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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CLIPPING EDUCACIONAL TERÇA, 24 DE JANEIRO DE 2012

Matérias de Hoje
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  • Dilma confirma duas edições do Enem por ano a partir de 2013 > Terra Educação
  • Mercadante assume MEC e muda cúpula > O Estado de São Paulo - São Paulo SP
  • Haddad reconhece falhas no ensino médio > Folha.com
  • Haddad diz que 'apanhou todo dia' por causa do Enem > Folha.com
  • Ministério Público pede que Polícia Federal aprofunde investigações sobre vazamento de questões do Enem > Jornal do Brasil
  • Para lidar com geração Z, professor recorre às redes sociais > Terra Educação
  • Mercado dos desaposentados > Folha de São Paulo - São Paulo SP
  • Paraíba fecha quase 200 escolas em 2011 > Folha.com
  • Justiça adianta superdotados na escola > Folha.com

Matérias
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> Terra Educação, 24/01/2012
Dilma confirma duas edições do Enem por ano a partir de 2013
Diogo Alcântara Direto de Brasília
A presidente Dilma Rousseff minimizou nesta segunda-feira as falhas encontradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que pode ser usado como calcanhar de Aquiles contra o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a campanha eleitoral. Após cerimônia que marcou um milhão de bolsas de estudo concedidas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), a presidente confirmou que a partir de 2013 o exame terá duas edições por ano. Na última sexta-feira, o Ministério da Educação (MEC) confirmou que a primeira edição do Enem de 2012, que estava agendada para abril, foi cancelada. De acordo com o ministério, a empresa Modulo Security, de gestão de risco, fez uma avaliação e concluiu que a realização de duas edições neste ano sobrecarregaria as estruturas logísticas do exame. Ao lado de Haddad, que deixará o primeiro escalão do governo federal para disputar a prefeitura de São Paulo, Dilma disse que o exame precisa conquistar avanços. "Nós somos humanos. Quando tem um erro, tem de aprimorar. Não estou dizendo, que é perfeito, estou dizendo que é um caminho", afirmou. "Nós melhoramos, vamos melhorar ainda mais e vamos ter depois, no ano que vem, duas edições, isso em concordância com o ministro, até por sugestão do ministro", disse ao ser questionada por jornalistas sobre o cancelamento da edição de abril deste ano. Desde que o MEC deu início ao projeto de substituir o Enem pelos vestibulares tradicionais, em 2009, a intenção era que o exame fosse aplicado uma vez por semestre para dar mais chances aos estudantes. Na semana passada, Haddad havia afirmado que as novas exigências feitas pela Justiça em relação à prova inviabilizaram a organização de um Enem extra. Decisão da Justiça Federal no Ceará determinou que o Inep disponibilize para todos os participantes do Enem 2011 a cópia da correção da redação. Segundo Haddad, o Inep não tem condições tecnológicas de conceder vista das provas aos 4 milhões de estudantes que fizeram o exame. O Palácio do Planalto agendou para esta segunda-feira como despedida do ministro - que deixa o governo para disputar a prefeitura de São Paulo - uma cerimônia para o anúncio de um milhão de bolsas de estudo concedidas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni). Criado em 2005, o Prouni libera bolsas de estudo integrais e parciais a alunos carentes.


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> O Estado de São Paulo, 24/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume MEC e muda cúpula
Novo ministro da Educação deve indicar novo presidente do Inep e de outros 3 cargos-chave
BRASÍLIA - Apesar da mobilização de servidores pela sua permanência, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, deve deixar o cargo com a posse, nesta terça-feira, 24, do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Inep é a autarquia do Ministério da Educação (MEC) que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, continua na equipe, mas deve ser remanejado. Segundo o Estado apurou, o nome dele é cotado para assumir a presidência do Inep - que teve três presidentes nos últimos três anos. Na sexta-feira passada, a Associação de Servidores do Inep entregou a um assessor de Mercadante uma carta em que “manifesta sua preocupação com a possibilidade de mais uma substituição da alta gestão comprometer a continuidade de todo o processo de oxigenação, reestruturação, fortalecimento e aprimoramento científico e metodológico das atividades do órgão”.


