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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, TERÇA 07 DE FEVEREIRO DE 2012

Matérias de Hoje
  • Para ministro, formar docentes ajudará a manter o crescimento > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Fust poderá ser usado para financiar internet em escolas públicas > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Mercadante diz que aguarda aval da Casa Civil para anunciar mudanças em ministério > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Em nova mudança, Mercadante substitui secretário do MEC > Folha.com
  • Provável presidente do Inep se reúne com servidores antes de ser nomeado > Portal G1
  • Municípios formam 'minirredes' para melhorar educação > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Nenhum aprovado para medicina na Federal do Acre fez matrícula > O Globo - Rio de Janeiro RJ
  • Mercadante defende distribuição de tablets para professores > Folha.com
  • "iPad em sala de aula é como dar um videogame", diz educador > Terra Educação
  • MEC divulga segunda chamada do Prouni > UOL Educação
  • Bolívia inicia reforma educativa com visão indígena > Terra Educação

Editoriais, artigos e opiniões


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  • As vantagens do bilinguismo > Estado de Minas - Belo Horizonte MG
  • A era dos tablets > Correio Braziliense - Brasília DF
  • A década da educomunicação? > Portal Aprendiz
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Matérias
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> Correio Braziliense, 06/02/2012 - Brasília DF Para ministro, formar docentes ajudará a manter o crescimento
Ascom Mec
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, formar docentes por meios dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia é estratégico para o desenvolvimento brasileiro. “Precisamos aproveitar a vocação e os perfis tecnológico e científico dos institutos federais para promover políticas estratégicas de motivação para formar novos professores”, afirmou na tarde desta segunda-feira, 6, durante a posse da nova diretoria do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Dênio Rebello Arantes, reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, será o novo presidente da
entidade. A solenidade contou com a presença dos demais reitores de institutos federais de educação, ciência e tecnologia, do secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, e do secretário executivo do MEC, José Henrique Paim. Mercadante destacou que os institutos federais têm um papel decisivo para a interiorização e desconcentração do conhecimento e devem ser vistos como uma referência fundamental aos demais sistemas de ensino. “Temos que continuar avançando numa educação que prepare o Brasil para a continuidade do crescimento”, enfatiza.

Bacharel em física e matemática pela Universidade de Brasília e
mestre em ciências naturais pela Universidade de Campinas (Unicamp), o novo presidente do Conif vai ao encontro do que o ministro prega. “A rede federal é um vetor estratégico para a continuidade do desenvolvimento do país. Precisamos formar milhares de profissionais e cidadãos que possam contribuir para o desenvolvimento brasileiro”, disse ao tomar posse. O corpo dirigente do Conif também será formado pelo reitor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Sérgio Pedini, como vice-presidente, além de Cláudia Schiedeck, reitora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, e Ailton Ribeiro de Oliveira, dirigente do Instituto Federal de Sergipe.





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> Correio Braziliense, 06/02/2012 - Brasília DF Fust poderá ser usado para financiar internet em escolas públicas
Agência Câmara
Os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) poderão ser usados para financiar programas de universalização de acesso à internet nas escolas públicas. A medida consta no Projeto de Lei 2935/11, do deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), em tramitação na Câmara. Atualmente, a lei do Fust (9.998/00) só autoriza o uso do fundo em programas de universalização da telefonia. Para o deputado, é justo que os recursos também sejam empregados na expansão da internet nas escolas públicas, aproveitando “o potencial alavancador do aprendizado e da disseminação de novos conhecimentos dessa ferramenta”. Em termos nominais, o Ministério das Comunicações já arrecadou cerca de R$ 11 bilhões com o fundo desde 2001. A maior parte desse dinheiro tem sido usada para cumprir a meta de superávit primário a cada ano. Para Domingos Sávio, o país precisa investir em novas tecnologias na formação de alunos e professores, e o Fust é o instrumento adequado para financiar essas ações.






> Correio Braziliense, 06/02/2012 - Brasília DF Mercadante diz que aguarda aval da Casa Civil para anunciar mudanças em ministério
Agência Brasil
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (6) que aguarda uma posição da Casa Civil para anunciar a nova equipe da pasta. “Os nomes já foram escolhidos. Estamos aguardando a formalização da Casa Civil”, disse. O ministro não quis adiantar que mudanças que serão feitas. Até o momento, a única troca confirmada é a do comando do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Malvina Tuttman, responsável pelo órgão, pediu para deixar o cargo no último dia 26. Perguntado sobre o novo nome para o instituto, o ministro preferiu não comentar. O órgão é responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mercandante esteve presente hoje (6) à cerimônia de posse dos reitores do Instituto Federal Goiano, Vicente Pereira de Almeida, e do Instituto Federal Catarinense, Francisco José Montório Sobral. Mercadante assumiu a pasta no fim de janeiro em substituição a Fernando Haddad, que deixou o cargo para concorrer à prefeitura de São Paulo.





