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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, QUINTA, 02 DE FEVEREIRO DE 2012

Matérias de Hoje
  • RJ: 14% dos alunos da rede pública não leram nenhum livro em 5 anos > O Globo - Rio de Janeiro RJ
  • Estudante não consegue senha de atendimento e perde bolsa do Prouni > Portal G1
  • Dados do censo começam a ser coletados nesta quarta-feira > Correio Braziliense - Brasília DF
  • Pernambuco amplia para 217 o número de escolas em tempo integral > Jornal do Commercio - Recife PE
  • MEC abre processo contra universidade particular em SP > Folha.com
  • Atuais métodos de ensino on-line deixam a desejar’, diz pesquisador > Portal Aprendiz
Editoriais, artigos e opiniões
  • Um apartheid silencioso > Folha de São Paulo - São Paulo SP
  • Na porta das escolas da Capital, a fila agora é tripla > Hoje em Dia - Belo Horizonte MG
  • O lugar do engenheiro de software no mercado > O Tempo - Belo Horizonte MG


Matérias
> O Globo, 01/02/2012 - Rio de Janeiro RJ RJ: 14% dos alunos da rede pública não leram nenhum livro em 5 anos
Estudo foi feito com 4 mil estudantes do ensino médio
Rodrigo Gomes
RIO - Dados divulgados pela Secretaria estadual de Educação do Rio mostram que os estudantes do ensino médio da rede pública não leem muito. Conforme antecipou a coluna Ancelmo Gois desta quarta-feira, a pesquisa feita com 4 mil alunos mostra que 14% não leram nenhum livro nos últimos cinco anos. Outros 11% leram apenas um, e 26% somente dois ou três, ou seja, 51% dos alunos leram de 0 até 3 livros nos últimos 5 anos. Já 49% leram de 4 a mais de 20 livros. A diretora executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, considera o resultado alarmante. Para ela, a leitura do texto literário no ensino médio é, sem dúvida, muito importante para o aluno nesta fase de formação. - Isso é sofrível. Como esses estudantes cumpriram essa etapa da vida acadêmica sem ler um livro sequer? A literatura faz parte do ensino médio. Esse tipo de aluno nunca vai conseguir passar no Enem, por exemplo. É somente por meio da leitura que descobrimos as múltiplas faces da linguagem - diz.

Para Priscila, a qualidade do ensino nessas escolas tem que ser melhor avaliada e mais bem monitorada. - É preciso saber como o professor atua. Faz parte do trabalho dele incentivar a leitura. O custo dos livros não pode ser 
desculpa para isso. Hoje temos bibliotecas públicas e na web também é possível fazer download de várias obras. O hábito da leitura deve fazer parte da rotina dos estudantes - conta A pesquisa também revelou que 78% dos estudantes têm computador com acesso a internet. - Era muito melhor dar livros para esses jovens do que um computador. A internet deve ser usada como uma ferramenta de acesso para a leitura - explica. De acordo com a pesquisa, a qualidade do ensino nas escolas estaduais foi bem avaliada por 67% dos alunos. Para 13% é excelente, enquanto que para 54% é bom. Apenas 4% o avaliam negativamente.





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> Portal G1, 01/02/2012 Estudante não consegue senha de atendimento e perde bolsa do Prouni
No último dia de matrícula, lentidão na Unip preocupa aprovados. Universidade disse que no início do prazo sobraram senhas.
Ana Carolina MorenoDo G1, em São Paulo
O estudante Maik dos Santos Pinheiro, de 22 anos, foi aprovado com uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni) para o curso de gestão de segurança privada da Universidade Paulista (Unip). O jovem chegou na tarde desta quarta-feira (1º), último dia do prazo de matrícula dos aprovados no programa do MEC, no campus da instituição na Avenida Paulista, mas não conseguiu ser atendido porque a universidade distribuiu 50 senhas, que se esgotaram logo pela manhã. Maik foi embora para casa e vai perder o benefício concedido pelo MEC. O jovem, que trabalha como balconista em Atibaia (SP), disse ter sido informado pela universidade que bastaria chegar no horário de atendimento para fazer a matrícula. "Vou tentar uma bolsa em outra instituição", afirmou o estudante.

