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quinta-feira, 22 de março de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL, 22 DE MARÇO DE 2012


Matérias de Hoje

  • Ministro não vê problema em portaria > Folha Dirigida - Rio de Janeiro RJ
  • Presidente do Conselho dos Reitores acredita que MEC está no caminho certo > Folha Dirigida - Rio de Janeiro RJ
  • Jovens e endividados > Correio Braziliense - Brasília DF
  • TCU decide investigar hospitais universitários de todo país > Correio Braziliense - Brasília DF
  • USP vai adotar diploma virtual antifraude para reduzir falsificação > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Governo fixa regras para concessão de bolsas a estudantes estrangeiros no país > Jornal do Commercio - Recife PE
  • Senado aprova medida provisória que dá recursos ao Pronatec > Portal G1
  • EUA: educação pública ruim ameaça segurança nacional, dizem especialistas > UOL Educação

Editoriais, artigos e opiniões

  • Escola e diversidade> Estado de Minas - Belo Horizonte MG
  • Internet: vilã ou aliada da educação? > Folha Dirigida - Rio de Janeiro RJ
  • Um Prouni para a educação básica. Por que não? > Portal Aprendiz



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Matérias
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> Folha Dirigida, 21/03/2012 - Rio de Janeiro RJ Ministro não vê problema em portaria
Em resposta às críticas dos representantes das instituições privadas, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que as universidades que realmente querem ser avaliadas por meio do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) vão apoiar as mudanças feitas recentemente nas regras da prova. Mercadante ressaltou ainda, que estranha o fato de algumas universidades privadas terem reclamado das alterações no Enade, já que esta ferramenta atesta apenas a qualidade das mesmas. O ministro refere-se a um ofício enviado por representantes de instituições do ensino superior privado de todo o país. Eles redigiram uma carta criticando a portaria divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 15, que define novas regras para Enade. A principal queixa é em relação à determinação de que alunos do penúltimo semestre também terão de fazer a prova a partir da edição deste ano. O objetivo da portaria, segundo o MEC, é evitar fraudes no exame que é responsável por avaliar a qualidade dos cursos superiores do país. O evento que desencadeou a medida foram as denúncias recebidas sobre uma possível manipulação da participação dos alunos no Enade por parte da Universidade Paulista (Unip). A instituição foi acusada de reter alunos com baixo desempenho no penúltimo semestre para que eles não fizessem parte da amostra para resolver a prova.

O Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, instutiução autora do ofício, reclama que a lei que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) prevê
apenas a participação de alunos ingressantes e concluintes na prova e, portanto, qualquer mudança deveria ser feita na própria legislação e não por meio de portaria. “Essa é uma regra geral que as instituições de educação superior e toda a comunidade acadêmica incorporaram ao seu planejamento e gestão, confiando na segurança jurídica da medida”, diz a carta encaminhada ao ministro da Educação Aloizio Mercadante. Para as entidades, os alunos dos cursos tecnológicos serão os maiores prejudicados, já que esta modalidade de curso geralmente tem duração de dois anos, o que significa que o aluno do penúltimo semestre terá cumprido uma parcela pequena da grade curricular e por isso será prejudicado na avaliação por não ter visto todo o conteúdo.

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> Folha Dirigida, 21/03/2012 - Rio de Janeiro RJ Presidente do Conselho dos Reitores acredita que MEC está no caminho certo
Michelle Bento
As reações em relação às mudanças do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) no meio educacional têm sido diversas, no entanto, uma preocupação é comum. Os representantes das universidades têm dúvidas se as novas medidas vão coibir, de fato, tentativas recentes de burlar a prova. Representantes de universidades temem ainda que esta fiscalização tenha maior prioridade que o real objetivo do Enade, que é o de avaliar o nível dos alunos. Com as mudanças, eles acreditam que a adequação da prova aos conteúdos dominados por alunos do penúltimo período, que agora também terão de participar da avaliação, deverá ser trabalhada com eficiência, caso contrário, poderá prejudicar os universitários. Na opinião de Amábile Pacios, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), os problemas vão além das tentativas de fraude do exame. "A questão é que não é possível evitar uma fraude se o MEC ainda considerar este resultado uma nota extremamente importante para a composição da nota final da instituição. Essa nota deveria valer para que a instituição melhorasse a sua qualidade e estrutura. Vai haver esse tipo de problema enquanto o Enade for usado de forma equivocada e punitiva", afirmou.

