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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, QUINTA 16 DE FEVEREIRO 2012



Matérias de Hoje
  • Ministro acredita que déficit de professores será suprido > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Inep revoga oficialmente Enem de abril de 2012 > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • São Paulo é a 45ª melhor cidade do mundo para fazer faculdade, diz ranking > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • UFRJ estende prazo de matrícula e desrespeita edital do vestibular > O Globo - Rio de Janeiro RJ
  • Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas abre inscrições > Terra Educação
  • CCJ do Senado aprova meia para estudantes em eventos esportivos > Portal G1



Editoriais, artigos e opiniões
  • Ignorancia el Centro de la Miseria > Revista Gestão Universitária
  • O novo regente do MEC > O Estado de São Paulo - São Paulo SP



Matérias
> Correio Braziliense, 15/02/2012 - Brasília DF
Ministro acredita que déficit de professores será suprido
Ascom Mec
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que a universidade pública pode contribuir para suprir o déficit de professores de matemática, física e química no país. Durante reunião da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada nesta quarta-feira, 15, o ministro observou que o Brasil carece, hoje, de 170 mil professores desses conteúdos, enquanto apenas 16% dos docentes da rede pública vieram de instituições federais de ensino superior. “O avanço da universidade depende de uma educação básica de qualidade”, disse Mercadante, que apresentou as principais políticas públicas para o setor e respondeu a questionamentos dos reitores. O ministro falou sobre a importância da expansão das universidades, por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), para a construção de um país mais competitivo. “Estamos investindo na expansão das universidades e na interiorização. É importante que as universidades busquem fazer parte dos arranjos produtivos locais”, disse o ministro. O ministro pediu o apoio da Andifes para fortalecer o banco de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que será votado em breve.
> O Estado de São Paulo, 16/02/2012 - São Paulo SP
Inep revoga oficialmente Enem de abril de 2012
Em 2012, prova só será aplicada no começo de novembro
Estadão.edu
Portaria publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União revoga oficialmente o Enem de abril de 2012. A edição, originalmente prevista em decisão de maio de 2011, foi cancelada no mês passado, nos últimos dias da gestão Fernando Haddad. O então ministro antecipou a possibilidade em 10 de janeiro, quando disse que a aplicação da prova ainda estava em discussão. No dia 19, ele repetiu a afirmação, e cancelou a prova no dia seguinte. O primeiro de Enem de 2012 estava marcado para os dias 28 e 29 de abril. Com a revogação, o ano terá apenas um Enem, nos dias 3 e 4 de novembro. Desde que o MEC deu início ao projeto de substituir o Enem pelos vestibulares tradicionais das instituições públicas, em 2009, a intenção era que o exame fosse aplicado uma vez por semestre. O projeto foi adiado em 2010 e 2011. Esta foi a terceira vez.


> O Estado de São Paulo, 16/02/2012 - São Paulo SP
São Paulo é a 45ª melhor cidade do mundo para fazer faculdade, diz ranking
Paris lidera levantamento inédito do grupo QS; Buenos Aires e Santiago estão à frente de SP
Estadão.edu
São Paulo é a 45.ª melhor cidade do mundo para fazer faculdade, de acordo com levantamento inédito divulgado nesta quarta-feira, 15, pela QS - grupo de pesquisa que publica anualmente um dos mais importantes rankings de universidades do planeta. Paris ocupa o topo da lista do novo estudo, seguida por Londres, Boston e Melbourne. Outras seis cidades europeias completam a relação de top 10. Na América Latina, São Paulo fica atrás de Buenos Aires (24.º lugar), Cidade do México (31.º) e Santiago (41.º). Segundo o ranking, Cingapura, na 12.ª colocação, é a melhor cidade asiática para estudar. Depois vêm Hong Kong (19.ª) e Tóquio (19.ª).

A Austrália é o único país com duas cidades entre as 10 mais bem avaliadas: além de Melbourne,
emplacou Sidney, na 6.ª posição. O ranking do QS se baseia em 12 critérios, entre os quais a qualidade e o número de universidades ranqueadas internacionalmente. Outros fatores também são considerados, como a qualidade de vida, o custo dos estudos e a reputação local das instituições junto aos empregadores. Para entrar na lista, as cidades deveriam ter pelo menos 250 mil habitantes e duas instituições ranqueadas no QS. Cálculo da consultoria aponta que 98 lugares no mundo preenchem os dois critérios.

