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quinta-feira, 8 de março de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, SEXTA 02 DE MARÇO DE 2012





Matérias de Hoje
  • Cristovam Buarque defende federalização da educação de base > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Mercadante apela para que professores evitem greve > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • União paga segunda parcela da complementação do Fundeb > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Mercadante quer usar pré-sal para pagar piso nacional de professores > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Piso salarial médio dos professores em Pernambuco será de R$2.050,00 > Portal G1
  • Jovens entram cada vez mais cedo para a universidade em Uberlândia > Portal G1
  • Pesquisa avalia importância e qualidade das creches no Brasil > Portal Terra Educação
  • Escolas com tablets podem ser opção à evasão, diz ministro > Portal Terra Educação
  • Pesquisa: Estado deve ser responsável por criança na ausência dos pais > IG Educação


Editoriais, artigos e opiniões
  • Educação de adultos > Estado de Minas - Belo Horizonte MG
  • Censurando o dicionário > Folha de São Paulo - São Paulo SP
  • Temos um acordo ou um desacordo ortográfico? > O Tempo - Belo Horizonte MG


Matérias
> Correio Braziliense, 01/03/2012 - Brasília DF
Cristovam Buarque defende federalização da educação de base
Agência Senado
Passar para a União a responsabilidade pelo ensino básico é a saída para o Brasil dar um salto de qualidade na educação. A avaliação é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, em pronunciamento em Plenário nesta quinta-feira (1º), defendeu a federalização da educação de base. O senador elogiou as boas intenções do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mas afirmou que ele será apenas o ministro do "avanço" e não do "salto" por não aprovar a medida.
Cristovam afirmou que Mercadante é o ministro da Educação com mais condições de realizar um bom trabalho à frente da pasta. É o ministro com mais votos a chegar ao ministério, tem força no governo e no PT e ainda passou pelo comando de outra pasta importante: o Ministério de Ciência e Tecnologia. Apesar disso e de suas boas ideias, o senador acredita que ele não deve conseguir resultados definitivos, pois o ministério estaria
"prisioneiro" do ensino superior. - Enquanto não tivermos um Ministério da Educação de Base, em que o ministro possa falar só disso, e só possa mostrar resultados nisso, e ser criticado pelo que fizer errado nisso, nós não vamos ter um ministro que de fato dê um salto na Educação de Base. Além isso, não há como melhorar a educação nos pobres municípios e estados brasileiros enquanto a União não for responsável pelo ensino de nossas crianças - argumentou.


Para Cristovam, uma grande dificuldade para melhorias na educação de base é a contradição entre o valor que deveria ser pago aos professores e os recursos que os governos estaduais dispõem para isso. O senador disse ter comemorado o anúncio esta semana do reajuste no piso salarial dos professores para R$ 1.451,00, mas este salário ainda estaria distante do ideal para a categoria. O ideal deveria ser a criação de uma carreira do magistério, com
salários iniciais em torno de R$ 9 mil. - Os governadores não podem pagar (esse valor) e os professores não podem trabalhar com salário tão baixo. Como resolver esta contradição? Federalizando a educação de base - defendeu, lembrando que as melhores escolas do país não são estaduais, mas federais. O senador fez sugestões de como resolver a questão, sabendo que a solução só viria a longo prazo, já que não seria possível à União assumir todas as escolas do país de uma só vez. Uma ideia seria o governo federal se responsabilizar por 300 escolas em todo país e, ao longo dos anos, aumentar este número até alcançar as 200 mil escolas existentes. Outra proposta seria escolher um município específico - a partir de critérios como o mais baixo IDH - e adotar todas as escolas daquela cidade. A partir daí e ir ampliando a atuação a outros municípios. Só assim, acredita ele, seria possível fazer uma revolução na Educação do país.

> O Estado de São Paulo, 01/03/2012 - São Paulo SP
Mercadante apela para que professores evitem greve
No programa 'Bom Dia, Ministro', ele pediu que docentes busquem entendimento com prefeituras
Agência Brasil
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reconheceu nesta quinta-feira que o reajuste de 22,2% no piso nacional do magistério é elevado e que algumas prefeituras terão dificuldade com as novas folhas de pagamento. Ele fez um apelo a professores e gestores municipais para que busquem o entendimento e evitem paralisações. “É preciso equilíbrio, responsabilidade. Os professores têm que ajudar para que isso seja absorvido e para que não haja retrocesso”, ressaltou, ao participar do programa Bom Dia, Ministro.