Amábile também frisou que além da nota ter peso excessivo no Índice Geral de Cursos (IGC) muitas universidades saem prejudicadas, já que é comum que os alunos não compareçam à prova ou então não façam o exame de forma séria. "O IGC não avalia a realidade da instituição, por isso ele não é fiel. Outro implicador é o 'boicote' dos próprios alunos, que se organizam por redes sociais para não fazer o exame. O estudante não entende que isso é importante para uma
política educacional do Brasil. Como as instituições privadas são penalizadas, elas correm atrás. Por isso, muitas só deixam os melhores alunos fazerem as provas", enfatizou. Já o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), Ricardo Miranda, também reitor da Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), acredita que o MEC está no caminho certo. "Recentemente, tivemos o caso da Unip, no qual o MEC apurou e tomou uma atitude. Acho que esta nova portaria é baseada neste episódio. Parece que algumas instituições selecionam os melhores alunos para fazer o Enade, e assim, elevarem a média. Este tipo de estratégia leva a um resultado errado em relação ao desempenho da instituição, por isso deve ser evitada. No entanto, para o Enade ter eficiência, é necessário superar algumas deficiências, como o boicote dos estudantes", salientou.


> Correio Braziliense, 21/03/2012 - Brasília DF Jovens e endividados
Pesquisa de serviço de proteção ao crédito revela que 17% dos consumidores entre 20 e 25 anos encerraram 2011 inadimplentes. No mês passado, 30,4% dos que têm de 18 a 29 anos estavam com a corda no pescoço
Para o estudante João Thiago Stilben, 22 anos, o fim do mês é sinônimo de dor de cabeça. Mesmo com uma mesada de R$ 500 e o salário de R$ 750 recebido pelo estágio na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o saldo das despesas, muitas vezes, é bem superior à renda mensal, destinada a alimentação, lazer e combustível. O descontrole dos gastos levou o estudante a se enrolar em dívidas. Há quatro meses, ele acabou estourando o limite do cartão de crédito e do cheque especial, de R$ 300 cada. Desde então, foi obrigado a reduzir drasticamente as despesas para colocar o orçamento em dia. João Thiago engrossa a estatística dos jovens que se descontrolam com suas contas. Dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) revelam que 17% dos jovens entre 20 e 25 anos encerraram 2011 enrolados em dívida e sem condições de pagar. A quantidade de inadimplentes nessa faixa etária aumentou 7% em relação a 2010. E a corda no pescoço continuou apertando em 2012. Uma outra pesquisa, do SPC Brasil, feita a pedido do Correio, mostra que, no mês passado, 30,4% dos consumidores entre 18 e 29 anos estavam com débitos em atraso, 6% mais do que em janeiro e 2% acima de fevereiro de 2010.

O gerente de negócios do SPC Brasil, Gustavo Guimarães, vê o crescimento da inadimplência entre os mais jovens como reflexo da falta de maturidade no consumo. “O alto índice de empregabilidade é um fator favorável à inadimplência nesse caso. O jovem tem dívidas, não por ter menos dinheiro na conta, mas por dispor de mais renda em mãos e não saber como administrar os gastos”, constata Guimarães. O educador financeiro Mauro Calil concorda que a desorganização dos gastos entre jovens é fruto de um deslumbramento com o aumento repentino de renda. “São pessoas que tinham uma mesada de não mais do que R$ 100 por mês e, de repente, começam a ter salário ou uma renda maior que a dos pais. Quando veem o dinheiro, acham que estão ricos e dão vazão a todos os desejos de consumo de uma só vez”, analisa. João Thiago conta que teve que regular o orçamento para conseguir quitar o rombo na conta após ter estourado o limite do cartão de crédito e do cheque especial. “No mês seguinte, fiquei com apenas R$ 150 para gastar. Não dava. Acabei sendo obrigado a recorrer ao crédito de novo. Tive que reduzir em muito os gastos durante os últimos quatro meses”, afirma.

O estudante Welington Alencar Borges, 21 anos, também sofre para controlar os gastos com o cartão de crédito. Com uma renda mensal de R$ 800, fruto de uma mesada semanal dada pelo pai, o estudante diz sentir no bolso o peso da desorganização na hora de administrar as contas. O susto mais recente aconteceu quando o estudante comprou, pelo cartão de crédito, um relógio e um perfume em um site no exterior. Ele conta que gastou cerca de US$ 200.
“Guardei o dinheiro para cobrir o valor quando chegasse a conta mas, com preguiça de depositar o montante, acabei gastando aos poucos”, revela.“Pegava R$ 20 do dinheiro reservado e pensava ‘depois eu reponho’. Mas, quando a conta chegou, não tinha mais nenhum centavo para quitá-la”,afirma. Já quanto ao débito do cheque especial, Welington precisou da ajuda do pai para cobri-lo. O estudante admite que recorre sempre ao cheque especial. “Uma vez fiquei no vermelho e tive que usar o dinheiro da mesada para cobrir a dívida. Passei uma semana comendo pão de forma no café da manhã, no almoço e no jantar”, diverte-se, ao se lembrar do período de vacas magras.

