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sexta-feira, 20 de abril de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, SEXTA 23 DE MARÇO DE 2012



Matérias de Hoje
  • MEC faz auditoria na Unip e descredencia São Marcos > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Para sindicato, descredenciamento da São Marcos foi 'agradável notícia' > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Interventor da São Marcos diz que foi pego de surpresa > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Mais 30 universidades são suspeitas de terem 'inflado' as notas do Enade > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Estudantes na BA serão monitorados por chip > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Canadá é o país que melhor paga professores universitários; Brasil é o 18º > Portal Aprendiz
  • Índia será o 1º emergente a abrir vagas para bolsistas do Brasil > Portal Aprendiz
  • MEC regulamenta a oferta de bolsas de estudo remanescentes do Prouni > Portal G1
  • Equador fecha o cerco a universidades particulares > IG Educação



Editoriais, artigos e opiniões
  • Os jovens querem um emprego público > O Estado de São Paulo - São Paulo SP


Matérias
> O Estado de São Paulo, 22/03/2012 - São Paulo SP
MEC faz auditoria na Unip e descredencia São Marcos
Unip vai pagar R$ 600 mil por inspeção em 100 cursos; São Marcos terá de transferir alunos
Paulo Saldaña
O Ministério da Educação (MEC) decidiu instaurar uma auditoria na Universidade Paulista (Unip) para aprofundar as investigações em relação a irregularidades com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Com prazo de 60 dias, a auditoria inclui ainda a visita de avaliação in loco em todos os cursos da Unip em fase de renovação de reconhecimento. Atualmente, a universidade tem 100 cursos nessa categoria. As avaliações in loco incluem análise detalhada de todos os dados relativos ao cursos, como atas de formatura. A auditoria no local acarretará em um custo de R$ 600 mil para Unip – que pagará R$ 6 mil por curso avaliado pelo MEC. Essa auditoria pode resultar até em descredenciamento de cursos.

A decisão foi tomada pelo MEC
após confrontar as denúncias de irregularidades na aplicação do Enade – reveladas pelo Estadão.edu – com as alegações apresentadas pela Unip. A auditoria terá um prazo de 60 dias e será realizada pelo instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e pela Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior). Procurada, a Unip respondeu por volta de 20h que não tinha recebido, até o momento, nenhuma comunicação do MEC sobre o assunto. "No entanto, estamos tranquilos com relação a notícia", disse a Unip, em nota. Instituições com cursos com notas notas acima de 3 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) estão dispensadas de avaliação in loco. O fato de o MEC ter determinado a visita mostra que o ministério não tem confiança nos dados da Unip.O Ministério da Educação decidiu nesta quinta-feira também descredenciar a Universidade São Marcos, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após processo administrativo em que se verificaram inúmeras irregularidades, que comprometem o funcionamento da instituição. Com o descredenciamento, a instituição deverá providenciar a transferência dos alunos e a entrega da documentação acadêmica aos interessados em 90 dias. Atualizado e corrigido às 19h38. No 2º parágrafo, foi acrescida a frase: "Essa auditoria pode resultar até em descredenciamento de cursos". No 4º parágrafo, o correto é CPC (Conceito Preliminar de Curso), e não IGC (Índice Geral de Curso).

> O Estado de São Paulo, 22/03/2012 - São Paulo SP
Para sindicato, descredenciamento da São Marcos foi 'agradável notícia'
Instituição deverá providenciar a transferência dos alunos em 90 dias
Cedê Silva - Especial para o Estadão.edu
O descredenciamento da Universidade São Marcos pelo MEC foi uma "agradável notícia", disse hoje Fábio Eduardo Zambon, diretor do Sinpro, sindicato de professores de instituições particulares. Para ele, a São Marcos "vem em decadência desde 2003", apresentando irregularidades "brutais". "Eles não pagavam professores, não recolhiam o fundo de garantia, não havia material para dar aula", disse Zambon. "Reclamamos ao MEC várias vezes e fizemos algumas greves. A coisa foi degringolando e a universidade foi perdendo alunos". O MEC decidiu nestaquinta-feira descredenciar a Universidade São Marcos, após processo administrativo em que se verificaram inúmeras irregularidades. Com o descredenciamento, a instituição deverá providenciar a transferência dos alunos e a entrega da documentação acadêmica aos interessados em 90 dias.