Veja as top 10 cidades: 1 - Paris 2 - Londres 3 - Boston 4 - Melbourne 5 - Viena 6 - Sidnei 7 - Zurique 8 - Berlim 9 - Dublin 10 - Montreal. O diretor executivo do QS, Nunzio Quacquarelli, disse que cidades da Europa continental, Austrália e Ásia
oferecem "distintas vantagens" aos estudantes "quando uma diversa escala de fatores é tomada em consideração". Para o vice-chanceler das universidades de Paris, Édouard Husson, a pesquisa "reconhece a grande experiência internacional que Paris fornece aos estudantes". Ao QS, ele afirmou que a cidade tem "mais universidades globalmente ranqueadas e reconhecidas que qualquer outra cidade". "Adiciona-se a isso as baixas anuidades." O prefeito de Londres, Boris Johnson, declarou estar "muito feliz" com o resultado do levantamento. "Com os Jogos Olímpicos cada vez mais próximos, Londres está passando por diversas transformações. Nós temos o dobro de livrarias que Nova York e mais museus que Paris. E, a propósito, nossos museus são gratuitos", disse.


> O Globo, 15/02/2012 - Rio de Janeiro RJ
UFRJ estende prazo de matrícula e desrespeita edital do vestibular
Candidatos na lista de espera reclamam, mas universidade nega violação das regras
Rodrigo Gomes e Lauro Neto
RIO - Candidatos a uma vaga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão reclamando que a universidade teria ferido as normas do Edital Complementar de Vagas UFRJ - SiSU prorogando o prazo de matrícula. De acordo com o edital, a matrícula dos aprovados na primeira lista de espera deveria ser feita até as 15h de terça-feira (14), e quem não se matriculasse perderia a vaga. Diante das inúmeras reclamações de leitores, repórteres de O GLOBO, sem se identificar, entraram em contato com a Divisão de Registro de Estudantes (DRE), que informou que a matrícula ainda poderia ser feita nesta quarta-feira (15)  até as 16h, desrespeitando o edital. O fato também foi confirmado através de uma ligação telefônica gravada pelo vestibulando Tony Lima (ouça acima), que falou com o mesmo atendente que o O GLOBO. - Vi pela comunidade Vestibular UFRJ 2012 (ou ENEM 2011) vários pessoas reclamando que a universidade estava entrando em contato com candidatos que não tinham feito a matrícula até ontem, estendo o prazo até hoje. Fui prejudicado e resolvi entrar em contato para verificar os boatos. É uma irresponsabilidade, principalmente por causa do edital, em que eu confiava - lamenta Tony, que tenta uma vaga no curso de Matemática . Diante da informação, O GLOBO ligou novamente para o departamento, mas dessa vez, Fábio Márcio, um dos coordenadores da DRE, negou tudo e afirmou que o prazo de matrícula foi encerrado conforme previsto no documento. - Nós não quebramos o edital. Ele está sendo seguido como deve ser. Hoje, não estamos fazendo matricula. Nosso trabalho agora é contabilizar quantas vagas ainda sobraram para divulgar uma nova lista entre hoje (15) e amanhã (16). Caso ainda sobre mais, vagas vamos fazer uma nova convocação entre os dias 27 a 2 de março - diz Fábio.



Estadão.edu
Portaria publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União revoga oficialmente o Enem de abril de 2012. A edição, originalmente prevista em decisão de maio de 2011, foi cancelada no mês passado, nos últimos dias da gestão Fernando Haddad. O então ministro antecipou a possibilidade em 10 de janeiro, quando disse que a aplicação da prova ainda estava em discussão. No dia 19, ele repetiu a afirmação, e cancelou a prova no dia seguinte. O primeiro de Enem de 2012 estava marcado para os dias 28 e 29 de abril. Com a revogação, o ano terá apenas um Enem, nos dias 3 e 4 de novembro. Desde que o MEC deu início ao projeto de substituir o Enem pelos vestibulares tradicionais das instituições públicas, em 2009, a intenção era que o exame fosse aplicado uma vez por semestre. O projeto foi adiado em 2010 e 2011. Esta foi a terceira vez.