O novo piso foi anunciado na segunda-feira, 27, e elevou o
salário dos professores de R$ 1.187 para R$ 1.451. O valor estipulado para este ano acompanha o aumento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) de 2011 para 2012, conforme determina a legislação atual. Alguns Estados e municípios alegam dificuldade financeira para pagar o valor determinado. Governadores reuniram-se nesta semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e pediram a aprovação de um projeto de lei que altere o critério de correção do piso, que passaria a ser feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação. Mercadante lembrou que, em alguns estados, 57% da folha de pagamento são destinados a pagamento de aposentados. “Não é só um problema do piso, há problemas localizados”, avaliou. Para o ministro, a qualidade da educação constitui o maior desafio histórico brasileiro e, sem incentivo financeiro, os bons profissionais não vão querer lecionar. “Precisamos de uma solução que seja sustentável e progressiva. O que não podemos é congelar o piso”, disse. “Para este ano, a lei é esta. Já divulgamos os parâmetros e a lei é para ser cumprida”, concluiu.


> Correio Braziliense, 01/03/2012 - Brasília DF
União paga segunda parcela da complementação do Fundeb
Ascom Mec
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) depositou nesta quarta-feira, 29 de fevereiro, a segunda parcela da complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O valor transferido é de R$ 606.881.181,10. Este ano, são beneficiados com a complementação da União os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e respectivos municípios, por não terem alcançado o valor anual mínimo nacional previsto para este exercício, que é de R$ 2.096,68. O recurso transferido obedece ao cronograma de repasse da complementação ao Fundeb disponível no portal do FNDE. Os repasses podem ser acompanhados pela internet, nos sítios da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco do Brasil.


> O Estado de São Paulo, 01/03/2012 - São Paulo SP
Mercadante quer usar pré-sal para pagar piso nacional de professores
Ministro da Educação sugere vincular 30% dos recursos do petróleo para pagar o piso de R$ 1.451
Rafael Moraes Moura
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira, 1, que a vinculação de recursos do pré-sal para a educação pode ajudar Estados e municípios a arcar com o novo valor do piso nacional dos professores, que foi reajustado para R$ 1.451 por mês. “Precisamos fortalecer o repasse de recursos de educação para Estados e municípios, e o melhor caminho é o pré-sal. Se vincularmos pelo menos 30% dos recursos do pré-sal para educação, ciência e tecnologia, nós teremos como sustentar uma melhora significativa em todo o sistema educacional pelo menos por uma década”, defendeu Mercadante durante o programa Bom Dia, Ministro.


Mercadante disse que o Ministério da Educação (MEC) sabe das
dificuldades de Estados e prefeituras de garantir o pagamento desse valor, mas afirmou que as “dificuldades não podem levar ao retrocesso”. “Se quisermos ter educação de qualidade no Brasil, vamos ter de continuar recuperando o piso, para que os jovens que estão na universidade se motivem a ser professores”, afirmou. Ele também pediu que os professores evitem greves prolongadas que prejudiquem os estudantes. Enem. Mercadante voltou a defender que as redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passem por mudanças no critério de correção, garantindo mais objetividade e segurança aos alunos. Conforme o Estado informou anteontem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC que cuida do Enem, discute internamente mudanças na correção das redações. O Inep deve comunicar nas próximas semanas as alterações que serão feitas, válidas já para a edição 2012 do exame, marcada para 3 e 4 de novembro.


Uma das possibilidades é, no caso de discrepância das notas do primeiro e do segundo corretor, a redação ser levada a uma banca com três especialistas. Outra medida em estudo é diminuir de 300 para 200 a diferença de pontos que leve à terceira revisão. “Vamos mudar os critérios de correção, porque a redação sempre tem um caráter subjetivo. Quanto menor a dispersão das notas, quanto mais objetividade e segurança nós dermos aos alunos, melhor para a valorização do Enem.”