Em março de 2011, medida cautelar do MEC proibiu a São Marcos de realizar vestibulares, mas em janeiro de 2012 a universidade marcou três. Desde setembro do ano passado, a instituição estava sob supervisão
judicial, por descumprimento de obrigações trabalhistas. A universidade chegou a ter dois sites: o original, que consta no e-MEC, atualizado pela equipe do antigo reitor Ernani José de Paula; e outro atualizado pelos interventores e por uma comissão de coordenadores e diretores. Com ordem judicial, os interventores retomaram o site original. Zambon disse nesta quinta que entregou no ano passado ao MEC um dossiê com as várias irregularidades, e estava aguardando providências. "Até que chegou o dia".


> O Estado de São Paulo, 22/03/2012 - São Paulo SP
Interventor da São Marcos diz que foi pego de surpresa
Insituição terá de transferir alunos em 90 dias
Juliana Deodoro - Especial para Estadão.edu
O interventor Carlos Roberto Galli, responsável pela Universidade São Marcos, disse agora à noite ter sido pego de surpresa com a notícia do descredenciamento da instituição pelo MEC. Ele afirmou que os responsáveis pela instituição ainda não foram comunicados diretamente pelo ministério. Segundo Galli, uma reunião com o MEC estava marcada para estasexta-feira (amanhã), mas foi desmarcada pelo ministério e remarcada para semana que vem. “Estranhei a decisão, principalmente porque estávamos nos preparando para entregar toda a documentação”, diz. O interventor, que assumiu a São Marcos em setembro do ano passado, disse que os diretores ainda tentarão falar com o MECamanhã, mas que não há muita esperança. “Temos que acatar, não tem como, mas vamos ver se conseguimos resistir”. De acordo com Galli, a São Marcos possui aproximadamente 1.800 alunos – 1.200 na Vila Mariana e 600 no câmpus Paulínia. Eles terão de ser transferidos para outras faculdades em até 90 dias.


> O Estado de São Paulo, 22/03/2012 - São Paulo SP
Mais 30 universidades são suspeitas de terem 'inflado' as notas do Enade
Ministério da Educação observou grandes disparidades nas notas das instituições
Paulo Saldaña
Além da Universidade Paulista (Unip), outras 30 instituições são suspeitas de fraudes para inflar as notas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), uma das ferramentas de avaliação do ensino superior. O Ministério da Educação (MEC) descobriu grandes disparidades nas notas dessas universidades de um ano para o outro. Questionado, o MEC não revelou a lista das instituições. Também não há definição sobre quais serão as providências em relação a esses casos, mas o ministério afirmou que vai "agir com o mesmo rigor" que demonstrou com a Unip. O Estado apurou que o assunto tem sido tratado com cautela, porque a pasta não teria estrutura para uma intervenção mais decisiva em todas essas instituições. Os casos não foram descobertos agora pelo MEC. Já eram conhecidos pela pasta ainda na gestão do ministro Fernando Haddad (PT), que deixou o cargo em janeiro. A pasta não informou exatamente quando apurou as possíveis irregularidades e por que não tomou providências até agora ou se já pediu esclarecimentos às instituições.

As suspeitas recaíram sobre as universidades porque elas apresentaram melhoras consideradas incoerentes nos índices do exame. Esse salto nos índices foi o que ocorreu com a
Unip. Inflar. Conforme o Estado revelou no início do mês, a Unip apresentou grandes saltos nas notas de alguns cursos. No curso de Nutrição, por exemplo, a nota subiu 207% do Enade de 2007 para o de 2010, muito acima da melhora na média nacional, de 25%. Segundo especialistas, seria impossível transformar e melhorar um curso superior em um prazo tão curto. Para inflar as notas no exame, a Unip é acusada de lançar mão de um esquema para que apenas os melhores alunos façam a prova. Quanto menor o número de inscritos, melhor é o resultado da instituição. Estudantes de desempenho acadêmico médio para baixo ficam com notas em aberto na época em que as instituições devem fazer as inscrições dos alunos para o Enade.

Em 2010, estavam aptos a fazer o exame alunos do último ano que tivessem completado pelo menos 80% da carga horária do curso até o dia 2 de agosto. Com as notas em aberto, os piores não completam 80% da carga horária e só os melhores da classe fazem o exame. A Unip nega selecionar os melhores alunos para os exames. Atribui a melhora no Enade à criação de uma comissão para analisar os cursos. O MEC não sabe se as outras 30 instituições usaram a mesma estratégia da
Unip, mas as suspeitas vão nessa direção. O Enade é feito pelos calouros e formandos do ensino superior para avaliar os estudantes. O exame também compõe o conceito de qualidade das graduações. Grande parte das universidades do País usam o desempenho no Enade em peças publicitárias para atrair novos alunos.