Pesa contra Malvina o fato de não ser ligada politicamente ao PT. Uma hipotética substituição de Malvina por Luiz Cláudio Costa, cujo nome encontra resistência dentro do Inep, é vista mais como uma questão política. Para os servidores, Malvina é um nome técnico que defendeu o instituto, tendo feito cobranças ao consórcio
Cespe/Cesgranrio quanto à aplicação de provas, como o Enem. No entanto, o ministro Fernando Haddad (Educação) não teria se empenhado em garantir a permanência da presidente no cargo, ao contrário, por exemplo, do que fez pela manutenção do diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, José Carlos de Freitas. Desafios. Para especialistas, ajustar a logística do Enem, melhorar a formação de professores e reduzir o gargalo do ensino médio são os principais desafios lançados ao novo ministro da Educação. Conforme o Estado antecipou no mês passado, a presidente Dilma Rousseff pediu em conversas reservadas que Mercadante se dedicasse a dois assuntos: solucionar os problemas do Enem e colocar de pé o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).


Para os educadores, no entanto, será preciso um olhar mais abrangente às deficiências no sistema de ensino brasileiro. A sucessão de falhas envolvendo o Enem, que acabou de ter cancelada a edição programada para abril, é vista como o calcanhar de Aquiles da administração Haddad. “O Enem foi uma grande ideia má executada até agora, realizada com pressa”, avalia o coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz,
Mercadante “terá de resolver o Enem” e evitar a repetição de erros que, embora pontuais, atingem milhares de estudantes. Além disso, uma das grandes batalhas será garantir que os cursos de pedagogia e as licenciaturas ofereçam a ferramenta necessária para o professor atuar em sala de aula. “Os professores em grande medida têm uma formação muito ruim no País, o que explica o fato de os alunos não aprenderem nas escolas”, comenta.


A opinião é compartilhada pela educadora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Inep e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo. “O MEC até aumentou a oferta de matrículas, mas não é esse o problema, e sim o currículo. Os cursos de formação estão descolados daquilo de que as escolas precisam.” Maria Helena critica a situação do ensino médio - apenas 28,9% dos estudantes chegam ao 3.º ano acima do nível considerado adequado em língua portuguesa e 11% em matemática. “Não faz sentido um mesmo ensino médio para um aluno que quer fazer pedagogia e para outro que pretende cursar engenharia”, diz. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, diz que o MEC deve ser mais atuante. “Em questões como o piso salarial nacional, o governo deve ser mais incisivo na cobrança dessa lei por parte de Estados e municípios.”



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> Folha.com, 23/01/2012
Haddad reconhece falhas no ensino médio
FÁBIO TAKAHASHI ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA / RENATO MACHADO DE BRASÍLIA / ANTONIO GOIS DO RIO
Prestes a deixar o governo para disputar a Prefeitura de SP, o ministro Fernando Haddad (Educação) reconhece que não conseguiu avançar como queria no ensino na área rural e no acesso de jovens ao ensino médio. Após quase sete anos à frente do MEC, ele passa amanhã seu cargo ao também petista Aloizio Mercadante. Haddad diz que os problemas no Enem desde 2009 foram "pontuais". Em relação à qualidade de ensino -no ensino médio, 29% dos estudantes têm o conhecimento esperado em português -, Haddad diz que antes havia uma tendência de piora. "Algo que gostaria de ter feito mais seria na educação no campo, a pescadores, quilombolas, indígenas e população ribeirinha", disse à Folha na semana passada. São nessas populações que persiste, em grande parte, o analfabetismo, hoje em 9%, segundo o IBGE -a meta era zerar o percentual. O ministro reconheceu ser insuficiente o número de matrículas no ensino médio -menos da metade das pessoas com 19 anos terminaram o antigo colegial. "A partir dos 15 anos, a matrícula não é obrigatória. A obrigatoriedade só entra em vigor em 2016. A prioridade desse jovem é o mercado de trabalho." De pontos positivos da gestão, o ministro citou a entrega de 126 campi universitários federais, 214 escolas técnicas, 552 polos de educação a distância e melhora no Ideb (indicador de qualidade do ensino básico). Apontou também o aumento das matrículas no ensino superior, de 3 milhões para 6,5 milhões, ainda que a maior parte tenha sido na rede privada, por meio do ProUni (bolsas a alunos carentes) e Fies (financiamento estudantil).