> Portal G1, 01/03/2012
Piso salarial médio dos professores em Pernambuco será de R$2.050,00
Reajuste de 22,2% no vencimento-base foi anunciado nesta quinta (1°). Condeam diz que 50% dos municípios não terão como pagar novo salário
Do G1 PE
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinou na tarde desta quinta-feira (1°) o projeto de lei que reajusta em 22,2% o piso salarial dos professores no Estado, seguindo o mesmo percentual definido pelo Ministério da Educação (MEC), divulgado no começo desta semana. Com a correção, a remuneração mínima do docente de nível médio e jornada de 200 horas semanais passará de R$1.187,00 para R$ 1.451,95. Em Pernambuco, há 70 mil professores. Já o vencimento-base dos professores de nível superior subirá de R$1.247,37 para R$ 1.524,53. No geral, o piso médio da categoria será de R$2.050,00. A decisão é retroativa a 1° de janeiro deste ano - o salário de janeiro será pago em março e o de fevereiro, em abril. Segundo o governador, o Estado aguardava um posicionamento do MEC quanto ao percentual do reajuste para encaminhar o projeto de lei. O documento já foi encaminhado em regime de urgência para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, que aguardará o parecer da Comissão de Justiça. O projeto será publicado nesta sexta-feira (2) no Diário Oficial do Estado. De acordo com o secretário de Administração, Ricardo Dantas, a repercussão financeira será da ordem de R$ 299,83 milhões em 2012, sendo R$ 22,9 milhões por mês. "O governo estadual tem recursos para bancar o reajuste. Sobre os municípios, a contribuição da receita do Estado no Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], que é distribuída aos municípios, é de cerca de R$700 milhões para que eles possam honrar seus compromissos", disse. "Existem municípios em situações fiscais distintas, com uma folha de aposentados enorme, outros que nem têm aposentados. Então, há situações e situações a serem consideradas. E é cada município que pode falar sobre isso", complementou o governador Eduardo Campos.


Presente na solenidade de assinatura do projeto de lei, o prefeito de Palmerina, Edson Catão, também presidente da Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam), afirmou que mais de 50% dos municípios pernambucanos não vão conseguir arcar com os custos da correção do piso. "Dos 42 municípios do Agreste meridional, por exemplo, 30% não vão ter condições de pagar esse novo salário. Ano passado, nós recorremos ao MEC para a ajuda
financeira a qual temos direito, mas ele nem respondeu. Vamos recorrer de novo agora e acionar o Ministério Público Federal sobre o assunto", falou.


A aplicação do piso é obrigatória para estados e municípios, de acordo com a lei federal número 11.738, de 16 de junho de 2008. Estados e municípios podem alegar não ter verba para o pagamento deste valor e, com isso, acessar recursos federais para complementar a folha de pagamento. No entanto, desde 2008, nenhum estado ou município recebeu os recursos, porque, segundo o MEC, ninguém conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim. O anúncio do reajuste foi bem recebido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Pernambuco (Sintepe). "O governo está cumprindo o acordo fechado conosco. A única pendência é em relação à aula-atividade. Segundo a Lei do Piso, de 2008, um terço da nossa carga horária deveria ser usada para preparação de aula e atividades afins, porém, hoje só destinamos de 20 a 30% do tempo para isso", explicou a vice-presidente do Sintepe, Antonieta Trindade.