Ilusão - O consultor Mauro Calil diz que avançar sobre o cheque especial é arriscado em razão dos juros altos. O melhor é evitar esse crédito fácil. “O valor do limite não deve ultrapassar 10% da renda. É para ser pouco mesmo, só deve ser utilizado em emergências”, diz. O educador financeiro Reinaldo Domingos esclarece que o crédito não é um inimigo se bem administrado. “O grande problema é que o jovem se ilude com o parcelamento e compra o que não precisa com o dinheiro que não tem”,explica. Domingos ensina que, se o jovem possui apenas um emprego, deve se limitar a ter um cartão de crédito, com limite que não ultrapasse 50% da renda. “Isso inibe a pessoa a gastar mais do que ganha”, afirma. O vencimento deve ser programado para o prazo entre cinco e dez dias após o recebimento do salário.

A real armadilha para Domingos é o débito em conta, definida pelo educador como demonstração de “preguiça financeira”. Ele defende que o consumidor tenha compromisso e agende todos os gastos mensais. “A facilidade do débito em conta já levou muita gente ao prejuízo. Se uma fatura de telefone vem errada, pode acabar consumindo todo o dinheiro disponível na conta, inclusive o cheque especial. O consumidor fica no prejuízo porque o ressarcimento pode demorar até um ano”, explica. Negocie o pagamento - O educador financeiro Mauro Calil recomenda que os endividados negociem as contas atrasadas a partir das mais puxadas, ou seja, aquelas com juros mais elevados, para as que têm os encargos mais baixos. “Honre suas negociações. Se precisar vender algo que comprou, venda. Afinal de contas, não foi o cartão de crédito que fez o jovem ficar endividado e sim sua decisão de consumir algum produto”, ensina.

Memória: Lição pela metade - As agências de publicidade Talent e Lew, Lara TBWA exibem no currículo uma das maiores tacadas da publicidade brasileira direcionada ao jovem: o Real Universitário. A campanha deu tanto resultado nas últimas duas décadas que Banco do Brasil, Caixa, Itaú e até Bradesco, ainda que de forma mais tímida, decidiram seguir a
estratégia de marketing criada por essas agências para renovar a marca do Real. Em 1998, o holandês ABN Amro comprou o Real da família capitaneada por Aloísio Faria (hoje controlador do Banco Alfa), instituição fundada em 1925 por Clemente Faria como Banco da Lavoura de Minas Gerais. Como o Real tinha clientes longevos e imagem de seriedade, apesar de transmitir segurança, precisava renovar seu público. Deu tão certo que o espanhol Santander, ao comprar o Real em novembro de 2007, decidiu manter as campanhas, hoje assinadas pela Talent, que falam direto aos universitários, dando o instrumento para os jovens gastarem sem, no entanto, aplicar a lição de casa de como o fazer de forma consciente. Estimular o crédito sempre ajuda no crescimento econômico. O governo sabe muito bem disso. Mas o endividamente excessivo é muito perigoso.

Famílias com o pé atrás - Sem espaço para novas prestações no bolso, os consumidores estão mais cautelosos em relação a futuras compras. Não à toa, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens (CNC), registrou queda de 3,8% de fevereiro para março, atingindo 135,6 pontos. Nem mesmo o aumento de 14% no salário mínimo, o recuo do desemprego, a queda dos juros e a desaceleração da inflação foram capazes de reverter o temor de fazer novos débitos.

Para o governo, esse pé atrás das famílias só confirma o fraco desempenho da economia no primeiro trimestre do ano. Indicadores preliminares que circulam pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo abaixo de 3% ao ano. No intuito de reverter esse quadro mais rapidamente, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a taxa básica da economia (Selic) em abril, de 9,75% para 9%, mantendo os juros nesse patamar por até dois anos. Além disso, o Palácio do Planalto quer que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduzam os custos dos empréstimos e dos financiamentos para forçar as instituições privadas a seguirem na mesma direção. O governo acredita que, com encargos menores, o valor da prestações cairá, animando os consumidores a abrirem o bolso. “As famílias estão menos eufóricas em relação ao consumo. O lado bom dessa história é que não há risco de a inadimplência disparar”, afirmou Bruno Fernandes, economista da CNC. A tendência, no entender da equipe econômica, é de as famílias reforçarem a confiança a partir do segundo semestre, quando, efetivamente, todos os estímulos dados à atividade, sobretudo a queda dos juros, estarão fazendo efeito. “Com certeza, o consumo dos lares fará diferença para que o PIB feche o ano com crescimento mais próximo de 4%”, disse um assessor da Fazenda.

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> Correio Braziliense, 21/03/2012 - Brasília DF TCU decide investigar hospitais universitários de todo país
Agência Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu hoje (21) abrir auditorias em hospitais universitários de todo país, para analisar contratos de prestação de serviços. De acordo com o relator da medida, ministro José Jorge, serão investigados pelo menos um hospital em cada estado da federação e no Distrito Federal. Já no estado do Rio de Janeiro, o alvo das investigações será o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), retratado na reportagem exibida no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (18), que mostrou empresários e representantes de quatro empresas oferecendo propina para prestar serviços para a instituição. Além do oferecimento de propina, a reportagem também exibiu um esquema de simulação de concorrência entre empresas para burlar licitações.