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> Folha.com, 23/01/2012
Haddad diz que 'apanhou todo dia' por causa do Enem
RENATO MACHADO / SIMONE IGLESIAS DE BRASÍLIA
O ministro Fernando Haddad (Educação) afirmou nesta segunda-feira que sua gestão "apanha todo dia" por conta do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) --exame que teve sucessivas falhas em suas últimas edições. A declaração do ministro aconteceu durante cerimônia no Palácio do Planalto para comemorar a concessão de 1 milhão de bolsas de estudo no ensino superior pelo ProUni (Programa Universidade para Todos). O governo federal preparou um grande evento para prestigiar Haddad, um dia antes de ele passar o cargo para o seu sucessor, Aloizio Mercadante. Haddad vai se dedicar às eleições para a Prefeitura de São Paulo, no qual será o candidato do PT. Estiveram presentes a maioria dos ministros, mas uma ausência notada foi a da senadora Marta Suplicy, que também pleiteava a candidatura à prefeitura e não havia chegado até o discurso de Haddad. O ministro ressaltou os ganhos do ProUni e afirmou que praticamente ninguém na sociedade civil e na imprensa o apoiaram no início. "Em 2004, não vi um único artigo defendendo o ProUni nos jornais. Guardadas as proporções, parece o Enem hoje: apanha todo dia", disse o ministro. Haddad ressaltou a participação de sua mulher, Ana Estela Haddad, na implantação do programa a nível federal --o projeto já havia sido trabalhado sem sucesso pelos dois na gestão de Marta Suplicy na  prefeitura de São Paulo. Ao fazer os agradecimentos de praxe, Haddad priorizou o seu padrinho na campanha pela prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Lula. O ministro também fez um agrado a alunos que criticaram erros do MEC ao longo dos anos, especialmente nos problemas registrados durante as edições do Enem. "Quero agradecer aos alunos que corrigiram muitas de nossas propostas", afirmou. O ministro lembrou que sua gestão contribuiu para dobrar as matrículas no ensino superior ao longo da década --eram 3,5 milhões em 2001-- e cobrou de seu sucessor um esforço no mesmo sentido. "Caberá ao Aloizio uma nova rodada de expansão".

> Jornal do Brasil, 24/01/2012
Ministério Público pede que Polícia Federal aprofunde investigações sobre vazamento de questões do Enem
Para o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) o relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação do vazamento das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é conclusivo e novas diligências precisam ser feitas para que seja oferecida a denúncia. Na semana passada a polícia pediu o indiciamento de dois funcionários do Colégio Christus, de Fortaleza, por envolvimento no vazamento de 14 questões cobradas no Enem de 2011. De acordo com nota divulgada pelo MPF, a procuradora da República Maria di Ciero avaliou que as investigações precisam ser aprofundadas para “formar um juízo de valor apto a oferecer uma denúncia lastreada em elementos mais convincentes”. Por meio de uma apostila distribuída pela escola, os alunos do Christus tiveram acesso antecipado a 14 questões que foram cobradas na prova de outubro. A PF concluiu, depois de dois meses de investigação, que os itens vazaram da fase de pré-tese da qual a escola cearense participou, em 2010.


Um funcionário da escola contratado para trabalhar na aplicação do pré-teste teve acesso aos cadernos de prova e teria sido o responsável por copiar as questões. Já o professor foi o responsável por distribuir aos alunos a apostila que continha os itens aplicados no pré-teste. Os dois foram indiciados pelo crime de estelionato e o inquérito encaminhado ao está agora com o Ministério Público Federal no Ceará. Para a procuradora Maria di Ciero, “o acesso indevido à cópia
dos cadernos do pré-teste por si só não tem a garantia de que as questões neles contidas figurariam na prova final”, argumentou. A prova do Enem é composta por questões que integram um banco de itens do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Antes de entrar para esse banco, cada questão passa por um pré-teste, que avalia se o item é válido e qual é o grau de dificuldade. Os alunos que participam do pré-teste são escolhidos aleatoriamente e, após responder ao caderno de questões, devolvem o material a que deve ser incinerado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 91 alunos do Christus participaram do pré-teste em 2010 e as questões foram copiadas de dois dos 32 cadernos de prova aplicados na escola. Fonte:Agência Brasil