> Portal G1, 01/03/2012
Jovens entram cada vez mais cedo para a universidade em Uberlândia
Pesquisa aponta que média de idade na UFU é de 17 e 18 anos. Coordenador atribui o fato à data de entrada no ensino fundamental
Do G1 Triângulo Mineiro
Devido às alternativas de ingresso às universidades, os jovens têm iniciado o ensino superior cada vez mais cedo. Em Uberlândia, juntando o resultado do último Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e Programa de Ação Afirmativa de Ingresso no Ensino Superior (Paaes), os jovens alunos são maioria na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A média de idade dos matriculados que entraram pelo Sisu ficou em 21,4 anos. O maior percentual é de alunos com 18 anos e em segundo lugar a turma com 17 anos. (Confira abaixo a pesquisa feita pela UFU). No começo há dificuldades de adaptação, medo de estar no curso errado, mas logo as vantagens aparecem. Muitos universitários iniciam o curso superior com uma média de 17 anos de idade. É o caso de Pedro Paulo Souza Alves, que tem 17
anos e começou a fazer Engenharia Elétrica. Para ele as novidade são grandes, mas de acordo com o estudante, a vida na universidade é bem diferente. “Aqui na universidade a vida é completamente diferente. Não tem carga horária certinha igual no ensino médio e professor não fica correndo atrás do aluno. A cobrança aqui vai ser boa porque vamos adquirir muita maturidade”, contou.
Muitos jovens têm o mesmo ponto em comum. Para o engenheiro elétrico Gustavo Ferreira a adaptação pode ser um complicador por causa da pouca idade.“É complicado porque você presta vestibular e não sabe o que realmente vai ver no curso, ou que área vai atuar”, disse. Por outro lado, os jovens ingressantes no ensino superior enxergam benefícios. Camila
Magalhães, estudante de Engenharia Química, comentou que ser jovem significa ganhar tempo. “Vamos ter mais tempo para nos preparar e ver coisas novas na faculdade e depois dela vamos ter tempo também para podermos nos capacitar para o mercado de trabalho”, ressaltou. Cláudio Miotto é coordenador de aplicação de provas e atribui a entrada mais cedo na faculda à pequene diferença de idade para quem ingressa no ensino fundamental. "Em função da data de nascimento da criança pode-se entrar no ensino fundamental com 6 ou 7 anos, o que acaba por consequência apresentado esta estatística com esta pequena diferença quando ingressar na faculdade. Também se percebe uma oferta maior de vagas no país para o ensino superior”, finalizou o coordenador de aplicação de provas.


> Portal Terra Educação, 01/03/2012
Pesquisa avalia importância e qualidade das creches no Brasil
Para a sociedade brasileira, o cuidado das crianças enquanto os pais estão no trabalho é uma responsabilidade que precisa ser dividida entre o Estado (42%) e a família (47%). Um estudo feito pelo Instituto Patrícia Galvão, divulgado nesta quinta-feira avalia como a população brasileira percebe a importância das creches e a qualidade desses serviços. Em janeiro e fevereiro, mil pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em 70 municípios do País. Na Região Sudeste, a maioria do entrevistados (57%) acredita que a responsabilidade pelo cuidado das crianças enquanto os pais estão no trabalho é de órgãos públicos. Nas regiões Sul e Nordeste, a maior parte considera a responsabilidade uma atribuição das mães ou da família, com 69% e 62%, respectivamente.


A classe média ascendente, a chamada classe C, também responsabiliza mais o Estado do que a família pelo cuidado da criança, sobretudo as prefeituras. De acordo com o estudo, trata-se da principal classe usuária dos serviços das creches e, portanto, a que mais depende desse atendimento. De acordo com a pedagoga e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Maria Campos, para as crianças menores de três anos 
existe o direito do atendimento em creche, mas isso não é uma obrigação nem da família nem do Estado. "A gente sabe que, dos quase 6 mil municípios brasileiros, uma porcentagem alta não tem condições de responder a esse atendimento, pois não tem equipe, estrutura ou recursos". A pesquisa também aponta que 32% das mulheres com crianças em casa, independentemente da classe social, apontam o número de vagas como o fator mais importante, seguido de horário de funcionamento (25%) e localização (21%). Quanto à avaliação dos serviços das creches, há uma mudança significativa de percepção, pois, embora a maioria das mulheres que trabalham tenha uma avaliação positiva, entre as sem filhos a tendência de avaliar positivamente o serviço é maior (57%) do que entre aquelas que têm filhos (47%).