De acordo com o presidente do TCU, Benjamim Zymler, o setor de inteligência do órgão já está empenhado na investigação das quatro empresas flagradas na reportagem: Bella Vista Refeições Industriais, Locanty Soluções (da área de coleta de lixo), Rufolo Serviços Técnicos e Construções e Toesa Sérvice (locadora de ambulâncias). "As áreas de inteligência da Segecex (Secretaria Geral e Controle Externo) está levantando dados relativos aos contratos celebrados com as empresas mencionadas na
reportagem em tela e daquelas que participaram de licitações com indícios de fraude", comunicou.

Zymler também informou que outras empresas registradas nos nomes dos sócios das empresas citadas e em nome de seus parentes próximos também serão alvos de investigação. O objetivo, de acordo com o presidente, é identificar possíveis "conluios para fraudar licitações”. "Adicionalmente está sendo apurada a existência de indícios de conluios dessas empresas em processos licitatórios, inclusive no que concerne à participação de empresas pertencentes aos mesmos sócios ou a seus parentes próximos", explicou o presidente.

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> O Estado de São Paulo, 21/03/2012 - São Paulo SP USP vai adotar diploma virtual antifraude para reduzir falsificação
Aluno formado receberá senha; sistema foi aprovado pelo Conselho Estadual de Educação
Paulo Saldaña
A Universidade de São Paulo (USP) vai adotar um dispositivo inédito de diplomas com certificação digital. O sistema vai agilizar o acesso aos certificados, além de reduzir a quase zero as possibilidades de falsificação dos documentos. O diploma virtual da USP foi aprovado ontem pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), o que possibilita que outras instituições adotem a tecnologia. O modelo estará disponível até o início do próximo ano. Os formandos receberão uma assinatura digital logo após a colação de grau. O sistema funciona como a certificação já usada no sistema judiciário ou no Cadastro da Pessoa Física (e-CPF), por exemplo. "A USP fornece um número e o egresso entra no site e acessa o documento", explica secretário-geral da USP, Rubens Beçak. "Com isso, vamos conseguir zerar as falsificações." Só em 2011, a secretaria-geral da USP descobriu em torno de 20 casos de diplomas falsos. Em um dos episódios, uma candidata tentava vaga em um instituto da USP com um título falso de mestrado. A falsificação era quase perfeita, mas, como o número de registro não batia, foi descoberta. No início do mês, o Estado revelou 48 casos de professores que tentaram apresentar títulos falsos de várias instituições na rede pública de ensino. Ministério Público e Polícia Civil investigam as denúncias. Futuro. A vice-presidente do CEE, Nina Ranieri, diz acreditar que a virtualização pode se tornar a realidade de todas as certificações. "O futuro será esse, pela celeridade e documentação fidedigna." A USP não necessitava da aprovação do CEE, por conta da autonomia universitária. Mas, como preferiu consultá-lo, obteve resolução do conselho que possibilita a outras instituições adotar a virtualização. A agilidade do sistema resolve o drama de muitos formandos que precisam apresentar com urgência os títulos para trabalhar. Isso ocorre em concursos públicos, exame da OAB e na residência médica, por exemplo. Na USP, quando a documentação chega à secretaria-geral - muitas vezes após três meses depois da colação de grau -, o órgão ainda leva um mês para finalizar o certificado. Só em 2011, a secretaria fez 37.227 títulos de graduação, extensão e pós-graduação. O diploma em papel não vai acabar. "A vantagem é que a certificação digital é intransferível e pode servir como comprovação do curso a vida toda", diz Beçak. Ainda permanece em estudo se haverá acesso também ao histórico escolar e se todos os ex-alunos da USP poderão obter seu certificado oficial digital.

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> Jornal do Commercio, 21/03/2012 - Recife PE Governo fixa regras para concessão de bolsas a estudantes estrangeiros no país
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) concederá bolsas de estudos a estrangeiros regularmente matriculados em cursos de graduação no Brasil que participem do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e demonstrem desempenho acadêmico destacado ou necessidade financeira. De acordo com portaria publicada nesta quarta-feira (21) no Diário Oficial da União, as bolsas poderão ser regulares (de incentivo ao mérito e bolsa MRE) ou emergenciais. O valor será de R$ 622 mensais, com duração de seis meses, passível de renovação. O estudante não pode acumular a bolsa de estudos com outros benefícios financeiros e precisa estar sujeito às normas vigentes do PEC-G e às normas internas da instituição de ensino superior onde está matriculado.

O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) oferece oportunidades de formação
superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Desenvolvido pelos ministérios das Relações Exteriores e da Educação, em parceria com universidades públicas - federais e estaduais - e particulares, o PEC-G seleciona estrangeiros, entre 18 e 25 anos, com ensino médio completo, para realizar estudos de graduação no país. O aluno estrangeiro selecionado cursa gratuitamente a graduação. Em contrapartida, deve atender a alguns critérios, entre eles, provar que é capaz de custear suas despesas no Brasil, ter certificado de conclusão do ensino médio ou curso equivalente e proficiência em língua portuguesa, no caso dos alunos de nações fora da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). De seis em seis meses, o Ministério das Relações Exteriores abre, mediante edital, prazo para candidaturas de estudantes às bolsas regulares. O estudante estrangeiro interessado, por intermédio da instituição de ensino onde está matriculado, deve apresentar a relação de documentos constantes na portaria.