Outros estudantes aprovados pelo Prouni reclamaram da lentidão no atendimento para a matrícula na Unip. Alguns deles afirmaram ao G1 que tentaram fazer a matrícula na terça-feira (31) e tiveram de voltar nesta quarta porque não conseguiram ser atendidos. A universidade diz que desde o início das matrículas, no dia 23 de janeiro, foram disponibilizadas senhas de atendimento e nem todas foram usadas. Segundo a Unip, "foram oferecidas 136 vagas de ProUni para diversos cursos no campus Paulista. Nos dias 23 a 25 foram disponibilizadas 20 senhas de atendimento por dia e não foram totalmente utilizadas; dias 26 e 27, outras 40 senhas que também não foram totalmente utilizadas; e, a partir do dia 30, foram utilizadas 50 senhas por dia". Segundo a universidade, o tempo de espera é, em média, de duas horas devido ao
atendimento individual durar aproximadamente 40 minutos por candidato. Segundo a estudante Kelrollem Munhoz, de 19 anos, entre as 8h e as 12h desta quarta-feira, apenas nove estudantes haviam sido atendidos. Depois de duas tentativas fracassadas, na quinta-feira (26) e na segunda-feira (30), ela decidiu chegar às 6h30 na Unip, mas só conseguiu a senha 39. Calculando a média de atendimento por hora, a garota afirmou que temia passar a madrugada no local para conseguir garantir sua vaga no curso de marketing, com a bolsa integral que recebeu do Ministério da Educação.

Kelrollem afirmou que, na segunda-feira, chegou às 8h, conseguiu a senha 17 e foi atendida às 18h, mas teve a matrícula recusada pela atendente da Unip. Segundo ela, a universidade alegou falta de documentos.
"Ele pedem vários documentos, a gente entende que é para comprovar a renda, mas todas as vezes tem alguma coisa faltando. No meu caso alegaram falta de documentos, hoje eu os trouxe novamente." A jovem, que mora com a família em Jandira, na Região Metropolitana de São Paulo, contou que lhe pediram a carteira de trabalho, o CPF de todos os membros da família, a certidão de casamento dos pais e comprovante de pagamento do IPTU. "Pedem mais documentos do que a lista do Prouni", disse ela. Na lista disponível no site oficial do MEC para o programa, apenas um comprovante de separação ou divórcio dos pais é exigido, mas Kelrollem afirma que seus pais são casados. Além disso, para comprovação da renda familiar, o Prouni afirma que a coordenação do programa nas instituições pode
pedir contra-cheques, extratos de conta bancária e carteira de trabalho, mas o CPF não é citado na lista, assim como não consta a necessidade de comprovar pagamento do IPTU.

Segunda chamada será dia 7 - De acordo com o cronograma divulgado pelo Ministério da Educação, a segunda chamada do programa será divulgada no dia 7 de fevereiro, com prazo para matrícula e comprovação de informações até o dia 15. O sistema de consulta dos candidatos pré-selecionados no Prouni foi ao ar no dia 20 de janeiro. A divulgação do resultado estava prevista para o dia 22, mas o MEC antecipou os resultados assim como fez com os resultados do Enem e do Sistema Nacional de Seleção Unificada (Sisu). Ao fim das duas chamadas, os candidatos não pré-selecionados, ou aqueles que foram pré-selecionados em cursos sem formação de turma, podem manifestar interesse em fazer parte da lista de espera, que será usada pelas instituições participantes do programa para a ocupação das bolsas eventualmente ainda não ocupadas. O período para manifestação de interesse na lista irá de 22 a 24 de fevereiro. Ao fim desse prazo, serão feitas duas convocações dos integrantes. A primeira, em 27 de fevereiro, com prazo para comprovação de documentos e matrícula de 28 do mesmo mês até 2 de março. A segunda, em 9 de março, com prazo de 12 a 15 de março. O Prouni tem um total de 1.208.398 candidatos participantes. O número de inscritos é recorde na história do programa, criado pelo governo federal em 2004. No ano passado foram inscritos 1.048.631 candidatos.





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> Correio Braziliense, 01/02/2012 - Brasília DF Dados do censo começam a ser coletados nesta quarta-feira
Ascom Mec
A coleta de dados do Censo da Educação Superior (ano de referência 2011) começa nesta quarta feira, 1º de fevereiro, em todo o país. É esperada a participação de mais de 2.300 instituições de educação superior, além de cerca de 6 milhões de alunos, distribuídos em cursos de bacharelado, licenciatura, tecnológicos e sequenciais de formação específica. O Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), é o instrumento de pesquisa sobre as instituições de educação superior, seus alunos e docentes. As estatísticas produzidas oferecem aos usuários informações sobre ingressos, matrículas, concluintes, vagas e dados de financiamento estudantil, entre outros. O censo subsidia ainda o planejamento e a avaliação de políticas públicas, além de contribuir no cálculo de indicadores de qualidade, como o Índice Geral de Cursos (IGC). Maiores informações podem ser obtidas no portal do Inep.