A avaliação das creches é mais positiva nos municípios do interior, onde 57% consideram o desempenho ótimo ou bom. Nas regiões metropolitanas, esse número cai para 44%, e nas capitais, para 39%. Tanto nas capitais quanto nas regiões metropolitanas, 30% dos entrevistados consideram as creches regulares e, 17% e 19%, respectivamente, consideram-nas
ruins ou péssimas. Segundo Maria Campos, o acesso às creches é muito problemático em alguns lugares. Para ela, aumentar o número de vagas sem qualidade pode ser perigoso. "Se vai aumentar a quantidade de vagas, que se respeitem as condições mínimas de qualidade. A resposta das família mostra que elas não têm muita informação sobre a qualidade das instituições. Estão um pouco iludidas" A pesquisadora acredita que, mesmo com o dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), muitas prefeituras não conseguem se organizar. "Elas não conseguem responder nem a 10% da demanda. Por isso, têm uma situação muito desigual. A gente sabe que a demanda sofre muito a influencia da oferta. Onde não existe creche, as famílias não chegam nem a procurar". O Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) tem como meta a construção de 6 mil creches até 2014. Segundo o Ministério da Educação, foram firmados mais de 1,5 mil convênios no ano passado, no entanto, as creches ainda não estão prontas. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos estão matriculadas em creches, sejam elas públicas ou privadas.


> Portal Terra Educação, 01/03/2012
Escolas com tablets podem ser opção à evasão, diz ministro
Ao comentar a decisão de distribuir tablets para professores do ensino médio na rede pública, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que as escolas precisam ficar mais atrativas para os alunos e que investir nesse tipo de tecnologia pode ser uma alternativa à evasão escolar. "A escola tem que ficar mais interessante", ressaltou, explicando que o mercado de trabalho aquecido do País se torna grande atrativo para que os jovens deixem a escola. "A geração nova quer essas informações. Não dá para a gente ficar só com o quadro-negro do século 17", completou. Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mercadante lembrou que 320 mil professores já foram qualificados por meio de cursos de formação para utilizar o tablet. O próximo curso, segundo ele, deve ter carga horária de 350 horas. "Essa luta eu já comprei - vamos ter computadores na escola. O professor vai ter todas as chances de se modernizar se quiser", disse. "Impensável, no século 21, é ter um professor que não pode entrar no Google", concluiu.


> IG Educação, 01/03/2012
Pesquisa: Estado deve ser responsável por criança na ausência dos pais
Levantamento aponta que, para brasileiros, órgãos públicos ou família devem cuidar das crianças quando pais estão no trabalho
Agência Brasil
Para a sociedade brasileira, o cuidado das crianças enquanto os pais estão no trabalho é uma responsabilidade que precisa ser dividida entre o Estado (42%) e a família (47%). Um estudo feito pelo Instituto Patrícia Galvão, divulgado nesta quinta-feira (1º), avalia como a população brasileira percebe a importância das creches e a qualidade desses serviços. Em janeiro e fevereiro, 1 mil pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em 70 municípios do País. Na Região Sudeste, a maioria do entrevistados (57%) acredita que a responsabilidade pelo cuidado das crianças enquanto os pais estão no trabalho é de órgãos públicos. Nas regiões Sul e Nordeste, a maior parte considera a responsabilidade uma atribuição das mães ou da família, com 69% e 62%, respectivamente. A classe média ascendente, a chamada classe C, também responsabiliza mais o Estado do que a família pelo cuidado da criança, sobretudo as prefeituras. De acordo com o estudo, trata-se da principal classe usuária dos serviços das creches e, portanto, a que mais depende desse atendimento.


De acordo com a pedagoga e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Maria Campos, para as crianças menores de 3 anos existe o direito do 
atendimento em creche, mas isso não é uma obrigação nem da família nem do Estado. “A gente sabe que, dos quase 6 mil municípios brasileiros, uma porcentagem alta não tem condições de responder a esse atendimento, pois não tem equipe, estrutura ou recursos”. A pesquisa também aponta que 32% das mulheres com crianças em casa, independentemente da classe social, apontam o número de vagas como o fator mais importante, seguido de horário de funcionamento (25%) e localização (21%).