Mudanças. Após as denúncias, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, alterou as regras do próximo Enade para tentar conter tentativas de fraudes. Além dos alunos que se formarem em dezembro de 2012, como previa a norma atual, terão de fazer a prova, em novembro, estudantes que concluírem o curso seis meses depois, em agosto de 2013. Isso resolveria o problema de postergar a formatura de um grupo de alunos por um semestre para fazer com que só os melhores façam o exame. O MEC também estuda medida que diz respeito a alunos transferidos de uma universidade a outra no último ano da graduação. A ideia é fazer com que a nota do estudante seja atribuída à instituição onde ele estava originalmente matriculado. A medida visa a evitar que universidades reprovem em massa estudantes de baixo desempenho antes do Enade.


> O Estado de São Paulo, 21/03/2012 - São Paulo SP
Estudantes na BA serão monitorados por chip
TIAGO DÉCIMO - Agência Estado
Vitória da Conquista (BA) vai ser a primeira cidade do País a monitorar seus estudantes por meio de chips eletrônicos, que vão avisar pais e responsáveis sobre a frequência dos estudantes nas escolas. Os Uniformes Escolares Inteligentes foram apresentados terça-feira pela Secretaria de Educação do município. Eles trazem o chip instalado no escudo da escola ou na manga da camisa. Com a tecnologia de Rádio-Frequência de identificação (RFID), os chips serão identificados por sensores instalados na entrada das escolas.Imediatamente, o sistema da escola e os celulares cadastrados pelos pais ou responsáveis pelos estudantes receberão uma mensagem, comunicando a chegada ou saída do aluno da instituição.

Segundo o secretário de Educação do município, Coriolano Moraes, o investimento na tecnologia foi de R$ 1,2 milhão e contemplará, a partir da próxima semana, alunos de 25 escolas municipais, das 203 da rede. A expectativa é que todos os 43 mil estudantes da rede, de
entre 6 e 14 anos, tenham os novos uniformes até o ano que vem. "Além de promover o melhor controle da frequência escolar, este é um projeto que reaproxima os pais do ambiente escolar", acredita o gestor. "Notamos ao longo dos anos que muitos pais ficavam surpresos quando as escolas informavam a baixa frequência de seus filhos às aulas", afirma Moraes. "Com o novo sistema, vamos intensificar o controle sobre os estudantes, evitando que eles fiquem nas ruas", acrescentou.


> Portal Aprendiz, 22/03/2012
Canadá é o país que melhor paga professores universitários; Brasil é o 18º
Um estudo sobre os salários pagos a professores universitários de instituições públicas de 28 países, incluindo nações desenvolvidas e outras como Brasil, México, Nigéria e Etiópia, mostra que o Canadá é o que melhor paga seus docentes, seguido da Itália e África do Sul, com salários médios de US$ 7.196, US$ 6.955 e US$ 6.531, respectivamente. O Brasil aparece na décima-oitava posição do ranking de remuneração média, pagando US$ 3.179. O estudo – realizado pelo Center for International Higher Education (CIHE) do Boston College e pelo Laboratório de Análise Institucional da Alta Escola de Economia da Universidade Nacional de Pesquisa, de Moscou – usou como critério o chamado índice de paridade de poder de compra, a fim de permitir que as comparações entre salários já refletissem o custo de vida de cada país.

Estudo empregou índice de paridade de poder de compra para comparar salários considerando custos de vida É por conta desse critério, explica nota divulgada pelo CIHE, que África do Sul e Índia (quarto país no ranking, com salário médio de US$ 6.070) aparecem em posições tão elevadas, acima, por exemplo, de Estados Unidos e Reino Unido (em quinto e sétimo
lugares, respectivamente). O Brasil, por sua vez, tem como vizinhos de ranking o Japão (imediatamente acima, com média de US$ 3.473) e a Colômbia (imediatamente abaixo, US$ 2.702). A faixa de US$ 4.000 a US$ 2.000 inclui ainda Argentina, França, Turquia e República Checa. Dos demais Brics, a China aparece na vigésima-sexta posição, com remuneração média de US$ 720, e a Rússia na vigésima-sétima, US$ 617. O país em último lugar é a Armênia: US$ 538.