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> Folha.com, 06/02/2012 Em nova mudança, Mercadante substitui secretário do MEC
RENATO MACHADO DE BRASÍLIA
O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Moreira Pacheco, confirmou na tarde desta segunda-feira que está deixando a pasta. Essa é a terceira mudança confirmada após a posse do novo ministro Aloizio Mercadante, há cerca de duas semanas. Segundo Pacheco, o seu substituto na Setec deve ser Marco Antonio de Oliveira, atual secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O anúncio da saída do secretário aconteceu durante cerimônia de nova diretoria do Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), na sede do MEC, em Brasília. O próprio Pacheco iniciou sua fala dizendo que seria seu "último discurso" no cargo, sem dar mais detalhes. Após o evento, Pacheco confirmou à Folha a sua saída do ministério. "Estou há bastante tempo no ministério, um total de oito anos, então é hora de sair", afirmou. Além de titular da Setec por seis anos e meio, ele também foi presidente do Inep, órgão responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Pacheco disse que há um convite para que ele ocupe o atual cargo de seu sucessor, como secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do MCT.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, evitou dar detalhes sobre a mudança no ministério e só agradeceu Pacheco pela "grande contribuição". "Ao contrário do que ele diz, vai continuar muito perto de vocês [reitores dos institutos federais] ao longo do próprio período, desempenhando uma função que eu diria ser complementar e indispensável ao trabalho dos institutos federais no âmbito do MEC." O ex-governador do Acre, Binho Marques (PT), também é cotado para entrar no MEC, em substituição a Carlos Abicalil na Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino. Após o evento, Mercadante apenas disse que a lista com os nomes dos futuros ocupantes de cargos está sendo analisada pela Casa Civil --que pode vetar algum nome.

MUDANÇAS - No segundo dia de Mercadante no cargo, duas mudanças já haviam sido anunciadas. A secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, anunciou pelo twitter que estava saindo e que seria substituída por César Callegari,
membro do CNE (Conselho Nacional de Educação). No Inep, Malvina Tuttman também anunciou que está saindo. Está praticamente certo que em seu lugar ficará Luiz Cláudio Costa, atual secretário de Educação Superior do MEC.

Apesar de não ser confirmado ainda pelo MEC para o cargo, Luiz Cláudio Costa participou na manhã desta segunda-feira de uma reunião com representantes da associação de funcionários do órgão. O encontro foi divulgado pela Assinep (Associação de Servidores do Inep). Segundo nota no site da instituição, Costa destacou a "honra e alegria de ter sido nomeado" para o cargo de presidente do Inep e a importância do órgão para o Brasil. Os representantes também entregaram uma carta indicando pontos considerados principais para a estruturação do órgão. Oficialmente, o MEC não confirma a nomeação de Costa para o cargo. Em cargos considerados de segundo escalão no ministério, Mercadante também já nomeou um novo chefe de gabinete (Luiz Antônio de Mello Rebelo) e um diretor de programas da Secretaria Executiva (Leonardo Osvaldo Barchini Rosa).





> Portal G1, 07/02/2012 Provável presidente do Inep se reúne com servidores antes de ser nomeado
Segundo funcionários, Luiz Cláudio Costa se apresentou como presidente. Ministro não confirma nomeação e diz esperar aval da Casa Civil.
Do G1, em São Paulo
A Associação dos Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Assinep) divulgou nota nesta segunda-feira (6) sobre uma reunião realizada pela manhã com Luiz Cláudio Costa que, segundo a associação, é o "novo presidente do Inep". O Ministério da Educação não confirma a nomeação e diz esperar a posição da Casa Civil para anunciar mudanças na pasta. O cargo de presidente do Inep está vago desde a demissão de Malvina Tuttman no dia 26 de janeiro. De acordo com a nota, Costa, que ocupa o cargo de secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) "abriu a reunião destacando a honra e alegria de ter sido nomeado e da importância do Inep para o Brasil". No site, a associação publica a foto da reunião e uma carta de "boas vindas" ao novo presidente do Inep. Com a data de sexta-feira passada (3), a carta traz uma manifestação dos servidores em "estabelecer uma relação de diálogo e cooperação alinhada ao cumprimento da missão e das atribuições desse Instituto". A associação pede a construção deu uma nova sede para o Inep, a contratação de novos funcionários, planejamento estratégico e desenvolvimento das políticas e diretrizes de pesquisa e disseminação do Inep.

O G1 esteve pela manhã em evento
com a presença do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ele não confirmou a nomeação de Luiz Cláudio Costa como presidente do Inep em substuição à professora Malvina Tuttman. "Isto está sendo analisado", disse Mercadante. Em entrevista à Agência Brasil, Mercadante afirmou que aguarda uma posição da Casa Civil para anunciar a nova equipe da pasta. “Os nomes já foram escolhidos. Estamos aguardando a formalização da Casa Civil”, disse. O Inep é a autarquia do MEC responsável, entre outras coisas, pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).