Quanto à avaliação dos serviços das creches, há uma mudança significativa de percepção, pois, embora a maioria das mulheres que trabalham tenha uma avaliação positiva, entre as sem filhos a tendência de avaliar positivamente o serviço é maior (57%) do que entre aquelas que têm filhos (47%). A avaliação das creches é mais positiva nos municípios do interior, onde 57% consideram o desempenho ótimo ou bom. Nas regiões metropolitanas, esse número cai para 44%, e nas capitais, para 39%. Tanto nas capitais quanto nas regiões metropolitanas, 30% dos entrevistados consideram as creches regulares e 17% e 19%, respectivamente, consideram-nas ruins ou péssimas. Segundo Maria
Campos, o acesso às creches é muito problemático em alguns lugares. Para ela, aumentar o número de vagas sem qualidade pode ser perigoso. “Se vai aumentar a quantidade de vagas, que se respeitem as condições mínimas de qualidade. A resposta das família mostra que elas não têm muita informação sobre a qualidade das instituições. Estão um pouco iludidas”.


A pesquisadora acredita que, mesmo com o dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), muitas prefeituras não conseguem se organizar. “Elas não conseguem responder nem a 10% da demanda. Por isso, têm uma situação muito desigual. A gente sabe que a demanda sofre muito a influencia da oferta. Onde não existe [creche], as famílias não chegam nem a procurar”. O Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) tem como meta a construção de 6 mil creches até 2014. Segundo o Ministério da Educação, foram firmados mais de 1,5 mil convênios no ano passado, no entanto, as creches ainda não estão prontas. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos estão matriculadas em creches, sejam elas públicas ou privadas.


Editoriais, artigos e opiniões
> Estado de Minas, 02/03/2012 - Belo Horizonte MG
Educação de adultos
Marco Antônio Silva - Professor de história e doutorando em educação pela UFMG
Neste início de ano mais de 100 turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) foram fechadas nas escolas municipais de Belo Horizonte. Situação paradoxal. Convivemos com aproximadamente 50 mil analfabetos e centenas de milhares que não concluíram o ensino fundamental. Qual seria então a explicação para esse fato? A Secretaria de Educação ofereceu vagas suficientes apenas para atender ao mesmo número de estudantes que frequentaram as escolas nas últimas semanas de 2011. Novas turmas serão autorizadas caso haja demanda comprovada por pedidos de novas matrículas. Entretanto, a EJA em BH está condenada à extinção caso esta fórmula persista nos próximos anos.


De fato, existem adultos que abandonam a escola por falta de interesse. Entretanto, muitos não continuam devido às impossibilidades de conciliar trabalho e estudo ou a sérias dificuldades de aprendizado agravadas pelos longos anos fora da escola. O índice alto de evasão faz com que o número de estudantes no fim do ano seja sempre menor que nos primeiros meses. O fechamento de turmas, por sua vez, provoca o remanejamento de professores para outras localidades, turnos de trabalho e modalidades de ensino.
O corpo docente passa a viver um receio de continuar prestando serviços num segmento que pode se extinguir a qualquer momento. Além disso, provoca-se uma onda de desestruturação de equipes de trabalho com projetos pedagógicos construídos coletivamente ao longo de muitos anos e que ainda teriam muito a oferecer.


A captação de alunos também é bastante deficitária na EJA. Muitos não têm informação sobre este tipo de serviço, já que a divulgação nos meios de comunicação praticamente inexiste. Aliás, para atingir estes brasileiros, que muitas vezes não leem jornais, as campanhas em rádio e televisão não podem ser dispensadas. No entanto, a informação apenas nem sempre é suficiente. Para voltar a estudar, é necessário que o cidadão vença o constrangimento frente às manifestações sociais, explícitas ou veladas, de reprovação. A máxima de que estudar é algo reservado exclusivamente aos mais jovens está impregnada no senso comum. Por isso, muitos adultos relatam que são desencorajados e, até, ridicularizados pelo grupo de amigos e familiares quando dizem que voltaram para a escola. As gerências de educação das nove administrações regionais não parecem tratar de maneira uniforme a EJA na cidade. Em algumas as
práticas adotadas vêm conduzindo a educação de adultos inexoravelmente para a extinção. A bem da verdade, cabe ressaltar que em outras há uma dedicação dos agentes públicos que se reflete na manutenção ou até ampliação do número de estudantes a cada ano. Positivas também são as contribuições de padres, pastores evangélicos, líderes religiosos e comunitários que vêm divulgando e incentivando os mais velhos a voltarem aos bancos escolares.


