "É um problema que já afeta um quinto da população infantil, por isso temos que agir agora para não termos uma geração futura de obesos, hipertensos, diabéticos, com riscos cardiovascular, renal e cerebral aumentados", afirma o Secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.


> Terra Educação, 05/03/2012
RS vai recorrer de decisão que obriga a pagar piso a professores
Fernando Diniz Direto de Porto Alegre
O governo do Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda-feira que vai recorrer da decisão judicial que obrigou o Estado a pagar o piso nacional dos professores. Apesar de a decisão valer só a partir de 2013, o secretário estadual da Casa Civil, Carlos Pestana, afirmou que o governo não concorda com o reajuste baseado no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "A sentença, apesar de determinar que o pagamento do piso se dê só a partir de 2013, estabelece um cálculo com o qual não concordamos. Então nós vamos recorrer dessa decisão. Estamos convencidos de que a correção deve ser feita pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)", disse Pestana. Em sentença divulgada nesta segunda-feira, a Justiça determinou que o governo do Rio Grande do Sul pague R$ 1.451,00 como vencimento básico para um educador que trabalha 40 horas semanais no ano que vem. Com o índice proposto pelo governo, o piso salarial dos professores ficaria em torno de R$ 1.260 no fim de 2014.


"Nós achamos que esse reajuste tem problemas de proporcionalidade. O próprio Ministério Público entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República questionando o indexador do piso", disse Pestana. Sobre a determinação de pagamentos retroativos, Pestana disse que a Justiça não determinou a reposição de atrasados com base no piso, mas de acordo com a remuneração. "O juiz fala na sentença em remuneração, não fala no salário básico. Se o valor fosse remuneração, a média salarial da faixa menor no Estado é R$ 1,6 mil. Então todos estariam recebendo o
valor do piso", disse.


Reajuste do piso nacional - O novo piso dos professores foi anunciado no dia 27 de fevereito e elevou o salário dos professores de R$ 1.187 para R$ 1.451. O valor estipulado para este ano acompanha o aumento do Fundeb de 2011 para 2012, conforme determina a legislação atual. Além do Rio Grande do Sul, outros Estados e municípios alegam dificuldade financeira para pagar o valor determinado. Governadores reuniram-se na semana passada com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e pediram a aprovação de um projeto de lei que altere o critério de correção do piso, que passaria a ser feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação.


> Portal G1, 05/03/2012
Pesquisa mostra quais são as nove profissões do futuro
Todas têm relação com engenharia, automação e informática. Expectativa é de que oferta de vagas nestes setores até 2020 seja grande
Do G1, com informações do Jornal Nacional
Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) feita em 402 indústrias de todo o Brasil revela quais são as profissões do futuro. São nove áreas que terão grande oferta de vagas até 2020. Todas têm relação com engenharia, automação e conhecimentos de informática. Sã elas: supervisor de transformação em indústria de transformação de plástico, engenheiro de petróleo, técnico em sistema de informação, trabalhador de superfície de metais, engenheiro de mobilidade, técnico em mecatrônica, biotecnologista, engenheiro ambiental e sanitário e desenhista técnico em eletricidade, eletrônica e eletromecânica.


"A perspectiva é mais positiva na área de produção, mas a área de gestão também está bastante intensa", diz Hilda Alves, gerente de pesquisa da Firjan. A projeção de crescimento traçada pelas empresas é um cenário que deve se estender até 2020, segundo a pesquisa. Porém, o panorama positivo tem um preço. Para cuidar de tanta automação e tecnologia, o setor industrial nunca esteve quanto exigente em 
relação à preparação e qualificação dos  profissionais. "Teremos uma trajetória de crescimento construída em cima dessas novas oportunidades, dessa grande mão de obra que o mercado vai continuar colocando", afirma Daniel Moczydlower, presidente de empresa. A expectativa é tão boa que até quem ainda dá os primeiros passos no curso técnico já pensa nas oportunidades futuras. "Quero fazer engenharia de automação industrial, me formar em engenheiro e procurar alguma especialização", diz Heitor Matos, aluno de curso técnico.


> Portal G1, 05/03/2012
Alunos estudam sentados no chão por falta de carteiras em escola de MT
Aulas na rede pública de Várzea Grande começaram com um mês de atraso. Segundo secretaria, salas foram construídas e carteiras não foram compradas
Do G1 MT
Sem carteiras nas salas de aula, alunos da rede pública municipal de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, estão com dificuldades para estudar. Em uma escola, das dez salas de aula, quatro estão sem carteiras e as crianças tiveram que sentar no chão para acompanhar as aulas. As aulas no município iniciaram nesta segunda-feira (5) com mais de um mês de atraso. A Secretaria de Educação informou que ao longo da semana a situação deve se resolver na maioria das escolas. Em umas das salas, os 27 alunos iniciaram o ano letivo estudando no chão. “É ruim porque a gente nunca estudou assim. Antes a gente colocava a mão em cima da carteira para poder escrever, agora a gente não sabe como fazer”, lamentou o aluno Luan Teixeira Oliveira. Uma das professoras acha que até a saúde dos alunos pode ser prejudicada. “É esquisito. Eu fico sem jeito e eu estou achando constrangedor. Porque eles ficam até com dor nas costas”, detalhou a professora Ana Lúcia de Assunção.