A aprovação da documentação, para consequente concessão de bolsa de estudos, estará vinculada ao bom desempenho do estudante beneficiário, sem reprovações, nos seis meses precedentes à concessão do benefício. A bolsa de incentivo ao mérito poderá ser concedida ao estudante que, tendo cursado pelo menos dois semestres em curso regular em instituição brasileira, apresentar desempenho acadêmico excepcional. A bolsa será concedida por um semestre, podendo ser renovada mediante comprovação de excelência no rendimento acadêmico do beneficiário, nos períodos subsequentes. A portaria entra em vigor nesta quarta-feira e substitui a que fixava em R$ 545 o valor da bolsa. Fonte: Agência Brasil

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> Portal G1, 21/03/2012Senado aprova medida provisória que dá recursos ao Pronatec
MP abre crédito de R$ 460 milhões e perderia eficácia no dia 8 de abril. PSDB e DEM ameaçam ir à Justiça contra a medida
Iara LemosDo G1, em Brasília
Os senadores aprovaram em plenário, na tarde desta quarta-feira (21), a medida provisória 548/2011, que abre crédito extraordinário de R$ 460 milhões para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A medida perderia eficácia no dia 8 de abril. Já aprovada na Câmara, a matéria será encaminhada para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. Relatado pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), a medida foi alvo de críticas dos senadores da oposição, uma vez que o recurso já foi repassado pelo governo ao Ministério da Educação, o que acontece em todos os casos de abertura de crédito extraordinário.

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), anunciou que, juntamente com o DEM, seu partido irá ingressar na Justiça contra a medida provisória. "Os recursos já foram repassados e não vamos prejudicar a educação, mas contra esse ato de violência vamos ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra esse achincacho." O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP),afirmou que, ao votar uma medida que já teve os recursos repassados, a oposição fica "contra a parede". "Estamos entre a cruz e
a espada. Votar contra seria prejudicar o programa, de modo que, mais uma vez, encostados contra a parede, teremos de votar em um fato já consumado", disse Nunes. O líder do PSOl, Randolfe Rodrigues (AP), também cobrou informações sobre a destinação dos recursos. "Precisamos saber onde foi aplicado este recursos, que já foi liberado". O líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que a medida está dentro das normas exigidas. "O crédito está de acordo com as normas vigentes", disse.

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> UOL Educação, 21/03/2012EUA: educação pública ruim ameaça segurança nacional, dizem especialistas
NOVA YORK, 21 Mar 2012 (AFP) -O fracasso das escolas públicas americanas para preparar eficazmente os alunos para um mundo globalizado põe em perigo a segurança nacional do país, disse um relatório do painel de especialistas, entre eles, a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice. Neste relatório de 121 páginas publicado nesta terça-feira pelo Council on Foreign Relations, um centro de pensamento estratégico de Nova York, os 31 especialistas afirmaram que a força militar já não é suficiente para garantir a segurança e a prosperidade de uma nação. "Hoje em dia, a segurança nacional está mais relacionada ao capital humano de uma nação, e o capital humano de uma nação está ligado à força ou fragilidade de suas escolas públicas", disse o relatório. Em geral, "muitas escolas" não preparam os estudantes para uma economia global que está mudando muito rápido, ou inclusive para formar "uma força de trabalho ou um exército suficientemente qualificados".

"É essencial que as crianças americanas se preparem para seu futuro em um mundo globalizado", afirmaram os especialistas, entre eles a ex-secretária de Estado de George W. Bush, Condoleezza Rice, e o ex-chefe das escolas públicas da cidade de Nova York, Joel Klein. "Devem saber ler, escrever, contar, ter conhecimentos
científicos, aprender idiomas, aprender sobre o mundo e - mais importante - conhecer as instituições e os valores básicos dos Estados Unidos para viver em sua comunidade e na comunidade internacional", completaram. Os especialistas destacaram o fato de que muitas crianças americanas estão em 14º lugar em leitura, 17º em ciências e em 25º em matemática, em um relatório de 2009 que compara o rendimento dos estudantes de países industrializados. Para melhorar a situação, os autores do relatório pediram, entre outras iniciativas, a distribuição mais equitativa dos recursos entre as escolas.

