Páginas

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL TERÇA, 14 DE FEVEREIRO DE 2012



Matérias de Hoje
  • Câmara pode liberar abatimento do IR de gasto com material escolar > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Entre a hora trabalhada e a hora-aula > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Ensino em blocos tem futuro incerto no PR > Gazeta do Povo - Curitiba PR
  • Só 13% das cidades em São Paulo têm ensino adequado > O Globo - Rio de Janeiro RJ
  • Escola deve ser garantida a filhos de artistas de circo, diz CNE > UOL Educação


Editoriais, artigos e opiniões
  • A leitura muito além dos livros > Estado de Minas - Belo Horizonte MG



Matérias
> O Estado de São Paulo, 13/02/2012 - São Paulo SP
Câmara pode liberar abatimento do IR de gasto com material escolar
Texto em tramitação permite abater despesas até limite equivalente hoje a R$ 772,84
Agência Câmara
Um projeto de lei apresentado na Câmara pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE) autoriza o contribuinte pessoa física a deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda (IRPF) o valor gasto com a compra de material escolar para uso próprio ou de dependentes. De acordo com o projeto, poderá ser deduzido com material escolar até 25% do limite anual de deduçãodas despesas com educação. No ano-calendário de 2012, esse percentual corresponderia a R$ 772,84, já que o limite anual de dedução para despesas com educação é de R$ 3.091,35. Segundo a proposta, o Poder Executivo editará regulamento para definir as condições para a dedução, como o tipo e a quantidade por item de materialescolar. Mendonça Filho afirma que essa regulamentação evitará abusos por parte do contribuinte. Tramitação - O texto tramita em conjunto com o projeto de lei 6552/06, que tem caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


> O Estado de São Paulo, 12/02/2012 - São Paulo SP
Entre a hora trabalhada e a hora-aula
Para especialistas, presença do executivo deve ser constante também em cursos para elevar sua chance de obter sucesso na carreira
Márcia Rodrigues
Aos 31 anos, Juliana Abrusio já é sócia do escritório Opice Blum Advogados, professora universitária e já fez mestrado. Juliana faz parte do seleto grupo dos 2% de executivos com título de mestres, segundo levantamento feito pela Catho Online. A pesquisa, feita com 46.067 profissionais que ocupam cargos de gerência e de direção em todo o País, apontou que 71% dos executivos que estão empregados têm formação superior. Desse total, 15% têm pós-graduação. Entre os desempregados, o índice de bacharéis é de apenas 48,7%. "Isso mostra que o mercado está mais exigente e procura profissionais cada vez mais qualificados. Um executivo com mestrado, por exemplo, é visto pelas empresas como um cientista que gosta de pesquisa", conta a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Leyla Nascimento. Ela afirma que uma especialização pesa na hora da contratação. "As empresas procuram primeiro quem domina a área técnica. Em alguns cargos é mais determinante do que a habilidade de gestão", diz. De acordo com o professor da escola de administração da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Manoel Marcondes, títulos de mestrado e doutorado são essenciais para quem deseja ter sucesso em qualquer área de atuação. Mas ele acredita que são mais exigidos para quem quer investir na carreira na educação. "E isso influencia também na remuneração. Cada título equivale a uma faixa salarial."O diretor de desenvolvimento Educacional do Grupo Cruzeiro do Sul, Fábio Figueiredo, sabe bem o que é isso. Doutor em ciências sociais, ele acredita que os títulos deram, além de um bom salário, uma bagagem maior de gestão e mais reconhecimento no mercado. "A educação é sempre um ativo precioso do profissional. Devemos investir na nossa formação sempre", ressalta. Figueiredo cita um trecho da sua tese de doutorado, sobre o impacto da formação na remuneração do profissional. "Um trabalhador com ensino médio ganha uma vez e meia a mais do que um com ensino fundamental. Já um trabalhador com educação superior ganha, em média, praticamente três vezes mais do que os que têm ensino médio. Ou seja, o portador de diploma de educação superior tem renda dez vezes maior do que o portador unicamente de um diploma de educação fundamental", afirma.