> O Estado de São Paulo, 06/02/2012 - São Paulo SP Municípios formam 'minirredes' para melhorar educação
Modelo de arranjo educacional, homologado pelo MEC no início do ano, já funciona em cerca de 200 cidades de todo o País
Mariana Mandelli
Na tentativa de melhorar a qualidade de suas escolas públicas, cerca de 200 municípios brasileiros estão se organizando em espécies de redes educativas, que contam também com a colaboração de empresas. A ideia é que essas parcerias sirvam para as cidades trocarem experiências e buscarem soluções para problemas que, sozinhas, não conseguiriam resolver em seus sistemas de educação. Essas "minirredes" são um novo modelo de gestão pública que recebeu o nome de Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) e foi concebido no Conselho Nacional de Educação (CNE). No fim do mês passado, o Ministério da Educação (MEC) aprovou a resolução que normatiza os arranjos. A ideia do arranjo educacional consiste em enxergar o País em territórios, e não dividido por cidades. Esses territórios são compostos por municípios que, muitas vezes, têm menos de três mil habitantes, localizam-se nas zonas rurais e apresentam as mesmas dificuldades, uma vez que é comum cidades de uma mesma área geográfica terem índices socioeconômicos semelhantes. Organizados em comunidades educativas, esses municípios podem atuar juntos na busca por respostas para seus problemas educacionais - os mais comuns são evasão, reprovação, abandono e a distorção entre a idade e a série dos alunos -, caraterizando, assim, uma forma de colaboração territorial horizontal.

"Se você trabalha um território, você não tem mais de 5 mil cidades, como é o caso do Brasil, mas sim 300 unidades territoriais, por exemplo. Com isso, dá para definir e monitorar estratégias que dificilmente serão alteradas com o passar do tempo", afirma Mozart
Neves Ramos, autor da resolução do CNE. De acordo com ele, um dos principais benefícios do modelo de arranjo educacional é justamente a garantia da continuidade das políticas públicas. "Normalmente, quanto menos desenvolvido é o município, maiores são as disputas eleitorais e maior é a descontinuidade dos projetos, com as trocas de administração", afirma. "O arranjo é uma parceria que ultrapassa as siglas partidárias e ajuda na efetivação do regime de colaboração, previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, entre os entes federativos."

Parcerias. Não há um número exato de quantos municípios trabalham em forma de arranjos hoje no País. Mas o que se sabe é que é próximo de 200 e vem crescendo - daí a necessidade de o MEC normatizar o modelo. Em 2009, eram quatro arranjos: em São Paulo, na região de Votuporanga; na Bahia, no Recôncavo Baiano; em Pernambuco, na região de Garanhuns; e Maranhão (na linha férrea de Carajás). Atualmente, existem ações também no Pará, Minas Gerais, Tocantins, Espírito Santo e Sergipe. O MEC enxerga a iniciativa com bons olhos. "A fundamentação principal do parecer dos arranjos é o acesso e a otimização dos recursos oriundos do Plano de Ações Articuladas (PAR), que é uma série de programas financiados pelo governo federal de apoio técnico e financeiro aos municípios", disse ao Estado Carlos Augusto Abicalil, secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC. Um dos benefícios que essas "minirredes" educacionais podem trazer, segundo especialistas, é fazer com que as prefeituras percebam que não estão isoladas.
"O arranjo traz possibilidades de ampliação do repertório e resolução de problemas comuns", explica Tereza Perez, diretora executiva da Comunidade Educativa Cedac, organização da sociedade civil que cuida nove arranjos, envolvendo 92 municípios, com o apoio de empresas.

Outra iniciativa dos arranjos é ajudar os municípios a interpretar dados e, assim, entender os diagnósticos de suas situações educacionais. "Algumas cidades não têm ideia de quantos meninos analfabetos existem em suas redes e nem quantos professores faltam", diz Marília Novaes, formadora do arranjo na Estrada de Ferro Carajás, que une 20 cidades. Capital privado. De acordo com as regras estabelecidas pelo CNE, os arranjos podem contar com a participação de instituições privadas e não governamentais, por meio de convênios ou termos de cooperação, mas sem a transferência de recursos públicos para as organizações. É essa a principal diferença entre os consórcios intermunicipais, que existem por lei desde 2005, e os arranjos, uma vez que os primeiros só podem ser aplicados entre entes federados públicos - o que exclui empresas e institutos. Para os especialistas, a participação do capital privado vai além do apoio financeiro. "A Vale, uma das empresas que apoia os arranjos, enviou para seis municípios do interior do Maranhão um grupo de engenheiros voluntários para fazer levantamento técnico exigido pelo MEC e que as cidades não tinham condições de fazer sozinhas", explica Roberta Panico, coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac.






> O Globo, 07/02/2012 - Rio de Janeiro RJ Nenhum aprovado para medicina na Federal do Acre fez matrícula
Curso foi o mais disputado no vestibular 2012, com uma relação de 183 candidatos por vaga
RIO - Nenhum dos 40 classificados para o curso de medicina da Universidade Federal do Acre (UFAC) foi à instituição fazer a matrícula e garantir sua vaga na carreira mais disputada no vestibular 2012 da faculdade. Ao todo, foram 183 candidatos por vaga. Segundo o site da instituição, o prazo para a matrícula terminou na sexta-feira e, na segunda quinzena de fevereiro, os candidatos aprovados imediatamente abaixo das 40 primeiras vagas serão chamados para efetuar a matrícula. Diretor do Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca) da Universidade Federal do Acre, Antônio José Brasil da Silva informa que a situação é inédita na instituição. De acordo com a UFAC, todos os outros cursos dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul tiveram matrículas, em sua totalidade ou parcialmente. Dos 1.620 aprovados para o Rio Branco, matricularam-se 1.024 alunos, correspondendo a 63,21 % do total. No campus de Cruzeiro do Sul, matricularam-se 292 pessoas, em um universo de 430 vagas, correspondendo a 67, 91 %.