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Editoriais, artigos e opiniões
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> Estado de Minas, 22/03/2012 - Belo Horizonte MG Escola e diversidade
Escola deve respeitar as diferenças de ritmo e vida entre os alunos
Christina Fabel - Diretora pedagógica do Colégio ICJ (fundado como Instituto Coração de Jesus)
O início do ano letivo nas escolas faz com que novas turmas se formem ou que novos alunos se juntem aos antigos colegas. Independentemente da idade dos estudantes, as salas de aula ficam repletas de alunos com grandes diferenças entre si: da estatura até a forma de se vestir e se expressar. Essas diferenças superficiais são pouco expressivas quando comparadas com as características individuais de cada um, como personalidade e história de vida. Sempre me incomodou a busca por homogeneização na sala de aula. Em algumas instituições de ensino é preciso que o estudante passe por rigoroso teste de avaliação de conhecimento para comprovar se está apto ou não a se matricular em uma determinada turma, com alunos com inteligência considerada acima do normal. Lidar com estudantes com propensões a aprender rápido pode ser estimulante em um primeiro momento, mas talvez essa seleção não cumpra o verdadeiro papel da educação. Educar é reunir-se com professores e coordenadores para planejar o ano letivo com base na diversidade de perfis da turma. É considerar que em um grupo sempre existirão maturidades, habilidades e conhecimentos diferentes. Por isso, é necessário sempre rever o plano de ensino ao longo de sua aplicação para confirmar se o conteúdo está sendo de fato abstraído, como é desejado. Não é porque um aluno demora mais que o outro a terminar a lição em sala de aula que sua capacidade de aprendizado seja inferior. A supervalorização da inteligência nas salas de aula pode gerar problemas de relacionamento com os próprios colegas. É papel do corpo docente da instituição valorizar as diferenças e ensinar crianças e adolescentes a conviver com as divergências de personalidade e de aprendizado. Não existe uma única receita para promover a união de turma. Algumas alternativas nesse caso passam pela promoção do convívio e do respeito à individualidade do aluno. É dever da escola conhecer a condição inicial de cada estudante e, para isso, utilizam-se os testes de nivelamento no ato da matrícula. Após o início das atividades letivas, a diversidade pode ser incentivada e valorizada por meio de questões e atividades com diferentes níveis de dificuldade. Assim, é possível respeitar todos os ritmos de aprendizado. Para que os alunos se sintam à vontade em sala de aula é necessário, ainda, estimular a integração por meio de exercícios de expressão.

Ensinar alunos a participar e fazer comentários em grupo cria laços e facilita a aproximação com o professor. Esse estímulo pode ser feito também fora de sala de aula por meio de atividades extracurriculares de integração. Um passeio guiado com exercícios e atividades que estimulem o sentimento de pertencimento a um grupo pode gerar grandes ganhos no que diz respeito à valorização da diversidade nas escolas. Soma-se a estes fatores, por fim, a necessidade de garantir que as características individuais dos estudantes sejam respeitadas nos conselhos de classe, que devem ser, também, momento de avaliação da situação da turma. A educação integral só acontece quando há respeito às diferenças na turma. É função da escola contribuir para a formação integral do indivíduo e para o aperfeiçoamento da sociedade em que vive, por meio do incentivo à pesquisa e aos valores humanos, éticos e morais, desenvolvendo no aluno o sentimento de respeito ao próximo em qualquer situação.

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> Folha Dirigida, 21/03/2012 - Rio de Janeiro RJ Internet: vilã ou aliada da educação?
Thiago Lopes
Com a constante e cada vez mais rápida evolução tecnológica pela qual o mundo vem passando durante os últimos anos, a sociedade acaba mudando seus hábitos, formas de comunicação e maneiras de se relacionar. Fenômenos relativamente recentes, como a internet e a difusão de aparelhos celulares, inclusive com conexões com a rede mundial de computadores, passaram a interferir diretamente na formação de crianças e adolescentes. O fato é que os computadores estão invadindo as casas e as salas de aula, mas será que pais e professores estão preparados para lidar com isso? Alheias a essa transformação, famílias e escolas não conseguem, em muitos casos, direcionar e orientar os jovens para o uso saudável e pedagógico das novas ferramentas, que podem servir como importantes canais de aproximação entre estudantes e aprendizado, se bem utilizadas. Assim, torna-se cada vez mais comum casos de cyberbullying, invasão de privacidade, exposição pública da intimidade ou de momentos constrangedores, roubo de identidade e, até mesmo, de excessiva perda de tempo navegando por diferentes sites e redes sociais, deixando os estudos de lado.

Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil mostram que enquanto a média mundial de iniciação em redes sociais é de 12 anos, no Brasil é de apenas 9. Além disso, informa que 39% das crianças usam a internet sem a supervisão de adultos e que 20% delas aprenderam a mexer no computador sozinhas. Da mesma forma que apresenta uma série de variáveis que precisam ser consideradas para que não cause efeitos nocivos, a internet e as demais ferramentas tecnológicas também podem servir para estimular o aprendizado entre crianças e adolescentes. Para isso, entretanto, é preciso que haja uma educação digital capaz de orientar os usuários e evitar danos que, às vezes, podem ultrapassar os limites do mundo virtual. O assunto preocupa tanto que, no último dia 15, foi realizado, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Fórum Internacional de Cidadania Digital, especificamente para discutir os desafios do uso da internet na educação. O evento foi uma parceria entre a FGV Projetos e TelasAmigas, instituição que atua no fomento ao uso seguro das novas mídias no ensino de crianças e jovens na Espanha e América Latina. Nas mesas de debate, os convidados discutiram a utilização segura e sustentável das infraestruturas digitais. Entre os temas abordados estavam Educação e Internet com Segurança, Cidadania Digital para a Infância e Adolescência, Proteção à Internet e o Futuro da Cidadania Digital.