Na opinião do sócio-diretor do LAB SSJ, Conrado Schlochauer, a qualificação é importante, principalmente para cargos de chefia. Segundo ele, há 20 anos, apenas 3% da população tinha nível superior. Esse índice passou para 11% hoje e já não está satisfazendo mais o mercado, que quer profissionais mais preparados. "Investir no aprendizado demonstra que o executivo tem vontade de aprender e que quer sempre melhorar o seu desempenho profissional", alega. O diretor geral da Ricardo Xavier Recursos
Humanos, João Xavier, acredita que a formação de um executivo é feita ao longo da carreira. "Os títulos ajudam o profissional na medida que ele sobe de cargo e aumenta a complexidade de sua atuação dentro da empresa. Por isso, acredito que o aperfeiçoamento na formação segue junto com a carreira."

Foi o caso do diretor de estratégia, inovação e sustentabilidade do Grupo Fleury, Carlos Alberto Iwata Marinelli. Há quase sete anos na empresa, sentiu que a formação e o reconhecimento profissional estavam ligados diretamente. "Tudo o que investi em educação retornou com ganhos muito superiores ao que gastei. Dá para ver que a empresa valoriza nosso esforço. No meu caso, o título de mestre em administração vem contribuindo bastante para o desempenho de minhas atividades", comenta. A analista de negócios e gerente de projetos da OAS, Viviane Fernandez, acredita que sua formação lhe dá respaldo para sua atuação na empresa. "Atuo na área de tecnologia. Então, preciso sugerir novas soluções para o sistema da empresa. E eu só consigo fazer isso se estiver em constante aprendizado", diz. Atualmente, Viviane está cursando um MBA Executivo na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Já teve aulas práticas na Índia e na República Tcheca. "Sempre que preciso faltar por causa do curso, a empresa concede os dias. Sabem a importância que ele tem para o meu desempenho."



> Gazeta do Povo, 14/02/2012 - Curitiba PR
Ensino em blocos tem futuro incerto no PR
Sem uma posição definitiva, secretaria dá autonomia para que escolas decidam se aderem ou abandonam o sistema de disciplinas semestrais
Jônatas Dias Lima
O ensino em blocos, implantado em escolas da rede estadual de ensino em 2009, durante o go­­verno de Roberto Requião, permanece com futuro incerto diante de avaliações contrastantes dos colégios que o adotaram. Na dúvida entre promover ou encerrar o projeto, a postura da atual gestão da Secretaria Estadual de Educação (Seed) tem sido dar au­­tonomia para que cada escola decida como quer trabalhar. O maior diferencial do método está em dividir as disciplinas em dois blocos. Em um dos semestres, os alunos aprendem Biologia, Educação Física, Filosofia, História, Língua Estrangeira e Português. No outro, Artes, Física, Geografia, Matemática, Sociologia e Química.

A diminuição da evasão escolar entre os adolescentes foi apontada como o principal objetivo para a adoção do sistema. Na época do lançamento, estudos da Seed mostraram que, só no primeiro ano do ensino médio, 13,7% dos alunos abandonavam as salas de aula. Com as disciplinas mais concentradas, o aluno que reprovasse por faltas, por exemplo, não perderia um ano inteiro de
estudos. Poderia repor as matérias em que reprovou no contraturno do semestre seguinte, paralelamente às disciplinas do outro bloco.

No primeiro ano de testes, 103 colégios em todo o Paraná experimentaram o ensino em blocos. Em 2011, o número cresceu para 436, mas o modelo está longe de ser uma unanimidade. No ano passado, a Seed fez uma consulta pública a todas as escolas que trabalhavam com o sistema e 40 delas pediram para re­­tornar ao modelo tradicional. Segundo a coordenadora de Ensino Médio no Departamento de Educação Básica da Seed, Meryna Juliano Rosa, a disparidade das respostas exigirá mais tempo de análise do método. “Tivemos retornos de todo tipo. Algumas escolas quiseram manter o ensino em blocos só no período noturno, outras chegaram a aumentar o número de turmas”, diz. Dados atualizados referentes ao ano letivo de 2011 devem ser divulgados no próximo mês. Depois disso uma nova rodada de análises deve ajudar a identificar se o modelo tem atingido o objetivo ou não. Enquanto isso, a secretaria tem aceitado tanto os pedidos de
desistência dos colégios que o adotaram, como as solicitações de mudança do método tradicional para o sistema em blocos. “Cada escola precisa nos dizer se o modelo é adequado para a sua realidade ou não”, considera Meryna.