Por causa do problema, Francislene de Campos Coelho, diretora da escola, afirmou que decidiu fazer um rodízio entre oito turmas, no período da manhã e da tarde. Até um comunicado foi encaminhado aos pais explicando os motivos. “A partir de hoje nós estaremos encaminhando bilhetes com as quatro turmas em que diariamente haverá o rodízio até que as carteiras cheguem. É melhor as crianças hoje sentarem no chão e terem segurança do que elas irem embora”, declarou. Na Escola Municipal Angela Jardim Botelho estudam 600 crianças. Além das carteiras, os alimentos para as merendas ainda não chegaram. Para servir algum lanche aos alunos, as merendeiras usaram
alimentos que sobraram do ano passado. “Enquanto tiver [alimento] nós estaremos oferecendo. Sobrou a merenda, a gente guardou e estamos oferecendo”, afirmou a diretora. Odenil Sebba é secretário de Educação de Várzea Grande. Conforme ele, a falta de carteiras aconteceu porque a demanda de alunos aumentou e que a falta de carteiras só foi notada neste ano. “No ano passado foram construídas 40 novas salas de aula, porém, ao mesmo tempo que essas salas estavam sendo construídas, quem estava na secretaria já deveria estar providenciando também as carteiras”, explicou. Ainda conforme o secretário, as 250 carteiras entregues para algumas escolas serão insuficientes. Em relação à falta de alimentos para a merenda. O secretário garantiu que as entregas devem ser normalizadas até esta terça-feira (6).


Editoriais, artigos e opiniões
> Estado de Minas, 06/03/2012 - Belo Horizonte MG
Tecnologia nas salas de aula
Eldo Pena Couto Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova
Consideradas por especialistas ferramentas indispensáveis ao setor de ensino-aprendizagem, as novas tecnologias da comunicação conquistam relevância cada vez maior nas salas de aula. Smartphones, tablets, holografia 3D e tantas outras novidades possibilitam que as escolas – que não podem ignorar a evolução – adotem, na medida do possível, esses novos recursos, os quais, somados aos métodos tradicionais, podem atuar positivamente no processo educacional. Até recentemente, a escola mostrou-se tímida em relação ao uso pedagógico das novas tecnologias. Por algum tempo, limitou-se a abrigar laboratórios de informática, com o objetivo de iniciar os alunos nos programas Word, Excel, Power Point, com pouca ou nenhuma interação e sem muitos atrativos. Mais adiante, houve uma evolução da própria tecnologia e esses laboratórios passaram a servir aos professores, que começaram a se familiarizar com os recursos disponíveis e a empregá-los como ferramentas a serviço da qualidade do ensino.


A tecnologia hoje está na palma da mão e na ponta dos dedos. Mais barata, popularizou-se, abrangendo todas as camadas sociais. Hodiernamente, a maioria dos jovens está conectada, marcando encontros virtuais, participando de fóruns, criando e compartilhando conteúdo. É aí que entra o trabalho do professor, utilizando esse meio para motivar o aluno, falar sua linguagem, tornar mais atraentes os conteúdos e mais eficientes as aulas. Assim, é 
inegável que o uso inteligente dessas ferramentas leva a escola a trilhar novos caminhos, obtendo maior eficiência nos serviços de ensino-aprendizagem. É importante ressaltar que a escola, ao modernizar-se e adotar metodologias mais avançadas, não está perdendo sua identidade, como sugerem alguns críticos. Na verdade, está adotando um comportamento necessário, pois os alunos, que dominam esses aparelhos, estão totalmente imersos nessa tecnologia, cresceram acompanhando essa evolução, sentem-se inteiramente confortáveis em um mundo frequentemente enigmático para a velha geração e, por isso mesmo, os recursos visuais são tão importantes para eles.


No atual cenário educacional, a questão visual não pode ser ignorada, pois adquiriu uma inquestionável relevância. Um educador precisa utilizar imagens quase reais para ilustrar o conteúdo que está transmitindo, caso contrário, corre o risco de não motivar o aluno, ou de não captar sua atenção. A tecnologia entra, então, auxiliando o professor, que, ao contrário do que se imagina, não precisa dominá-la inteiramente. Não é incomum que até os bons professores sintam dificuldades em algumas situações, mas, por meio da gestão em classe, podem aproveitar o conhecimento dos alunos, que evidenciam satisfação em demonstrar o domínio das novas mídias. Contudo, as novas tecnologias não deixam de apresentar problemas. Se, há alguns anos, relógios com jogos ou walkmans 
dispersavam os alunos, celulares com internet e tablets, com tecnologia 3G, são hoje os grandes fatores de distração em sala. Além disso, há uma infinidade de sites não interessantes à formação, com conteúdo inapropriado, que acabam deseducando os jovens, já que, em certos casos, pais que não acompanharam essas mudanças não conseguem monitorar o que os filhos acessam.