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> Folha.com, 06/02/2012 Mercadante defende distribuição de tablets para professores
RENATO MACHADO DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, rebateu nesta segunda-feira as críticas contra o programa que prevê a distribuição de tablets para professores de ensino médio. Mercadante também afirmou que existe uma "tutela conservadora" contra a proposta de usar novas tecnologias no ensino. Na semana passada, o ministro anunciou a distribuição de 600 mil tablets até o fim do ano para professores de ensino médio da rede pública. Também serão entregues 78 mil projetores multimídias, para que os professores possam exibir aos alunos o conteúdo didático que será preparado nos tablets. O anúncio veio dois dias após a Folha mostrar que o MEC estava em fase de conclusão de uma licitação para a compra de 900 mil equipamentos. Inicialmente, o ministério afirmou que ficaria com apenas um terço dos tablets, que seriam distribuídos para os alunos da rede pública. O MEC também havia informado que o plano pedagógico seria criado na prática, com a formação de núcleos nas escolas para estudar a utilização do novo equipamentos. A falta de uma instrução pedagógica clara resultou em uma série de críticas à compra dos tablets.

O plano apresentado depois pelo ministro, no entanto, prevê que os equipamentos vão para os professores, que farão cursos para aprender a aplicar o equipamento no ensino. O MEC também dobrou a quantidade prevista de equipamentos que seriam adquiridos pelo governo federal. Nesta tarde, durante a cerimônia de posse da nova diretoria do Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), Mercadante defendeu os benefícios da proposta e desferiu diversos ataques contra os críticos. "É uma coisa impressionante. Eu não sei qual é a resistência ideológica a essa discussão no Brasil. Qual é a profissão hoje importante que não usa tecnologia da informação?", indagou o ministro em seu discurso. "Há uma certa tutela conservadora
indefensável. E esse é um debate que nós faremos durante este ano e a história vai demonstrar quem é que tinha razão", completou. Mercadante detalhou a proposta afirmando que há aproximadamente 15 mil aulas prontas no Portal do Professor do MEC, que poderão ser usadas através dos tablets. O ministro também disse que os professores terão acesso às publicações nacionais pelo equipamentos e também a conteúdo traduzido da Khan Academy, organização não governamental que distribui aulas de física, matemática, biologia e química. "Aprender com o computador e com o tablet é parte do esforço da escola. Quanto mais rápido o Brasil aprender a usar essa tecnologia, tanto mais nós nos prepararemos para a sociedade do conhecimento", disse o ministro que depois fez novo ataque aos críticos. "É mais ou menos como os saudosistas da régua de cálculo achar que nós não deveríamos avançar em relação à calculadora".






> Terra Educação, 06/02/2012 "iPad em sala de aula é como dar um videogame", diz educador
Rafael Maia Direto de São Paulo
Para o professor da Universidade da Inglaterra, Sugata Mitra, que participa da EducaParty, dentro da Campus Party Brasil 2012, a educação precisa sofrer uma drástica mudança estrutural e ideológica de paradigma. Na contramão de outros educadores, Mitra criticou em entrevista exclusiva ao Terra a prática cada vez mais comum em escolas e universidades, ao redor do mundo, de presentear os alunos com dispositivos tecnológicos com o objetivo de introduzir a tecnologia na educação. "Dar iPads, por exemplo, é fornecer ao aluno uma nova maneira de jogar videogames".

Segundo Sugata, os professores precisam introduzir a tecnologia dentro do processo educacional e usar os recursos como agregadores de conhecimento - e não substituidores de seres humanos. E, para isso, eles têm de olhar menos para os livros didáticos para entender o processo educacional. "A educação precisa acontecer de baixo para cima, e os professores têm que aprender com os alunos", afirmou o pensador. Na opinião dele, um futuro melhor é feito por meio das dúvidas e das perguntas que fazem pensar - e não do simples ato de respondê-las. Por isso, o papel que o professor tem hoje é secundário. "Um professor, atualmente, responde perguntas dos alunos. Ele é o Google. Isso não está certo. O professor precisa ser mais do que o Google. Ele
precisa ser a pessoa que também faz perguntas, que instiga a imaginação de um jeito provocativo", afirmou. Convidado especial da Fundação Telefônica|Vivo, Sugata, que se assumiu ex-hacker, é o criador do projeto Hole in the Wall, aplicado em uma favela de Nova Délhi, na Índia, onde ele mesmo nasceu. Computadores eram colocados em uma sala e buracos na parede eram feitos. Educadores observaram, através dos buracos, as crianças tendo o primeiro contato com a web e concluíram que o aprendizado era autômato. "Quando elas tinham dúvidas, elas perguntavam ao Google, entendiam a resposta e a memorizavam. Isso não é interessante?", provocou Sugata ao relacionar esta ação "digital" ao papel do professor contemporâneo. E é justamente neste ponto que a teoria encontra a prática de acordo com os resultados do estudo que ele propôs.