> O Estado de São Paulo, 16/02/2012 - São Paulo SP
São Paulo é a 45ª melhor cidade do mundo para fazer faculdade, diz ranking
Paris lidera levantamento inédito do grupo QS; Buenos Aires e Santiago estão à frente de SP
Estadão.edu
São Paulo é a 45.ª melhor cidade do mundo para fazer faculdade, de acordo com levantamento inédito divulgado nesta quarta-feira, 15, pela QS - grupo de pesquisa que publica anualmente um dos mais importantes rankings de universidades do planeta. Paris ocupa o topo da lista do novo estudo, seguida por Londres, Boston e Melbourne. Outras seis cidades europeias completam a relação de top 10. Na América Latina, São Paulo fica atrás de Buenos Aires (24.º lugar), Cidade do México (31.º) e Santiago (41.º). Segundo o ranking, Cingapura, na 12.ª colocação, é a melhor cidade asiática para estudar. Depois vêm Hong Kong (19.ª) e Tóquio (19.ª).

A Austrália é o único país com duas cidades entre as 10 mais bem avaliadas: além de Melbourne,
emplacou Sidney, na 6.ª posição. O ranking do QS se baseia em 12 critérios, entre os quais a qualidade e o número de universidades ranqueadas internacionalmente. Outros fatores também são considerados, como a qualidade de vida, o custo dos estudos e a reputação local das instituições junto aos empregadores. Para entrar na lista, as cidades deveriam ter pelo menos 250 mil habitantes e duas instituições ranqueadas no QS. Cálculo da consultoria aponta que 98 lugares no mundo preenchem os dois critérios.

Veja as top 10 cidades: 1 - Paris 2 - Londres 3 - Boston 4 - Melbourne 5 - Viena 6 - Sidnei 7 - Zurique 8 - Berlim 9 - Dublin 10 - Montreal. O diretor executivo do QS, Nunzio Quacquarelli, disse que cidades da Europa continental, Austrália e Ásia
oferecem "distintas vantagens" aos estudantes "quando uma diversa escala de fatores é tomada em consideração". Para o vice-chanceler das universidades de Paris, Édouard Husson, a pesquisa "reconhece a grande experiência internacional que Paris fornece aos estudantes". Ao QS, ele afirmou que a cidade tem "mais universidades globalmente ranqueadas e reconhecidas que qualquer outra cidade". "Adiciona-se a isso as baixas anuidades." O prefeito de Londres, Boris Johnson, declarou estar "muito feliz" com o resultado do levantamento. "Com os Jogos Olímpicos cada vez mais próximos, Londres está passando por diversas transformações. Nós temos o dobro de livrarias que Nova York e mais museus que Paris. E, a propósito, nossos museus são gratuitos", disse.


> O Globo, 15/02/2012 - Rio de Janeiro RJ
UFRJ estende prazo de matrícula e desrespeita edital do vestibular
Candidatos na lista de espera reclamam, mas universidade nega violação das regras
Rodrigo Gomes e Lauro Neto
RIO - Candidatos a uma vaga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão reclamando que a universidade teria ferido as normas do Edital Complementar de Vagas UFRJ - SiSU prorogando o prazo de matrícula. De acordo com o edital, a matrícula dos aprovados na primeira lista de espera deveria ser feita até as 15h de terça-feira (14), e quem não se matriculasse perderia a vaga. Diante das inúmeras reclamações de leitores, repórteres de O GLOBO, sem se identificar, entraram em contato com a Divisão de Registro de Estudantes (DRE), que informou que a matrícula ainda poderia ser feita nesta quarta-feira (15)  até as 16h, desrespeitando o edital. O fato também foi confirmado através de uma ligação telefônica gravada pelo vestibulando Tony Lima (ouça acima), que falou com o mesmo atendente que o O GLOBO. - Vi pela comunidade Vestibular UFRJ 2012 (ou ENEM 2011) vários pessoas reclamando que a universidade estava entrando em contato com candidatos que não tinham feito a matrícula até ontem, estendo o prazo até hoje. Fui prejudicado e resolvi entrar em contato para verificar os boatos. É uma irresponsabilidade, principalmente por causa do edital, em que eu confiava - lamenta Tony, que tenta uma vaga no curso de Matemática . Diante da informação, O GLOBO ligou novamente para o departamento, mas dessa vez, Fábio Márcio, um dos coordenadores da DRE, negou tudo e afirmou que o prazo de matrícula foi encerrado conforme previsto no documento. - Nós não quebramos o edital. Ele está sendo seguido como deve ser. Hoje, não estamos fazendo matricula. Nosso trabalho agora é contabilizar quantas vagas ainda sobraram para divulgar uma nova lista entre hoje (15) e amanhã (16). Caso ainda sobre mais, vagas vamos fazer uma nova convocação entre os dias 27 a 2 de março - diz Fábio.