Especialistas defendem orientação para uso adequado - O secretário de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, participou do encontro. Na ocasião, ele apresentou dados da pesquisa encomendada pela secretaria ao Instituto Mapear, em dezembro de 2011. Os dados mostram que 92% dos alunos entrevistados têm acesso frequente a computadores com internet. Desses, 68% acessam em casa e apenas 3% nas escolas. A pesquisa também mostrou que o baixo nível de escolaridade e a falta de uso da internet por parte dos pais dificultam a orientação aos estudantes, em casa, sobre o assunto, já que os próprios responsáveis não têm noção dos perigos causados pelo mau uso da rede. De acordo com
Risolia, o jovem se conectou, mas a família não. Além disso, o problema também passa pela formação dos educadores, que muitas vezes não os prepara adequadamente para lidar com essa situação. "Na verdade, fala-se bastante em inclusão digital, mas pouco em Educação Tecnológica. Investiu-se muito em equipamentos e no ensino sobre como usar as ferramentas básicas, porém falta instrução a respeito do uso correto da internet. Acho fundamental chegarmos até as famílias. Não vejo outra forma que não seja a comunidade escolar trazendo a família para tratar o assunto", afirmou.

Na opinião do secretário, tão importante quanto incluir é saber formar os usuários para o uso adequado da rede. Para isso, em 2010, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), em parceria com o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e a Safernet, realizou uma capacitação para 3.839 professores, com formação em "Promoção do uso responsável e seguro da internet". Paralelamente, a Seeduc vem promovendo uma orientação pedagógica para os docentes. No entanto, reconheceu que só isso não é suficiente, já que as transformações acontecem muito rapidamente. "Embora seja um bom número, pois foi o começo, ainda não é o bastante para melhorar o quanto é necessário", disse, ressaltando que é preciso desenvolver um projeto de Educação Digital, que englobaria lições de segurança e privacidade, cidadania e ética digital, com palestras para grupos (escolas, professores, pais e alunos) com foco na necessidade de cada um. "A capital é mais conectada que o interior. Na hora que analisamos proficiência, as 100 piores escolas estão na capital e as 100 melhores no interior. Portanto, não podemos afirmar que quanto mais conectado, melhor o desempenho, pelo menos da maneira que é hoje", completou.

Durante o Fórum, Rafael Parente, subsecretário de Projetos Estratégicos da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, apresentou a Educopédia, uma plataforma de aulas digitais de cada disciplina, com material de suporte aos professores, planos de aula, jogos pedagógicos e vídeos, com o objetivo de tornar o ensino mais atraente para crianças e adolescentes, além de instrumentalizar o professor e ser mais uma alternativa para o reforço escolar e para os alunos que faltaram às aulas ou que não compreenderam o conteúdo ensinado. "O que acontece na escola é reflexo da sociedade. Precisamos ter uma educação voltada para os valores. Nesse sentido, também é objeto da escola falar e formar para o uso da tecnologia, pois já faz parte da nossa vida. O uso de ferramentas como a Educopédia motiva e estimula professores e alunos. É uma maneira segura e atraente de ensinar e aprender", comentou.

Para Bianca Mota de Moraes, Promotora de Justiça de Proteção à Educação do MP-RJ, a tecnologia tornou-se ferramenta essencial para o exercício da cidadania em nossa sociedade e está completamente ligada à área educacional. De acordo com ela, além de disponibilizar a tecnologia, é preciso direcionar seu uso de maneira que contribua para a evolução e para o crescimento do aluno. "O relacionamento entre professores e estudantes também mudou e precisa
ser ressignificado. Acho necessário intensificar a formação docente para tornarmos a tecnologia interessante. A questão é de que forma ela pode ser útil para as crianças e jovens adquirirem conhecimentos e cultura", falou, reforçada por Ana Beatriz Lopes, conselheira da Telas Amigas. "No momento, não basta apenas comprar tecnologia. É necessário capacitar e investir em educação com uma perspectiva diferente. Temos que abrir um pouco a cabeça e tentar nos aproximar das novas gerações", disse. O educador Cláudio Mendonça acredita que as redes sociais possam ser bons ambientes para a difusão do aprendizado, com os usuários compartilhando coisas interessantes e estimulando o estudante a pesquisar mais sobre o assunto. Além disso, de acordo com o educador, também pode servir para a valorização dos professores. "O ser humano precisa de reconhecimento. No passado, era com jornais. Hoje, é na internet. Já que não valorizamos com salários, poderíamos pelo menos um reconhecer os bons professores. O mesmo vale para os alunos que conseguiram avançar. É absolutamente possível utilizar as redes sociais para isso", analisou.