Carreira - O levantamento analisou ainda os salários pagos, em cada país, nos vários estágios da carreira acadêmica. O país com maior disparidade é a China, onde um professor no topo da carreira ganha, em média, mais de quatro vezes o salário de um iniciante. O Brasil é o país com a 5ª maior desigualdade, onde um docente em fim de carreira ganha, em média, 2,4 vezes mais que um iniciante. A menor desigualdade é da Noruega, onde o professor mais graduado ganha 30% mais que o iniciante. Na média de todos os países analisados, o salário do topo da carreira é pouco mais que o dobro do de um iniciante. Os resultados completos do estudo serão publicados no livro Paying the Professoriate: A Global Comparison 
of Compensation and Contracts,que será lançado pela editora Routledge, mas os dados levantados e artigos a respeito do trabalho já começam a aparecer na internet.

Incentivos - Um dos coeditores do livro, Philip Altbach, que também é um dos responsáveis pelo blog The World View, do CIHE, disse, em nota publicada no site do instituto, que um resultado é consistente em relação a todos os países estudados: em nenhum deles a remuneração dos professores reflete o discurso de que o ensino superior é peça fundamental da economia do conhecimento. “Pode-se medir a saúde do sistema de ensino superior vendo se ele é capaz de recrutar os melhores e os mais brilhantes membros da sociedade”, disse Altbach, em comentários para o site Times Higher Education, concluindo, em seguida, que isso não ocorre na maioria das nações estudadas. Mesmo em países onde os professores são bem pagos, as oportunidades fora da academia são mais atraentes. E países pobres que pagam bem seus acadêmicos têm dificuldade em competir com os salários oferecidos aos melhores professores e pesquisadores pelas instituições estrangeiras.


> Portal Aprendiz, 22/03/2012
Índia será o 1º emergente a abrir vagas para bolsistas do Brasil
Brasil e Índia devem assinar um acordo de cooperação no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras, que financia bolsas para estudantes brasileiros em instituições estrangeiras de ensino superior. A parceria será formalizada na visita que a presidente Dilma Rousseff fará à Índia, no dia 29 de março, para participar da quarta reunião dos chefes de Estado do Brics – bloco de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além da reunião do bloco, Dilma visitará apresidente da Índia, Pratibha Patil, e o primeiro-ministro, Manmohan Singh. “No caso da Índia, é a primeira vez que implementaremos o programa com um país em desenvolvimento – e um país do Brics. Já aprofundamos as discussões e já identificamos as instituições que deverão participar do programa, que estão nas cidades de Nova Delhi, Mumbai e Bangalore”, informou a subsecretária-geral de Política do Itamaraty, embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis. Ainda nãoestá definido o número de estudantes que devem participar do programa com a Índia, mas os bolsistas serão selecionados para estudar em centros de ensino voltados às áreas de ciência e tecnologia, engenharia genética, ciências e tecnologia aeroespacial. Os dois países também devem assinar acordos nas áreas de meio ambiente, cultura, relações consulares, promoção da igualdade de gênero e tecnologia e inovação. (Terra Educação)


> Portal G1, 23/03/2012
MEC regulamenta a oferta de bolsas de estudo remanescentes do Prouni
Adesão das instituições não é obrigatória, segundo portaria do ministério. Alunos já matriculados também poderão receber o benefício
Do G1, em São Paulo
O Ministério da Educação divulgou, no "Diário Oficial da União" desta sexta-feira (23), uma portaria regulamentando a concessão de bolsas de estudo remanescentes do Programa Universidade para Todos (Prouni). As bolsas são indicadas tanto a candidatos que participaram nos vestibulares das instituições de ensino superior para 2012 quanto para os estudantes que se matricularam neste semestre ou em semestres anteriores. Para os candidatos do vestibular, o critério para aprovação, segundo a portaria, deverá ser a classificação no processo seletivo. Já os estudantes matriculados desde anos anteriores serão selecionados para bolsas do Prouni de acordo com seu desempenho acadêmico.

A portaria define ainda que a bolsa só será retroativa para candidatos que passaram no vestibular neste ano e, "em função de impedimentos de natureza operacional", não 
ganharam bolsa do programa. Nosdemais casos, ela vale a partir da concessão do benefício. Ainda segundo o documento do MEC, a oferta das bolsas remanescentes não é obrigatória e depende da decisão das instituições de ensino superior particulares que participam do Prouni. Porém, caso uma instituição opte por seguir a portaria, ela deve emitir, pelo sistema do Prouni na internet, o termo de concessão de bolsa para todas as vagas remanescentes em todos os cursos de todos os campi. O período de emissão do termo vai da segunda-feira (26) até o dia 5 de abril.