Isso sem falar nos custos, que, embora sejam inferiores aos de alguns anos atrás, continuam altos para determinados aparelhos. Em médio ou longo prazo, a tendência é que o tablet substitua o caderno, mas, por enquanto, a realidade, no Brasil, ainda é outra, um país com dimensões continentais, com enorme desigualdade social. Também se deve considerar que o acesso às novas tecnologias nas grandes cidades do Centro-Sul está próximo ao do primeiro mundo, mas limita-se gradativamente, à medida que se adentra o interior do país. Mesmo assim, essas limitações perdem espaço diante das inúmeras possibilidades positivas que se oferecem. Nesse caso, vale sempre a regra da escola quanto à utilização e posse de aparelhos, restringindo seu uso, dentro de sala, quando não se destinam a fins didáticos. Dessa forma, a tecnologia deve ser utilizada em pesquisas e realização de atividades específicas, valendo-se do melhor que tem a oferecer, sem entrar em contradição com o âmbito da formação de hábitos e de valores.


> Folha de São Paulo, 06/03/2012 - São Paulo SP
Retrocesso em ciência e tecnologia
Os cortes em ciência condenam o país ao subdesenvolvimento; a aversão dos economistas por tecnologia, preferindo fazer o país pagar royalties, é desastrosa
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Em relação ao ano de 2011, o orçamento federal de 2012 para o setor de ciência e tecnologia teve um acréscimo de cerca de 20%. Exultaram os membros da comunidade acadêmica nacional. Todavia, esse aumento meramente corrigia uma redução de cerca de 10% ocorrida entre 2010 e 2011, além das perdas devidas à inflação ocorrida em 2010 e 2011. Ou seja, o orçamento de 2012, que aparentemente apresenta um ganho de 20% com relação a 2011, apenas restaura o valor de 2010. Fomos iludidos. Pois bem, não bastasse esse logro, a administração atual impôs um corte de 22% no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Como 70% desses recursos se referem a custos fixos (salários, impostos etc.), pouco ou nada resta para os projetos, mesmo aqueles que já estão em andamento. Isso terá como consequência a existência de perdas não só de tempo, mas até mesmo de investimentos já realizados.


É interessante notar a diferença entre educação, que não teve cortes, e o setor de ciência e educação. Nenhum cidadão consciente proporia cortes em educação. Mas é bom notar que, se
educação tem consequências imediatas, algo que se exprime no acesso ao emprego, a ciência e a tecnologia representam o desenvolvimento econômico e social futuro do país. A forte correlação entre o investimento em pesquisas e PIB per capita das nações é prova suficiente. Mas de quem seria a culpa senão de David Ricardo (1772-1823), com seu "teorema dos custos comparativos"? Essa é a única doutrina sobre a qual todos economistas, exceto talvez Arghiri Emmanuel, estão de acordo. Mas ela, não obstante, é obtusa. Explico-me. De acordo com essa teoria, se o Brasil produz soja a custos menores que o Japão e o país asiático produz eletrônica a custos menores que o Brasil, então o ganho global será maior se o Brasil se concentrar na produção de soja -e se o Japão se dedicar à eletrônica. Adotando-se essa doutrina para todos os itens de troca internacional, o Brasil estará sendo condenado indefinidamente à produção de itens de baixo valor agregado, ou seja, ao subdesenvolvimento.


Isso acontecerá inexoravelmente se o Brasil continuar sendo impedido de realizar pesquisas. Diz-se que
Mário Henrique Simonsen, o gênio, teria argumentado: "Se pagamos apenas US$ 200 mil de royalties, então para que gastar com pesquisas em ciência e tecnologia?". Hoje, pagamos US$ 10 bilhões de royalties. Mas isso é apenas a ponta do "iceberg". A consequência desastrosa da aversão que os economistas tradicionalmente sentem por tecnologia é a incapacidade que tem o Brasil hoje (e, pelo jeito, continuará tendo no futuro) de competir no campo de manufaturados e outros produtos de alto valor agregado, por falta de competência tecnológica. Mantega imita Simonsen, para a desgraça do Brasil. Enquanto na China 80% dos cargos de decisão são ocupados por engenheiros, no Brasil são economistas, quando não advogados, que decidem. Talvez esse fato explique o desenvolvimento modesto do Brasil em comparação com o da China. ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, 80, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), membro do Conselho de Ciência e Tecnologia da República e do Conselho Editorial da Folha.

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