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> Jornal do Commercio, 01/02/2012 - Recife PE Pernambuco amplia para 217 o número de escolas em tempo integral
Do NE10
O Programa Educação Integral foi ampliado pelo Governo de Pernambuco e agora 217 escolas espalhadas por 137 municípios participam do programa. Em 2011, 173 unidades de ensino em 103 municípios tinham educação integral. Das 44 novas unidades, 12 já foram criadas com horário integral (40 horas por semana) e 32 em regime semi-integral (32 horas). “Segundo dados do Ministério da Educação, as unidades de referência do Estado alcançaram o índice de 4,6, enquanto a meta fixada para 2021 é de 4,5. Nosso objetivo é ampliar o acesso da população à educação integral, pois a educação de qualidade é o único investimento com retorno garantido, capaz de beneficiar tanto o cidadão quanto o conjunto da sociedade”, ressaltou o governador Eduardo Campos sobre a importância do programa.

“O Programa de Educação Integral do Governo do Estado se desenvolveu e se consolidou como uma ação que traz excelentes resultados para a Educação em Pernambuco. A prova disso é que
os estudantes das escolas integrais e semi-integrais têm alcançado cada vez mais sucesso nos vestibulares e as escolas de referência em ensino médio têm obtido resultados bastante favoráveis em avaliações, como a do Ideb”, destaca o secretário estadual de Educação, Anderson Gomes. A meta do governo é chegar em 2014 com um total de 300 escolas referências, com 215 integrais e 85 semi-integrais, atendendo todos os municípios do Estado.





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> Folha.com, 01/02/2012 MEC abre processo contra universidade particular em SP
DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação abriu nesta quarta-feira um processo administrativo contra a universidade paulistana São Marcos, que pode resultar em seu descredenciamento --o que significa não oferecer mais vagas e o posterior fechamento após a formatura dos alunos atuais. A Universidade São Marcos já deveria seguir medidas cautelares administrativas, aplicadas pelo MEC em 28 de março do ano passado. A instituição não pode desde então receber novos alunos, seja por processo seletivo ou transferência, e também teve a sua autonomia cancelada --o que a impede de abrir novos cursos e ampliar o número de vagas de cada um deles. Segundo o MEC, as medidas foram aplicadas no ano passado em decorrências de dois processos. Um deles porque a São Marcos não seguia a exigência de manter um terço de seu corpo docente com titulação (mestrado ou doutorado) e um terço com dedicação exclusiva à instituição. O segundo processo era referente a problemas na gestão administrativa e financeira da São Marcos. A instituição teve uma série de problemas no passado, como ser despejada de uma de suas sedes.

Em um comunicado oficial da diretoria em seu site, datado de 16 de janeiro, a nova reitora afirma que os locais em que os cursos 
funcionariam "já está sendo providenciado e esperamos poder comunicar em breve". Após ser notificada pelo MEC do processo administrativo, a instituição terá agora um prazo de 30 para apresentar a sua defesa. Após esse período, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC vai emitir um parecer, que pode ser o seu descredenciamento. Se isso ocorrer, a última instância de recurso para a instituição será o Conselho Nacional de Educação. A Folha tentou contato com a São Marcos através dos quatro telefones informados em seu site, mas em nenhum deles completou a ligação.





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> Portal Aprendiz, 02/02/2012 Atuais métodos de ensino on-line deixam a desejar’, diz pesquisador
Professor da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, o indiano Sugata Mitra ficou famoso pelo experimento conhecido como “buraco na parede”. Funciona da seguinte maneira: um computador com acesso à internet é colocado em uma localidade pobre –no início, uma periferia da Índia. A partir daí, as crianças aprendem a mexer sozinhas no PC e a acessar a internet. Os dois princípios que regem a experiência são a auto-organização, porque uma criança ensina à outra, e a tecnologia ajudando a educação. O pesquisador falará sobre os dois assuntos em palestra na Campus Party, na terça-feira (7), às 19h, no palco principal do evento. Em entrevista por e-mail à Folha, Sugata Mitra diz que, apesar de acreditar que a tecnologia ajuda o processo educativo, as maneiras como ela é utilizada atualmente são falhas. “Os atuais métodos de ensino on-line deixam a desejar”, exemplifica. Para o indiano, o processo de aprendizado não é neutro –de mão única, do professor ao aluno–, e prova disso é a negociação entre crianças e pais. Além disso, a auto-organização, diz Mitra, também é uma forma de negociação entre pares. “De alguns pontos de vista, a comunidade de software livre e a Wikipedia são exemplos de auto-organização”, diz. Mesmo assim, o pesquisador ressalva que a auto-organização física tem aspectos únicos, principalmente entre crianças. Apesar de ser um defensor da educação on-line, Sugata Mitra acredita que a ida de estudantes de países menos desenvolvidos, como Brasil, China e Índia, a universidades europeias e americanas não é um problema. “Estudantes devem estar onde podem produzir melhor”, diz. “A humanidade é maior que países.”