A primeira visita de Sugata Mitra à Campus Party - Sugata Mitra participa pela primeira vez do evento em 2012, mas já esteve no Brasil outras vezes. "Estou ansioso porque eu sei que é um encontro de tecnologia enorme e com muitas pessoas dispostas a falar sobre coisas novas", disse o professor. Além de participar do EducaParty, ele também fará um encontro com um grupo de crianças do Parque Santo Antônio, em São Paulo, no qual discutirá o papel fundamental nelas na necessária revolução da
educação.

Campus Party 2012 - A Campus Party, o maior evento geek do planeta, realizado em mais de sete países, acontece entre os dias 6 e 12 de fevereiro de 2012. A sede é o Pavilhão de Exposições do Anhembi Parque, na zona norte de São Paulo (SP). Pelo quinto ano consecutivo no Brasil, a edição de 2012 já começou batendo recordes: todas as entradas foram vendidas em 22 dias em setembro do ano passado. Com 7 mil participantes, sendo 5 mil acampados no local , a Campus Party oferece neste ano mais de 500 horas de conteúdo. Os principais nomes desta edição são Michio Kaku, conhecido como o "físico do impossível", Sugata Mitra, pesquisador e professor de Tecnologia Educacional da Newcastle University, Julien Fourgeaud, gerente de produtos e negócios da Rovio, John Klensin, pesquisador do MIT, e Vince Gerardis, co-fundador da Created By, entre outros. A programação do evento tem transmissão ao vivo pelo
http://live.campus-party.org/ e aqueles que quiserem interagir com a transmissão pelas redes sociais podem enviar perguntas para os palestrantes. As hashtags exclusivas para cada uma das áreas de conteúdo são: Ciência - #cpbrCI; Cultura Digital - #cpbrCD; Entretenimento Digital - #cpbrED; Inovação - #cpbrIN e Palco Principal - #cpbrMainStage. A hashtag oficial do evento é #cpbr5.






> UOL Educação, 07/02/2012 MEC divulga segunda chamada do Prouni
Do UOL, em São Paulo
O MEC (Ministério da Educação) divulgou nesta terça-feira (7) a segunda chamada do do Prouni (Programa Universidade para Todos). Os selecionados deverão comparecer à instituição de ensino onde conseguiram a bolsa até o dia 15 de fevereiro para apresentar a documentação necessária e providenciar a matrícula. Os horários são de responsabilidade de cada instituição. Ao fim da segunda chamada, o sistema vai gerar uma lista de espera para preencher as bolsas remanescentes. Os interessados em participar dessa lista deverão fazer o pedido no próprio site do Prouni entre 22 e 24 de fevereiro. Podem participar do Prouni estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou que estudaram em colégio particular com bolsa integral. Também é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 e alcançado pelo menos 400 pontos na média das provas objetivas e não ter zerado a redação.





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> Terra Educação, 07/02/2012 Bolívia inicia reforma educativa com visão indígena
As escolas bolivianas começaram a aplicar nesta segunda-feira, com o início do ano escolar, uma reforma educativa aprovada pelo governo de Evo Morales que busca valorizar questões indígenas, com conteúdo "revolucionário e antiimperialista", em meio a polêmicas na sociedade civil e rejeição de sindicatos de professores. O novo sistema, que deverá ser aplicado gradualmente, estabelece que a educação "é descolonizadora, libertadora, revolucionária, antiimperialista e transformadora das estruturas econômicas e sociais". Além disso, indica que é necessário "universalizar os saberes e conhecimentos próprios, para o desenvolvimento de uma educação das identidades culturais". Apesar de nesta segunda-feira o ano escolar começar em todo o país, a maioria dos professores disse que não recebeu nenhum material para começar a executar o novo sistema, aprovado em dezembro de 2010. Como em cada começo de ano, milhares de colégios públicos e privados abriram suas portas para o início das aulas. "Estamos tendo problemas com o novo plano de estudos do governo que não foi recebido, há muita confusão", afirmou o presidente da Junta Escolar do colégio Venezuela de La Paz, Roberto Ayala.

"Até agora estamos utilizando o sistema educativo anterior, porque o governo não nos enviou nada", disse outro professor do colégio público Hugo Dávila, entrevistado pelo canal TV-PAT. O novo plano de estudos para os 12 anos de escolaridade (divididos em primária e secundária) reúne o sistema educativo em quatro áreas ou eixos que são novidade, apesar de algumas matérias já existirem no sistema educacional antigo: Cosmos e Pensamentos; Comunidade e Sociedade; Vida, Terra e Território e Ciência, Tecnologia e Produção. A matéria de religião, de conteúdo judaico-cristão, historicamente em vigor no sistema educativo, será mudada para "Valores, Espiritualidade e Religiões", nas quais se ensinará uma visão dos povos indígenas que - segundo o governo - está centrada no respeito à Mãe Terra (Pachamama). A religião cristã é vista, a partir da reforma, do ponto de vista crítico.
"A evangelização da fé católica foi um dos primeiros mecanismos de ensino instituídos de forma sistemática a cargo de várias ordens religiosas, sendo por sua vez um das principais sustentações da ordem colonial", diz a norma. Outras matérias, como matemática, estabelecem conceitos que até agora não foram esclarecidos pelo governo. Uma das ideias em referência à assinatura dos números diz, por exemplo, que se estudarão as "simbologias numéricas nas culturas do Abya Yala (como alguns indígenas chamam a América do Sul): os números naturais no Cosmo e os números inteiros na economia de nossos povos ancestrais". Reivindicar o animismo dos povos ancestrais é "retroceder uns dois séculos", pois o conhecimento indígena é "pré-científico, empírico e intuitivo", afirmou em coletiva de imprensa o líder dos professores de La Paz, José Luis Álvarez, principal crítico da reforma. Segundo dados oficiais, cerca de 3,5 milhões de crianças e adolescentes estão matriculados no sistema educativo boliviano.