Recorde de inscritos - Neste ano, 1.208.398 candidatos se inscreveram para concorrer a 195.030 bolsas. sendo 98.728 integrais e 96.302 parciais, de 50% da mensalidade, em 1.321 instituições de ensino superior particulares, entre universidades, centros universitários e faculdades. O Prouni é destinado a estudantes
com renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio (R$ 933, a partir de 1º de janeiro). As bolsas parciais são destinadas a candidatos com renda familiar de até três salários mínimos (R$ 1.866, em janeiro) por pessoa. Além de ter feito o Enem 2011, com um mínimo de 400 pontos na média das cinco notas do exame e pelo menos nota mínima na redação, o candidato deve ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou, em caso de escola particular, na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino básico que concorrem a bolsas em cursos de licenciatura, curso normal superior ou de pedagogia não precisam cumprir o critério de renda, desde que estejam em efetivo exercício e integrem o quadro permanente da escola na qual atuam. Criado em 2004, o Prouni já concedeu 919 mil bolsas de estudos em cursos de graduação e sequenciais de formação específica.


> IG Educação, 23/03/2012
Equador fecha o cerco a universidades particulares
País está reestruturando o sistema educacional desde 2009 e vai anunciar o fechamento de faculdades no mês que vem
New York Times
Não há paredes cobertas por trepadeiras na Universidade de Alfredo Perez Guerrero. Tampouco campos de futebol. O câmpus inteiro se encaixa em quatro pequenos edifícios em um modesto bairro residencial de Quito, no Equador. Em frente à entrada principal em uma rua movimentada – entre uma loja de móveis e outra que vende carros e aviões de brinquedo – uma preocupação tem sido constante nas conversas dos alunos que ali se concentram nos intervalos: “O que vamos fazer se o governo fechar a nossa universidade?” Para o presidente do país Rafael Correa , que ataca as “universidades de garagem”, as exigências que está impondo às universidades são tardias. "O Equador tem provavelmente as piores universidades da América do Sul", afirmou. Instituições mal qualificadas atendem a um total de 69.500 estudantes e "estão enganando seus alunos porque não têm os elementos mínimos necessários para garantir excelência acadêmica", disse. O governo de Correa, um ex-professor de economia, está reestruturando o sistema educacional – que inclui 71 universidades e 621,000 estudantes – de maneira abrangente. Esse esforço começou no final de 2009, quando realizou uma avaliação das universidades do país, classificando-as com notas de A a E. Neste ano, pela primeira vez, a admissão nas 29 universidades públicas do país que recebem cerca de 70% de todos os alunos será baseada em um teste de aptidão. Este método está destinado a substituir um sistema caótico e muitas vezes injusto em que muitos estudantes entravam nas universidades apenas porque conheciam pessoas que poderiam ajudá-los com a inscrição. Outros ficavam em filas durante horas para conseguir vagas.

Ao contrário do exame SAT realizado nos Estados Unidos (o Enem norte-americano), essa prova irá medir as habilidades básicas de
aprendizagem ao invés do conhecimento geral, e o governo espera que isso possa ajudar a aumentar o acesso à universidade entre os alunos mais pobres, incluindo os grupos indígenas. Uma nova Constituição, aprovada em 2008, eliminou a taxa de matrícula nas universidades públicas, um ato que foi considerado como mais um passo para tornar a educação mais acessível aos pobres. O governo também está buscando melhorar a qualidade do ensino. Em 2017, todos os professores deverão ter pelo menos um mestrado, e muitos serão obrigados a ter doutorado. Isso não vai ser uma tarefa fácil. Alguns educadores dizem que os objetivos colocados pelo governo são muito ambiciosos. Apenas três universidades no Equador oferecem cursos de doutorado e acabam concedendo apenas um total de 20 por ano, de acordo com René Ramírez, secretário do Departamento de Educação Superior. "Estamos tentando fazer uma mudança radical em um curto espaço de tempo", disse Ramírez. Além de querer melhorar o número de professores qualificados, o governo também lançou um ambicioso programa de bolsas. Alguns anos atrás, o país concedia bolsas de estudo para cerca de 20 alunos por ano para que pudessem participar de cursos de pós-graduação no exterior. No ano passado, 1.070 estudantes conseguiram as bolsas. Este ano, Ramírez espera que esse número ultrapasse 3.000.