Opinião: qual a maior dificuldade para o uso da internet na escola? - "A maior dificuldade para um professor trabalhar com a internet e outras tecnologias em sala de aula é, justamente, o fato de que nem todas as escolas estarem equipadas com esse recurso. Não adianta colocar apenas para alguns alunos e para outros não. Teria que ser uma rede de computadores capaz de alcançar todos os estudantes. Além, é claro, de uma segurança para que os equipamentos não sejam roubados. A maioria dos professores estão capacitados para trabalhar dessa forma, o que falta é incentivo. Por exemplo, quando você entra no magistério, não é convidado a fazer cursos de atualização. O que acontece é que temos que fazer por conta própria." Rogério Bastos. Professor da rede estadual do Rio de Janeiro

"O problema é a falta de internet. Infelizmente, essa é a grande realidade das escolas. Fora isso, outro problema é quando levamos os alunos ao laboratório de informática, porque eles só querem entrar no Facebook ou no Orkut. Então é preciso motivá-los para as atividades pedagógicas também. Porém, quando usamos a Educopédia dentro de sala, o retorno do estudante é muito positivo. Permite que os professores deem sua aula normal e depois utilizem um conteúdo interativo. Então, dá um resultado bem legal." Márcia Roberto da Silva. Professora da rede municipal do Rio. "Temos duas principais dificuldades. A primeira é o fato de que os professores ainda não sabem lidar pedagogicamente com a internet. O segundo é a questão da infraestrutura. Às vezes, estamos na parte mais importante da pesquisa e a conexão é interrompida. Sofremos bastante com isso. De resto, é normal. Trabalho com educação infantil e os alunos estão mais do que acostumados com as tecnologias. Alguns, inclusive, entendem mais que os próprios professores. Passamos filmes, mostramos figuras, promovemos jogos, pesquisas. É uma viagem que fazemos com eles sem precisar sair da escola." Maria de Fátima Mendes. Diretora de uma escola da rede municipal do Rio

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> Portal Aprendiz, 21/03/2012 Um Prouni para a educação básica. Por que não?
Helena Singer
Poucas iniciativas do governo federal na educação são tão populares quanto o Programa Universidade para Todos. O Prouni tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo em instituições privadas de educação superior – integrais para estudantes com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo e parciais para estudantes de famílias com renda até duas vezes maior. Desde a sua criação, em 2004, até hoje, mais de um milhão de estudantes foram beneficiados por este programa, contribuindo para dobrar as matrículas no ensino superior ao longo da década. Quando a ideia foi lançada, grande foi a oposição. Diziam seus críticos que a proposta serviria para repassar recursos públicos às universidades privadas ao invés de investir na expansão de vagas das universidades públicas. Hoje, com a popularidade do programa e a sua efetiva contribuição para a democratização do ensino superior, as críticas se enfraqueceram. No entanto, ideia semelhante voltada à educação básica ainda encontra enorme resistência. Sempre que vem à tona a proposta de o governo conceder vales-educação, possibilitando aos pais de classe baixa o mesmo direito que tem os das classes média e alta de escolher a escola de seus filhos, muitos levantam a voz acusando-a de promover a precarização da escola pública.

Em sentido oposto, estes críticos propõem o crescente investimento nas redes de Estado com suas estruturas sempre centralizadas e padronizadas, desde o concurso para os profissionais até a compra da merenda, passando pela definição do currículo, compra do material didático, avaliação, etc. Excelentes escolas sem fins lucrativos, por sua vez, que apresentam atenção individualizada, altas expectativas em relação aos estudantes, currículo flexível, professores muito dedicados, uso inteligente das novas tecnologias e visão integral do desenvolvimento humano têm enormes dificuldades de sobreviver em um país em que não chega a 10% a proporção das famílias que podem pagar mensalidades.
A qualidade da educação depende da flexibilidade no currículo e de uma avaliação qualitativa. Para isso, os projetos pedagógicos das escolas precisam ser construídos colaborativamente, envolvendo equipes escolares, famílias e outros agentes da comunidade, com base em parâmetros construídos também de forma participativa pelos governos, a partir de consultas a Conselhos, sindicatos e órgãos representativos de pais, estudantes e professores. Os parâmetros podem ser nacionais, mas a qualidade da escola depende do envolvimento direto das equipes, dos estudantes e das famílias na sua gestão, algo que certamente se fortalece quando a família tem o direito de escolher onde matricular seus filhos e, em consequência, a escola depende desta escolha para a sua sobrevivência. Já que a educação infantil e o ensino fundamental são prioritariamente da alçada municipal, bem que um candidato a prefeito poderia promover a proposta da versão Prouni para a educação básica.

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