Editoriais, artigos e opiniões
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> Estado de Minas, 07/02/2012 - Belo Horizonte MG As vantagens do bilinguismo
Ana Regina Fonseca Araújo - Gerente de pesquisa e desenvolvimento do Number One
Mais do que um diferencial profissional, ser bilíngue ou falante fluente de um segundo idioma, pode favorecer o discernimento ou reconhecimento de detalhes ou características na estrutura linguística dos diferentes idiomas e ativar a área cerebral onde ocorrem as funções executivas (áreas responsáveis por nossos processos de escolha e decisão), uma vez que o bilíngue tem que aprender a optar todo o tempo por qual código usar. Estudos da neurociência indicam que a melhor idade para aquisição de linguagem é a infância (3 a 10 anos). Quanto mais cedo se iniciarem os estudos da segunda língua, maior será a facilidade do indivíduo de se comunicar em dois idiomas. Crianças aprendem idiomas com mais facilidade que adultos, ou seja, quanto mais velho o indivíduo, mais difícil fica aprender uma língua. A neurocientista Sharon Begley fez alguns testes com crianças com menos de 1 ano e concluiu que as que entendiam outra língua tiveram um resultado superior àquelas que compreendiam apenas uma. Nesse estudo, a doutora chega à conclusão de que indivíduos que aprendem uma segunda língua mais cedo têm vantagens sobre os monolíngues, não só no que se refere à linguagem. Sabemos que ao adquirirmos qualquer tipo de conhecimento processos neurológicos ocorrem de forma a ampliar nossa capacidade de aprendizado e de raciocínio. A aquisição de conhecimento nesses casos está diretamente relacionada ao acesso aos estímulos externos e aos sentidos. Assim, um indivíduo que é desde cedo exposto a um segundo idioma terá biologicamente mais preparo ao aprendizado de línguas do que aqueles que são expostos a uma só língua. Esses indivíduos vão dobrar a atividade da área do cérebro onde se desenvolve a linguagem. Todos nós – os clinicamente normais – nascemos com o cérebro pronto para o aprendizado da língua e, dessa forma, o cérebro sabe ou entende que são códigos de comunicação. É natural ou intuitivo. Dessa forma, a criança desde muito cedo entende que são códigos diferentes para o mesmo objeto. Ao contrário do que se pensa, o aprendizado de uma segunda língua influencia positivamente no aprendizado do idioma nativo. Os estudos da neurociência apontam que o indivíduo bilíngue ou falante de uma segunda língua não terá um escopo enorme de vocabulário nas duas línguas, mas terá todos os benefícios cerebrais, além de na melhor idade poder retardar em 10 anos o aparecimento de doenças próprias da velhice, como falta de memória e Alzheimer.

O tempo para que uma pessoa possa ser considerada como bilíngue é muito relativo. Devemos levar em consideração se o indivíduo foi exposto à língua desde cedo, qual a frequência dessa exposição, em que ambiente, qual o teor das suas necessidades, e se tem aptidão para o aprendizado de línguas. Uma pessoa pode viver 10 anos nos EUA e ainda assim não ter pronúncia e fluência boas. Outra, em dois meses na mesma situação, poderá se tornar bilíngue. Fazer intercâmbio pode encurtar as barreiras do aprendizado. Quando moramos no país cuja língua nativa é aquela que queremos aprender, e nos deparamos com necessidades básicas para nossa sobrevivência (comer, dormir e interagir, por exemplo), temos esse gatilho motivador que nos proporciona um aprendizado mais rápido. Serão 24 horas de contato com o idioma e a necessidade de resolvermos assuntos e nos fazermos entender. É bom ressaltar que um intercâmbio morando com falantes da mesma língua que falamos prejudica muito a aquisição do novo idioma, pois a tendência é recorrermos à nossa zona de conforto quando precisarmos.