Até recentemente, o oposto estava ocorrendo. Nos últimos 20 anos, uma indústria caseira nasceu em torno da criação de pequenas universidades privadas. Com praticamente nenhuma regulamentação, a qualidade dessas instituições era muitas vezes muito baixa - embora seus lucros fossem bastante altos. Depois que elas passaram pela classificação no final de 2009, as escolas deficientes receberam um prazo para fazer melhorias antes de passar por uma nova rodada de
avaliações, que foram encerradas recentemente. Os resultados serão anunciados no mês que vem. Ainda assim, existe uma expectativa de que pelo menos algumas dessas universidades sejam fechadas. O governo prometeu que a maioria dos alunos dessas escolas será transferida para outras instituições. "Eu não acho que eles vão ser capazes de encontrar espaço para todos esses alunos", disse Pamela Medina, uma estudante do segundo ano de medicina na Universidade Cristã da América Latina, em Quito, uma das únicas que oferece o curso que forma médicos, mas que não foi aprovada na avaliação feita pelo governo. Todas as universidades que obtiveram resultados insatisfatórios na avaliação foram criadas na década de 1990, e os seus administradores disseram que isso as colocava em desvantagem.

"Foi muito injusto comparar uma universidade jovem com as universidades mais antigas usando os mesmos parâmetros e exigências", disse Susan Cordero, reitora da Universidade de Otavalo, uma universidade que foi criada oito anos atrás. Na Universidade de Alfredo Perez Guerrero, em Quito, os estudantes disseram que a mensalidade de cerca de R$ 2.000 (US$ 1.100) por semestre é mais baixa do que a de muitas outras escolas. Eles também elogiaram o número pequeno de alunos nas turmas, que muitas vezes têm 10 ou menos estudantes por classe. Jorge Enriquez Paez, reitor da escola, disse que fez várias mudanças para atender os padrões impostos pelo governo, inclusive a compra de mais computadores para os alunos. Mas ele disse que apenas um quinto dos professores da escola trabalhavam em período integral, um número bem abaixo da meta do governo de 60%. Enriquez diz que criou a escola com suas próprias economias, pois acredita nos jovens de seu país. "Isso é o trabalho de uma vida e não apenas um negócio", defende. "Eu sou um sonhador."


Editoriais, artigos e opiniões
> O Estado de São Paulo, 23/03/2012 - São Paulo SP
Os jovens querem um emprego público
Hugo Passarelli
A exigência de experiência profissional anterior e o salário inicial baixo costumam ser dois dos principais entraves à entrada dos jovens no mercado de trabalho. Esses fatores podem explicar porque, cada vez mais, cresce a procura de recém-saídos da escola ou da faculdade por uma colocação no setor público, em um mercado de trabalho com baixo nível de desemprego – ficou em 5,7% em fevereiro – e com escassez de profissionais.

Prova disso é que eles já invadiram as salas dos cursinhos em busca de preparação para o concurso público. “No período da manhã, 90% dos nosso alunos são jovens de 18 a 24 anos, geralmente desempregados”, conta José Luiz Baubeta, da Central dos Concursos. “Eles 
querem independência, querem trabalhar numa área que remunere bem e os faça feliz”, completa. O mix de concurseiros muda também de acordo com os horários. “De manhã, predominam os jovens. À noite e nos fins de semana, a presença maior é de pessoas na faixa etária dos 40, que estão procurando uma alternativa à carreira e também estão de olho na aposentadoria”, diz. “Acho que uma característica (do emprego público) que atrai os jovens é a possiblidade começar com um salário inicial alto”, afirma Carlos Alberto De Lucca, coordenador do Siga Concursos. Segundo ele, a procura dos recém-graduados por preparação para o emprego público é comum há algum tempo na área jurídica e agora está crescendo também em outras áreas.Qualquer que seja a idade, contudo, a escolha da carreira pública nunca deve ser feita por impulso. “Não é só escolher, é preciso pesquisar bem a função que desempenhará na vaga”, afirma De Lucca. Para Baubeta, uma opção é, assim que feita a escolha, procurar uma repartição pública e buscar informações sobre o dia a dia de trabalho. Os editais, claro, são a primeira fonte de pesquisa. Eles devem trazer um descritivo das funções de cada cargo que tem vagas abertas. Caso a escolha se mostre equivocada no futuro, os mais novos levam vantagem: “Os jovens procuram algo que os satisfaça, mas se isso não ocorrer, eles conseguem mudar de emprego com mais facilidade”, afirma Baubeta.

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