> Terra Educação, 15/02/2012
Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas abre inscrições
Estão abertas, até 30 de março, as inscrições para a 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A inscrição dos estudantes deve ser feita pelas escolas. Podem participar alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio. Na edição deste ano serão premiados 500 estudantes com medalhas de ouro, 900 de prata, 3,1 mil de bronze, além de certificados de menção honrosa. Projeto de estímulo ao estudo da matemática, a olimpíada é voltada para as escolas públicas, estudantes e professores de todo o país. Para incentivar a participação, a Obmep produz e distribui materiais didáticos, oferece estágio aos professores premiados e a participação de alunos no Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC). No PIC, medalhistas estudam matemática por um ano com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Obmep também prepara, a cada ano, cerca de 30 medalhistas de ouro para competições internacionais.

Calendário - O regulamento da 8ª edição da olimpíada define as datas de todas as etapas do evento: 30 de março encerramento das inscrições; 5 de junho, aplicação das provas da primeira fase nas escolas; 26 de junho, último prazo para as escolas enviarem os cartões-resposta dos classificados para a segunda fase; 15 de agosto, divulgação dos classificados para a segunda fase e do local de realização das provas; 15 de agosto
a 14 de setembro, período para as escolas indicarem, na página eletrônica da Obmep, os professores dos alunos classificados para a segunda fase; 15 de setembro, às 14h30, provas da segunda fase; 30 de novembro, divulgação dos premiados na página eletrônica da olimpíada.

Promovida pelos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação; e da Educação, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática. Na 7ª edição, em 2011, a Obmep recebeu 18,7 milhões de inscrições de alunos de 44,6 mil escolas dos 26 estados e do Distrito Federal. Com informações do Ministério da Educação (MEC)


> Portal G1, 15/02/2012
CCJ do Senado aprova meia para estudantes em eventos esportivos
Projeto cria Estatuto da Juventude, que estipula direitos para jovens. Se Lei da Copa não revogar regra, estudante pagará meia no Mundial
Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta terça-feira (21) a criação do Estatuto da Juventude, que define um conjunto de direitos específicos para jovens entre 15 e 29 anos. O projeto garante a estudantes o direito à meia-entrada em eventos artísticos, de entretenimento, lazer e eventos esportivos em todo o território nacional. Atualmente, a meia-entrada é regulamentada por legislações estaduais. Em eventos financiados com recursos públicos, 50% dos ingressos disponíveis devem ser disponibilizados como meia-entrada. É o caso dos jogos da Copa do Mundo de 2014, evento que tem crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já em eventos financiados exclusivamente com recursos privados, 40% dos ingressos poderão ser vendidos como meia-entrada.

Fica assegurado aos jovens estudantes e aos jovens comprovadamente carentes, na forma do regulamento, o acesso a salas de cinemas, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e
circenses, eventos educativos, esportivos, de lazer e entretenimento, em todo o território nacional, promovidos por quaisquer entidades e realizados em estabelecimentos públicos ou particulares, mediante pagamento da metade do preço do ingresso cobrado do público em geral”, diz o texto aprovado pela CCJ. A matéria segue para votação em caráter de urgência na Comissão de Assuntos Sociais. Em seguida irá para a Comissão de Educação, Cultura e Esporte e para a Comissão de Direitos Humanos. Como houve modificação do texto no Senado, a proposta voltará a ser apreciada na Câmara.

Se o projeto for aprovado em definitivo pelo Congresso, os estudantes deverão ter acesso à meia-entrada nos jogos do Mundial de Futebol em 2014, a não ser que a Lei Geral da Copa revogue esse dispositivo do estatuto. As duas leis - a da Copa e o estatuto - são ordinárias e, portanto, têm a mesmo grau de importância, mas como legislação específica revoga regra geral, a Lei da Copa poderá
prevalecer. “A Lei Geral da Copa precisará revogar expressamente esse artigo do estatuto que prevê acesso dos estudantes à meia-entrada nos jogos da campeonato”, disse o relator da proposta na CCJ, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). A Federação Internacional do Futebol (Fifa) é contra a venda de meia-entrada para estudantes nos jogos da Copa. "Não me interessa o que pensa a Fifa. O Brasil é um país soberano", afirmou Randolfe Rodrigues.