> Correio Braziliense, 06/02/2012 - Brasília DF A era dos tablets
Pelo menos três escolas particulares do DF inauguram o uso dos equipamentos na sala de aula. Educadores, pais e especialistas revelam preocupação quanto ao aprendizado
Manoela Alcântara
No lugar de lápis, papel e livros, computadores sensíveis ao toque. Após conquistar os jovens do mundo todo com as inúmeras possibilidades de aplicativos, jogos e interatividade, os tablets começam a invadir as salas de aula das escolas particulares do Distrito Federal. A ferramenta possibilita aos alunos buscarem informações em diversas fontes, ter acesso ao conteúdo explicativo por meio de vídeos e músicas, além de levar a modernidade do conteúdo virtual. Porém, a introdução do instrumento no processo de aprendizado de crianças e adolescentes na capital ainda é tratado com cautela por pais e educadores. As dúvidas referem-se a segurança, eficácia do sistema e dispersão que as ferramentas como a internet podem provocar dentro das instituições de ensino (veja arte). Uma semana após o início das aulas nas unidades privadas de ensino, pelo menos três colégios apresentaram alternativas para inserir a nova tecnologia na realidade de estudantes do 1º ano do ensino médio. Sigma, Marista e Leonardo da Vinci usam maneiras diversas para que a inovação integre o ensino. Com um investimento alto em criação de aplicativos, instalação de redes sem fio e a capacitação de professores, um ponto é indiscutível: os estudantes se mostraram empolgados com a novidade.

O Correio acompanhou a primeira aula com tablet no Sigma. No local, os livros impressos das 16 matérias foram substituídos por material digital, criado especificamente para o aparelho. Em mesas de tamanho diferenciado, o tablet e o caderno compunham todo o cenário de ensino para a disciplina de espanhol. Olhos atentos à professora e ao novo equipamento. Os adolescentes ouviam o que a educadora falava e logo perguntavam: “Em que página?”, “Como acho esse vídeo?” Em 50 minutos, os estudantes tiveram contato com a língua estrangeira, conheceram músicas no idioma e ainda tiveram a oportunidade de interagir com outra cultura. Enquanto ouviam melodias, pesquisavam sobre os países que têm a língua como idioma oficial. Com mais alguns cliques, entenderam um pouco mais sobre a história e a geografia de nações que falam espanhol. Tudo isso por meio de um aplicativo desenvolvido pela professora da instituição. O livro virtual contém links, com informações adicionais em determinados pontos do texto.

Na parte de gramática, por exemplo, é possível clicar no local indicado e ter acesso a questões usadas no Programa de Avaliação Seriada (PAS), no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no
vestibular. “Começamos a primeira etapa do processo em 2010, quando observamos experiências de outros países com o equipamento. Decidimos, então, fazer um projeto pedagógico próprio, voltado para a necessidade de vestibular da região. Cada professor produziu o material interativo para as matérias, contratamos uma empresa de informática e ela topou o desafio”, explicou o coordenador da área de física do Sigma, André Frattezi. No início do ano, os pais levaram um susto ao perceber que o tablet e o conjunto de aplicativos faziam parte da lista de material escolar. O aparelho custa entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, e os livros virtuais para estudo ao longo do ano, R$ 1,1 mil. O desafio começou com 1,2 mil alunos do 1º ano e aumentará paulatinamente, com expansão no ano que vem para os do 2º período. Os links informativos são parte integrante do sistema e muitos não precisam de internet para revelar as informações adicionais. Porém, a escola dispõe de rede sem fio, o que não impede os alunos de entrarem na rede.

Receio - A Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino do DF, que representa 2 mil pais em Brasília, considera a iniciativa interessante, mas preocupa-se com a dispersão dos estudantes, que têm entre 14 e 16 anos. “A internet na sala de aula é algo que nos deixa apreensivos. É uma responsabilidade a mais para esses adolescentes justamente em uma época decisiva da vida deles, em que não estão maduros ainda. O sucesso dependerá da capacidade da escola e dos responsáveis para controlar isso”, disse o presidente da instituição, Luis Claudio Megiorin. “É uma tecnologia nova e isso sempre nos trás dúvidas, mas acreditamos que o conteúdo interativo, planejado de forma correta, pode melhorar o aprendizado.” Keille Vacerman, 38 anos, tem um filho de 14. O garoto começará a utilizar a nova tecnologia. Ela acha a ideia interessante, mas confessa que, se o colégio não tivesse exigido na lista de materiais, a compra do tablet para o adolescente não seria feita tão cedo. “Não estava nos meus planos. A meninada adora, mas a gente não deixa de se preocupar. Será que esse conteúdo vai funcionar? Eles vão aprender? E a segurança, como fica? Tenho muitas dúvidas.” Outro ponto levantado pela mãe é quanto à fiscalização no acesso de sites fora do conteúdo da sala de aula. O medo é que os estudantes entrem em redes sociais e outros portais e não prestem a atenção no conteúdo. “Conversei com a escola e eles disseram que vão aumentar a fiscalização. Também educo em casa e acredito que os professores estarão atentos”, disse.
O especialista na área de tecnologias da educação na UnB Gilberto Lacerda acredita que a ferramenta é inerente à evolução, um encontro marcado entre as escolas e a tecnologia, mas o risco de dispersão existe. “A pertinência das aulas será o diferencial para reter a atenção do aluno. A conscientização e o acompanhamento dos pais também é importante nesse e em todos os outros processos”, disse. Para ele, se houver capacitação dos professores, aliada a boa infraestrutura, os resultados surgirão com rapidez. Rafael Assis, Mikhaela Hanae, ambos de 14 anos, e Pedro Henrique Lima Cardoso, 15, admitem a possibilidade de dispersão, mas garantem que o voto de confiança dado a eles não será desperdiçado. “Acho, sim, que vai ter gente na internet, sempre tem uma exceção. A responsabilidade de garantir um futuro promissor agora é nossa. Achei o aplicativo claro, vai ficar mais fácil e interessante aprender”, afirmou Mikhaela. Pedro Henrique também comemora a mochila mais leve. “Na minha antiga escola, tinha que carregar oito livros e o caderno de 12 matérias. Agora, está bem melhor.” Empolgado com a novidade, o rapaz acredita que o professor fará a diferença na hora de prender a atenção dos alunos. “O educador é o maestro. É ele que vai dizer o ritmo da orquestra. Com aulas interessantes, com certeza ficaremos concentrados.”