Divergências - Uma das escolas que adotaram e abandonaram o sistema é o Colégio Estadual do Paraná, o maior do estado. No início de 2011, a direção alegou a insatisfação dos alunos como principal mo­­tivo e solicitou o retorno ao modelo tradicional. As turmas que mais fizeram pressão contra o modelo de ensino foram as do terceiro ano do ensino médio, preocupadas principalmente com a preparação para o vestibular. Já no Colégio Estadual José Guimarães, localizado no bairro Hauer, em Curitiba, com cerca de 900 estudantes, foi justamente a satisfação da comunidade local que estimulou a direção a manter o sistema, em funcionamento desde 2010. “O aproveitamento au­­mentou, as famílias gostaram e os professores têm mais contato com os alunos”, diz a diretora auxiliar, Denise Bathke Gonçalves.



> O Globo, 14/02/2012 - Rio de Janeiro RJ
Só 13% das cidades em São Paulo têm ensino adequado
Índice surpreende porque esatdo tem um bom nível socioeconômico
Adauri Antunes Barbosa
EMBU DAS ARTES (SP) - Apenas 13% dos municípios de São Paulo têm escolas que conseguem atingir a aprendizagem adequada de seus alunos, conforme dados de pesquisa divulgada nesta segunda-feira, na abertura do 4º Seminário Líderes em Gestão Escolar, promovido pela Fundação Lemann. De acordo com a pedagoga Paula Louzano, que fez a pesquisa com o economista Ernesto Faria, dospouco mais de 300 municípios paulistas que têm mais de três escolas, apenas 38 chegaram a 57% do aprendizado adequado de seus alunos. Esse índice de 57% é utilizado nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O índice surpreende porque São Paulo tem um nível socioeconômico superior ao de outras unidades da federação, oque faz com que os alunos entrem na escola mais preparados. São Paulo tem 3,87 milhões de alunos na rede municipal. - Esses dados nos colocam uma tarefa imediata, que é encontrar essas escolas equitativas, que conseguem fazer com que os alunos tenham um bom desempenho, e aprender com elas - sugeriu Paula Louzano.


> UOL Educação, 13/02/2012
Escola deve ser garantida a filhos de artistas de circo, diz CNE
RENATO MACHADO DE BRASÍLIA
O CNE (Conselho Nacional de Educação) publicou nesta segunda-feira um parecer no qual defende que deve ser garantido o direito à educação a todas as crianças em "situação de itinerância" --como por exemplo, os filhos de artistas de circo. A súmula do parecer foi publicada no Diário Oficial da União. O parecer das conselheiras Rita Gomes do Nascimento e Nilma Lino Gomes foi aprovado por unanimidade. O documento é a resposta a uma consulta do Conselho Municipal de Educação de Canguçu, no Rio Grande do Sul, que se deparou com essa questão, envolvendo alunos filhos de artistas de circo.

O CNE defende que cabe ao poder público assegurar ao aluno itinerante o direito à matrícula, permanência e conclusão dos
estudos na Educação Básica. O texto também afirma que cabe aos órgãos de educação zelar para que não haja discriminação a esses alunos. Para isso, defende o CNE, devem ser tomadas medidas, como condicionar a aprovação do alvará do estabelecimento de diversão (como circos e parques de diversão) à efetivação das matrículas dos alunos ligados a ele. As escolas, por sua vez, devem informar ao Conselho Tutelar local a existência de alunos nessas condições. O CNE elaborou um projeto de resolução sobre o assunto, que ainda precisa ser homologado pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para se tornar em uma orientação geral a todos os municípios e estados. A Folha apurou que a resolução deve ser publicada nas próximas semanas.Além de garantir a matrícula para esse público, o texto prevê medidas para assegurar a matrícula dessas crianças, mesmo quando não possuam documentos, históricos escolares ou relatórios das instituições de educação onde passou anteriormente. Nesses casos, os alunos devem ser inseridos no "grupamento correspondente a seus pares de idade, mediante diagnóstico de suas necessidades de aprendizagem, realizado pela instituição de ensino que o recebe", diz o texto. A proposta de resolução também prevê que o MEC "crie programas, ações e orientações especiais destinados à escolarização de pessoas, sobretudo crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação de itinerância".