Passagem - O texto aprovado pela comissão de Senado prevê ainda desconto de 50% em passagens interestaduais para estudantes carentes que sejam beneficiários do Bolsa Família, programa do governo federal que prevê ajuda financeira mensal a famílias de baixa renda. A proposta exige que sejam reservados quatro assentos nos transportes coletivos, dos quais dois gratuitos e dois com desconto de 50%. Segundo Randolfe Rodrigues, a regra vale para qualquer meio de transporte, como avião, ônibus e trem.


Editoriais, artigos e opiniões
> O Estado de São Paulo, 16/02/2012 - São Paulo SP
O novo regente do MEC
Editorial
Desde que assumiu o Ministério da Educação (MEC), há três semanas, o ministro Aloysio Mercadante já deu várias entrevistas sobre as reformas que pretende promover numa das mais estratégicas áreas da máquina federal. Nessas entrevistas, ele falou muito e deixou claro que não tem projeto de gestão definido nem critérios técnicos para justificar a fixação de prioridades. O novo ministro prometeu mudar a metodologia do Enem, adotando critérios mais rigorosos para a correção da prova. Disse que a escola não está "interessante" e que concederá bônus para as que alfabetizarem os alunos até os 8 anos. Também defendeu o uso de tecnologia digital pela rede pública de ensino fundamental e afirmou que o "arranjo social da sala de aula" e o quadro negro são do século 18, os professores são do século 20 e os alunos do século 21. "Nós, professores, somos analógicos e imigrantes digitais. Os alunos são nativos digitais. Não queremos um apartheid digital, como tivemos um apartheid educacional no passado."

Além disso, declarou-se favorável à aplicação de uma prova nacional de docentes, que definiu como instrumento de motivação dos professores que trabalham em redes municipais de ensino com baixo desempenho e em áreas de risco. Contudo, foi evasivo sobre o futuro do Plano Nacional de Educação (PNE), que está parado no Congresso há mais de um ano. A prova nacional é prevista pelo PNE, que estabelece diretrizes do
setor para a década de 2010. Quanto a metas, o ministro disse que compartilha "a forma de ver" da presidente Dilma Rousseff. "Ela diz que sempre precisamos estabelecer metas como quem lida com arco e flecha: mira um pouco mais acima para acertar o alvo" (sic).

Questionado sobre as fontes de financiamento do setor educacional e sobre a reivindicação de associações de docentes, que pedem a elevação do investimento público em ensino para 10% do Produto Interno Bruto, Mercadante lembrou que o dinheiro poderá vir do pré-sal. "O que nós temos de novo para poder dar um salto é o pré-sal. Os royalties são para você preparar a economia pós-petróleo. Porque o pré-sal é uma energia não renovável. As futuras gerações não terão acesso. O que podemos fazer era vincular pelo menos 30% dos recursos do pré-sal para educação, ciência e tecnologia e fazer um grande pacto de que pelo menos durante uma década a prioridade vai ser investir em educação" (a citação do ministro da Educação é textual, segundo a versão do jornal O Globo da entrevista).

Com declarações vagas como essas, o novo ministro da Educação mostrou não ter o preparo necessário para o exercício do cargo, deixando os especialistas em pedagogia perplexos. Segundo eles, o País - que hoje tem cerca de 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola e padrões de ensino muito ruins - não pode esperar
pelos dividendos da exploração do pré-sal para melhorar a qualidade de seu sistema educacional. Em outras palavras, condicionar o aumento do financiamento da educação ao pré-sal é apenas uma forma de furtar-se a uma definição sobre a questão fundamental do aumento dos investimentos de que o setor educacional tanto necessita. Por enquanto, eles deverão permanecer como hoje - ou seja, muito abaixo dos padrões necessários a uma economia competitiva e capaz de ocupar espaços cada vez maiores no mercado mundial.

Na realidade, a ideia de condicionar qualquer fonte de recursos para a educação ao pré-sal é absurda - a começar pelo fato de que os primeiros lucros da exploração desse tipo de petróleo demorarão décadas para aparecer. Até lá, se o Executivo não financiar com recursos próprios projetos de melhoria do ensino fundamental e do ensino médio, o Brasil terá perdido pelo menos uma geração. Além disso, Mercadante parece não compreender - o que demonstra surpreendente despreparo - que se o governo não começar a preparar desde já as crianças em idade pré-escolar, elas não terão a formação necessária para aprender matemática e ciências, os requisitos básicos de uma mão de obra capaz de trabalhar na exploração do pré sal e nos projetos de inovação científica e tecnológica inerentes àquele projeto.


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