Entretanto, é importante e necessário que se adote uma política mais clara e definitiva para escolarização desses milhares de belo-horizontinos. O foco da Secretaria Municipal de Educação não deve ser a contagem dos estudantes para o fechamento de turmas. É preciso que se invista mais no combate à evasão, na ampliação da captação de alunos, na promoção de um ensino de qualidade e em campanhas de conscientização nos meios de comunicação sobre a importância do conhecimento para a sociedade. Assim, o aluno da EJA passará a ser admirado e não constrangido em seus grupos de convivência. Sua dedicação aos estudos pode se tornar, inclusive, um modelo extremamente positivo para crianças e adolescentes.


> Folha de São Paulo, 02/03/2012 - São Paulo SP
Censurando o dicionário
Hélio Schwartsman
SÃO PAULO - Ou botaram alguma coisa na água do bebedor do MPF (Ministério Público Federal) de Belo Horizonte ou o parquet não sabe para que serve um dicionário. É despropositada a ação civil pública que o MPF ajuizou pedindo a retirada de circulação do dicionário "Houaiss", porque a obra contém "expressões pejorativas e preconceituosas" contra os ciganos. Entre as múltiplas definições para a palavra, constam "aquele que trapaceia, velhaco, burlador" e "agiota, sovina". Evidentemente, o "Houaiss" marca esses usos como pejorativos. Não cabe ao lexicógrafo dar lições de moral ou depurar o idioma das injustiças sociais que ele carrega, mas tão somente registrar as acepções presentes e passadas dos vocábulos. Se deixa de fazê-lo, a obra torna-se inútil. Por isonomia, o MPF deveria também mandar recolher todos os dicionários que trazem, por exemplo, o termo "beócio". Para essa palavra, o "Aurélio" registra: "curto de inteligência; ignorante, boçal". Se olharmos para a etimologia, descobriremos que estamos diante de um imemorial preconceito dos atenienses, para os quais os habitantes da Beócia não passavam de camponeses estúpidos.


Na mesma linha vão "capadócio" (natural da Capadócia, mas também ignorante, trapaceiro, canalha), "filisteu" (antigo habitante
da Palestina e pessoa inculta, vulgar), "vândalo" (membro de uma tribo germânica e destruidor), além de "lapônio", "ladino", "safardana", "maltês". Também carregam alguma dose de intolerância termos como "judiar" (agir como judeu e maltratar), "cretino" (quem padece de hipotireoidismo), "escravo" (que vem de eslavo). No fundo, línguas são verdadeiros catálogos de preconceitos, às vezes nem originais, mas herdados de outros povos. Com o passar do tempo, já nem os reconhecemos como tal, mas as palavras em que resultaram enriquecem e dão caráter histórico ao idioma. Privar a língua dessa dinâmica é torná-la uma língua morta.


> O Tempo, 02/03/2012 - Belo Horizonte MG
Temos um acordo ou um desacordo ortográfico?
JOSÉ MARIA THEODORO Mestre em linguística e língua portuguesa
O ano de 2012 é o último de transição para as novas regras ortográficas, seguindo o acordo estabelecido pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que passou a valer a partir de janeiro de 2009 no Brasil. Depois de muito debate sobre a necessidade da reforma, a preocupação maior é em torno da nova ortografia, se houve adaptação e, se não houve, como fazer para que as mudanças sejam assimiladas. Em Portugal, o período de adaptação é até 2015 e há discordância quanto à aceitação do acordo. A Provedoria de Justiça está analisando um pedido de revisão da constitucionalidade. Dentre outros argumentos contrários, há o que defende o dinamismo da língua: sem acordos, cada país é livre para que aconteça a evolução natural, conforme os diferentes contextos geográficos e socioculturais. Algumas modificações foram feitas com a justificativa de reforçar o papel da língua portuguesa como idioma de comunicação internacional e promover a união e a proximidade dos países que têm o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Justificativas meio toscas. "Os putos continuam na bicha" e a gente não entende nada. Nem lá nem cá. Vamos acoitar o dialeto para ver no que dá. O MEC investiu em 2009 na compra de 204 mil exemplares do "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa" para as escolas públicas. Fato ou "facto", não importa, o hífen continua dando muito trabalho!



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