Segurança - Se o ambiente virtual abre discussões, a segurança é uma preocupação constante para os pais. Eles temem que os filhos sejam visados por bandidos por terem na mochila um equipamento caro. A dúvida é plausível, segundo o tenente-coronel Eduardo Leite Sousa, comandante do Batalhão Escolar. Ele acredita que, em um primeiro momento, o material pode chamar a atenção. “Podemos comparar com a época em que os celulares começaram a fazer sucesso. Quem tinha o aparelho era mais visado, mas em um ou dois anos, a preocupação diminuirá.” Para evitar imprevistos, quem tem o tablet não deve ostentar o material fora da escola. O indicado é sair da sala, colocá-lo na mochila e não tirar até chegar em casa. “Temos hoje 500 policiais para fiscalizar 1.080 escolas, não podemos estar em todas. Por isso, os alunos devem andar por locais claros, só mexer nos aparelhos dentro das salas ou em casa, andar em grupos e não reagir a assaltos”, orientou. Uma outra dica para que não haja prejuízo é fazer um seguro do aparelho. As próprias escolas e as empresas que vendem o tablet oferecem propostas atrativas, que custam em média R$ 150 reais.





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> Portal Aprendiz, 07/02/2012 A década da educomunicação?
Alexandre Sayad
Em dezembro de 2011, a Universidade de São Paulo (USP) organizou, como já tem virado um costume, o III Simpósio Brasileiro de Educomunicação, que reúne profissionais e pesquisadores da interface entre a educação e comunicação de diversas partes da America Latina. Participei de uma mesa de debates cujo título chamava a atenção para a década da educomunicação que se fechava (2001/2011), que teria começado quando a USP começou a sistematizar esse novo campo, assim chamado por eles, e a sociedade civil, em organizações como as que compõem a Rede CEP, iniciado a disseminação da prática Brasil afora. Achei simpático o nome da sessão (“A década da educomunicação”), mas tentarei aqui levar aqui meu pensamento para além disso.

Sim, as práticas de em comunicação e educação jamais estiveram tão presentes em escolas e comunidades. O último levantamento do MEC aponta que cerca de cinco mil instituições adotaram as mídias escolares como ação dentro do programa Mais Educação – uma ação que nasceu no bojo da Rede CEP. Em outro campo, comunidades por todo o país tem re-valorizado o caráter educativo intrínseco a seus
membros, estruturas e aparelhos, por meio de programas que, como o bairro-escola, resgatam a relevância social que a educação informal e não-formal perderam para o currículo escolar nas últimas décadas. No entanto, olhando atentamente para a história, o papel da universidade no campo da educomunicação parece percorrer um caminho contrário ao que exerce naturalmente: tem organizado uma prática um tanto quanto “mundana” e mais antiga que o conceito.

Na verdade, os acadêmicos têm exercido o papel importante em dar contorno a um novo campo e a sistematizar ações que estão ativas muito anteriormente a criação desse novo conceito. Ou seja, as práticas (agora chamadas educomunicativas) datam da década de cinquenta no Brasil, por meio das comunidades eclesiais de base; só em 2001 passaram a freqüentar as salas de aula nas pós-graduações. Considerá-las existentes a partir de 2001 seria o mesmo que passar a acreditar que o graffiti nasceu em meados dos anos oitenta, quando algumas galerias de Nova York chamaram seus artistas a expor, levando ao Olimpo essa forma de arte. Na verdade, já tinha vinte anos à época. O mais interessante no caso
não diz respeito ao passado, mas ao futuro. Quem acredita que essa década foi a da educomunicação pode não estar preparado para o que há de vir de dentro das empresas – essas ainda pouco lembradas como atores importantes dentro do campo.

Se considerarmos o olhar da educomunicação como um comprometimento a uma comunicação de qualidade, esse movimento só está nascendo no ambiente corporativo. Cada vez mais empresas emprestarão sua credibilidade e marca apenas para a comunicação que tiver o mínimo de comprometimento com seus processos, fruto de uma onda de responsabilidade social corporativa que iniciou-se há mais de quinze anos. Está nascendo uma espécie de curadoria de qualidade. Por outro lado, o desafio permanente das empresas em aproveitar idéias e talentos de todos os envolvidos para melhor desenvolver o negócio pode enxergar na educomunicação uma ferramenta muito útil na área de sua gestão. Considerando passado e futuro, a década da educomunicação não foi e nem é; me parece que o conceito está começando a se emaranhar na sociedade e as surpresas maiores ainda estão mesmo por vir.

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