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Editoriais, artigos e opiniões
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> Folha de São Paulo, 02/02/2012 - São Paulo SP Um apartheid silencioso
Escolas estatais sofrem com lentidão, corporativismo e falta de meritocracia; o ProUni é um exemplo: poderíamos ter acesso universal às escolas privadas
Fernando Luís Schüler
A última edição do Pisa, avaliação realizada em 65 países com alunos de 15 anos, pela OCDE, apresenta um dado perturbador. Os nossos alunos das escolas privadas tiveram nota média de 502, semelhante à nota dos estudantes dos EUA. Os nossos alunos das redes estaduais e municipais de ensino alcançaram uma média de 387, semelhante à da Albânia. Os dados do Enem mostram o mesmo quadro. Das mil escolas mais bem posicionadas (contando apenas as escolas que tiveram mais de 75% de participação dos estudantes), 92% eram particulares. O fato é que estamos alimentando, no Brasil, uma espécie de apartheid educacional entre os jovens de classe média e alta, cujas famílias há muito "privatizaram" a educação de seus filhos, e os estudantes de famílias mais pobres, que são levados a estudar nas redes estaduais e municipais de ensino, com seus problemas crônicos de gestão.

É uma situação paradoxal: o sistema público de educação, que deveria assegurar uma base de oportunidades igual para todos, é ele mesmo uma máquina geradora de profundas desigualdades sociais. Alguns dirão que não é possível debitar os resultados pífios da educação pública às deficiências estruturais do sistema. Pesaria a condição das famílias para apoiar os filhos em suas atividades fora das salas de aula. É um argumento que pode tranquilizar o nosso sono, mas é inaceitável. Caberia ao
Estado exatamente criar as condições para compensar essas assimetrias sociais. Recursos não faltam para isso. Nosso sistema estatal é caro e ineficiente. Escolas estatais são repartições públicas. Não têm autonomia para tomar decisões com a racionalidade e a rapidez que a educação requer no dia a dia -como atualizar laboratórios, bibliotecas e fazer obras de infraestrutura.

Elas sofrem com a burocracia, com o corporativismo e com a visão antimeritocrática comum no serviço público brasileiro. É fácil constatar esse quadro e dizer que tudo poderia ser diferente. Mas não é o que a experiência demonstra. Penso que chegou a hora de apostar em uma mudança de paradigma no Brasil. Uma mudança estrutural de longo prazo: repensar a relação entre o Estado e a sociedade brasileira no que se refere à educação. Em vez de continuarmos tentando o que se tentou no século 20 -ou seja, nivelar o acesso à educação pela oferta do ensino estatal-, podemos buscar soluções efetivamente possíveis no século 21: assegurar o acesso de todos ao ensino não estatal -composto por escolas com ou sem fins lucrativos, desde que elas tenham qualidade, uma gestão ética e uma relação positiva entre custo e benefício. O Brasil tem apresentado inovações importantes nessa direção. Basta observar o ProUni e o Fies. O Estado financia (via abatimento fiscal para as instituições ou via juros subsidiados
para os estudantes) a matrícula dos alunos nas instituições particulares. É, grosso modo, o que, há décadas, propunha-se no país sob o conceito de "voucher" para a educação.

Em vez de criar e administrar repartições públicas de ensino, o Estado utiliza a capacidade disponível das redes privadas, deixa que as famílias escolham onde querem estudar e concentra a sua ação na criação de indicadores e na exigência de qualidade. Fica a pergunta: por que esse não se torna o padrão de atuação dos governos na educação também no ensino médio e fundamental? Por que continuar abrindo repartições públicas educacionais e continuar (como os indicadores mostram) aumentando o fosso social brasileiro? Não seria melhor apostar em modelos transparentes de parceria entre Estado e sociedade, com o financiamento direto aos estudantes, deixando que eles escolham onde estudar? Alguém já comparou a relação entre custo e benefício dessas duas alternativas? O Brasil fez muitas revoluções nas duas últimas décadas. Precisamos agora de mais uma. Uma revolução para que exista igualdade de oportunidades, que vai começar quando tivermos alguma coragem para revisar velhos conceitos. FERNANDO LUÍS SCHÜLER, 46, doutor em filosofia e mestre em ciências políticas pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), é diretor acadêmico do Ibmec-RJ