Editoriais, artigos e opiniões
> Estado de Minas, 14/02/2012 - Belo Horizonte MG
A leitura muito além dos livros
Alessandra Aparecida Souza Lima Marques - Professora de língua portuguesa, literatura e redação, formada pela UFMG e pós-graduada em estudos linguísticos pela UNI-BH
É comum ouvir as pessoas se lamentarem de que os jovens encontram-se envolvidos apenas com o universo cibernético, mas não seduzidos por livros. Pergunta-se: qual é o papel familiar nesse processo? E a resposta está longe de ver a família como coadjuvante nessa história. Faz-se necessária a contribuição efetiva da família para que haja um incentivo, um lugar construído para a leitura, e assim não delegue essa responsabilidade apenas para a escola. Primeiramente, deve-se enfatizar que o processo da leitura não acontece somente no contato com um livro, revista ou jornal. A leitura precisa ser compreendida também como uma leitura de mundo. Sendo assim, o trabalho de interpretação, de construção de significados será mais rico e produtivo se exercitado em diversos momentos e esse processo é uma construção conjunta, que não se restringe à escola.

Ler não é apenas decodificar: é também decodificar. A polissemia desse verbo está presente em diversos campos do conhecimento, que vão desde a ciência e tecnologia até a filosofia, música, as artes, a literatura. O leitor participa de um jogo, muitas vezes sedutor, em que a resposta única não existe, existe a resposta possível em face de inúmeras leituras, a resposta aceitável diante de uma argumentação coerente. O leitor preenche as lacunas deixadas no texto, com suas referências múltiplas, evocadas por signos textuais e acionadas por um coautor, através de seus recursos cognitivos. Nessa perspectiva, a leitura instiga a pensar de forma articulada e caminha para um exercício de interpretação, que está
além do código linguístico. É um processo interativo em que é imprescindível o conhecimento prévio, no sentido linguístico, textual, mas também a leitura de mundo. A bagagem trazida no ato da leitura faz com que o exercício passe da superficialidade e torne-se enriquecedor. Na obra O ato da leitura, Wolfang Iser trabalha o processo da leitura como a interação dinâmica entre texto e leitor e ressalta que o não dito estimula os códigos, os atos de constituição de sentido, incentivando o leitor a ocupar os vazios do texto com suas projeções.

A leitura passa pelo envolvimento, pela decodificação de símbolos, pelo prazer e, consequentemente, pela construção de significados. Roland Barthes via o texto como prazer e nesse universo caberia falar de emoção, de fruição, de expressões ambíguas como prazer do texto e texto de prazer: “ Haveria uma mística do texto – Todo o esforço consiste, ao contrário, em materializar o prazer do texto, em fazer do texto um objeto de prazer como os outros.” O prazer, cujo significado associa-se a contentamento, alegria, boa vontade, agrado, distração e divertimento, requer algo que transcende a simples teoria, e que seja efetivamente vivido. Sabe-se: melhor que a teoria é o aprendizado pelo exemplo, que produz um efeito ainda mais real. Nesse sentido, a escola não pode estar solitária: há o papel solidário e imprescindível da família, que abrirá espaços para que os momentos de leitura se façam presentes no dia a dia. As experiências compartilhadas, as leituras feitas em diversos níveis, que não se
restringem apenas aos livros, mas se estendem a filmes, propagandas e músicas podem ser instrumentos para que o mundo seja percebido sob uma perspectiva enriquecedora de relacionar a ficção à realidade.

O diálogo estabelecido entre texto e leitor suscita a ideia de que o texto é um elemento vivo, uma materialidade de significantes que o autor articulou. Contudo, só toma corpo com o olhar do outro. O leitor, sob a ótica de suas experiências, conduz a leitura de forma mais prazerosa, ou não. Assim, a leitura passa por caminhos descontínuos, onde quem lê aciona seus links intertextuais. Mudar o perfil de uma sociedade letrada, mas que não vê a leitura como prazer, como diversão, é mudar um universo culturalmente construído em que ler é sinônimo de imposição, de obrigação e de necessidade. A leitura deve deixar seu lugar estratégico de busca de conhecimento para se transformar em deleite. Descobrir que algo, até então visto como objeto de punição, pode ser prazeroso, instigante e desafiador é se ver diante de um tipo de texto que se casa com seus desejos ou que, mesmo indo de encontro aos seus pensamentos, é reflexivo e promove o crescimento. Tornar-se leitor autônomo, questionador e, portanto, coautor de um texto, é o primeiro passo para entender que a leitura está além dos livros e que um texto só ganha vida quando alguém imprime suas inferências, contribuindo para que as palavras deixem de ser apenas um signo linguístico. Quando alguém relaciona a realidade ficcional com a realidade em que se vive

Nenhum comentário:

Postar um comentário