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> Hoje em Dia, 02/02/2012 - Belo Horizonte MG Na porta das escolas da Capital, a fila agora é tripla
O início do ano letivo mostrou ontem que nada mudou em relação às filas duplas nas portas das escolas de Belo Horizonte. Apesar das faixas, das campanhas educativas e dos agentes da BHTrans, nada adiantou. Ao contrário, o problema piorou. No lugar das filas duplas, temos, agora, filas triplas, algumas delas com a ajuda do agente da BHTrans, que ontem até estava abrindo porta para aluno descer mais rapidamente, na tentativa de agilizar o fluxo do trânsito.

A tranquilidade das férias de janeiro foi substituída pelo caos nas portas das escolas em fevereiro. Janeiro era o retrato de uma Belo Horizonte há dez anos, com muito menos veículos nas ruas. O trânsito era mais tranquilo e as filas duplas pouco incomodavam. Porém, de lá pra cá, passamos por uma década de crescimento econômico, que facilitou a aquisição de veículos por boa parte da população que não tinha acesso a esse bem de consumo. Contudo, as ruas
continuaram as mesmas. As poucas intervenções, como o Boulevard Arrudas, que criou mais pistas ao longo da Avenida dos Andradas e mesmo a duplicação da Avenida Antônio Carlos, no trecho entre a Lagoinha e o Viaduto São Francisco, foram pontuais e absorvidas, rapidamente, pelas vendas de carros das concessionárias.

Não basta uma simples campanha educativa, não basta a repressão dos agentes da BHTrans. Administrar esse caos é mais complexo e custa caro. A filas de carros não seriam duplas ou triplas caso as mães pudessem levar os filhos de metrô. É retirando os carros das ruas, aqueles que possam ser substituídos por um bom sistema de transporte público que o belo-horizontino voltará a ter a tranquilidade das férias de janeiro. Do jeito que está, nem mesmo em janeiro teremos o trânsito fluindo pelas belas avenidas da capital mineira. Por outro lado, não se pode proibir as
pessoas de continuar a comprar veículos. O caso é que o crescimento econômico não foi devidamente acompanhado pela melhoria da infraestrutura, não só em Belo Horizonte, mas nas demais capitais e nas cidades de médio porte, além das rodovias.

A lentidão do trânsito começa logo nas primeiras horas da manhã em avenidas como Cristiano Machado, Catalão, Pedro II, Amazonas, Nossa Senhora do Carmo, Raja Gabaglia e Tereza Cristina, entre outras. Depois de enfrentar a lentidão, o motorista tenta em vão encontrar um lugar para estacionar próximo da escolha do filho. Na maioria das vezes, não encontra. E apela para a fila dupla. A campanha da BHTrans com o tema “o jovem e a mobilidade”, na base dos agentes distribuindo panfletos nas portas das escolas, pouco adiantará. Sem estacionamento ou áreas de embarque e desembarque, não resta aos pais alternativa a não ser o caos.





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> O Tempo, 02/02/2012 - Belo Horizonte MG O lugar do engenheiro de software no mercado
GEORGE LEAL JAMIL / Doutor em ciência da informação; professor (Ietec)
É difícil passar um dia sem ler: "faltam pessoas capacitadas". O país passa por uma fase de crescimento em vários setores e começa a encarar a falta de recursos humanos preparados para assumir posições estratégicas. O desenvolvimento de software chama a atenção. Em duas áreas importantes de sua aplicação, foram notificados eventos muito semelhantes: "em virtude da falta de pessoas", haverá problemas no atendimento e no crescimento da demanda. Torna-se importante chamar a atenção para o engenheiro de software. Há quem diga que ele é desnecessário, que as habilidades não se relacionam às técnicas modernas. Há aqui dois equívocos graves.formação básica. Ter fundamentações teóricas antigas não indica obsolescência, pois sua função como gestor tecnológico é básica. Com isso, tal formação é necessária, pois não é coerente se afirmar "moderno" sem ter uma base de conhecimento. O segundo é a pressão do mercado.
O engenheiro de software é um profissional de presença crítica. Ele
tem condições de montar e manter o processo com conhecimento para não produzir soluções aplicáveis apenas a um contexto momentâneo. Assim sendo, a formação que buscamos é a de um profissional que entenda o desenvolvimento tecnológico, adicionando à competência de gerenciar um processo crítico. Sua formação contempla, portanto, o amplo domínio técnico, somado às capacidades que o levarão a compreender todos os cenários de aplicação do software.


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