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> Terra Educação, 24/01/2012
Para lidar com geração Z, professor recorre às redes sociais
É findada a era em que professores, frente a um quadro negro abarrotado de informações, falavam sem parar a uma turma concentrada e silenciosa. Atualmente ocupando as classes de ensino fundamental e médio, a "geração Z" acabou com o reinado das aulas expositivas. Já não basta intercalar conteúdo e exercícios: para atrair a atenção dos jovens, a tecnologia é a principal aliada dos professores. Lecionando química há 15 anos, o professor e coordenador pedagógico do colégio Oficina do Estudante, de Campinas (SP), Anderson Dino, conhece bem as características da geração, formada por nascidos a partir da segunda metade da década de 1990. "Eles são multimídia, fazem muitas coisas ao mesmo tempo. Estudam com o celular na mão e o Facebook aberto, enquanto ouvem a conversa dos pais e fazem carinho no cachorro com o pé", exemplifica.


Render-se ao perfil mais agitado dos jovens foi a saída que Dino encontrou para conquistá-los logo no primeiro encontro. Hoje, o conteúdo de suas aulas pode ser encontrado em um blog e em suas contas de Facebook, Twitter, YouTube e Tumblr. "Eu crio tirinhas de humor e memes (ilustrações cômicas que se propagam na rede) sobre química, converso com eles pelo bate-papo, gravo aulas e
coloco no YouTube. Quando o professor faz essas coisas, os alunos respeitam", garante. Segundo a psicóloga Paula Pessoa Carvalho, que cursa especialização em Teoria Clínica Analítico Comportamental na USP, os educadores de hoje devem investir no dinamismo e na criatividade. "Os trabalhos que favorecem a interação com o outro são os mais indicados, assim como aqueles que utilizam a tecnologia, tão familiar à geração Z. Atividades muito sistemáticas não terão sucesso", avalia. Os anos de experiência ajudaram o professor a compreender o perfil dos alunos e, a partir disso, planejar aulas que evitassem dispersar a turma. Ele garante que o segredo para manter a turma atenta é intercalar minutos de exposição com a participação direta dos jovens.


Paula acredita que o ambiente e a estrutura curricular e os métodos de ensino tradicionais estão ultrapassados. "Os alunos não conseguem ficar focados no que está sendo ensinado, e o resultado disso é a falta de interesse e o baixo rendimento", aponta. O papel do professor no desenvolvimento do aluno também parece ter diminuído. Para Dino, o pouco contato que gerações como os "baby boommers", nascidos entre as décadas de 1940 e 1960, tinham com os adultos dava força à voz do
professor. Hoje, o cenário é diferente. "Antigamente, as únicas referências eram pai, tio, padrinho, padre. A geração da internet tem mil amigos no Facebook, 500 seguidores do Twitter. O professor é só uma referência entre outras muitas que eles têm", reforça.


Mesmo que as abordagens via redes sociais funcionem, pais e professores devem estar atentos também ao desenvolvimento do aluno no campo pessoal já que, entre as deficiências dessa geração, está a dificuldade em se relacionar. Para evitar o problema, a psicóloga comportamental Jéssica Fogaça destaca a importância do acompanhamento da família. "Os pais podem ajudar realizando outras atividades sociais com os filhos, apresentando outros estímulos. É importante ampliar o repertório das crianças e jovens", afirma. A especialista em clínica analítico-comportamental infantil também aponta as atividades físicas como uma boa opção para sair do ambiente tecnológico. "Os esportes são muito indicados, desde futebol, passando por artes marciais, que são ótimos para exercer a disciplina, até as danças, que estimulam a coordenação motora, a expressão artística, o convívio social e a produção de endorfina", explica.

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> Folha de São Paulo, 24/01/2012 - São Paulo SP
Mercado dos desaposentados
OCUPANDO EMPREGOS RENEGADOS PELOS JOVENS OU EXERCENDO FUNÇÕES QUE EXIGEM MAIOR EXPERIÊNCIA, OS +50 JÁ OCUPAM MAIS DE 14% DOS POSTOS DE TRABALHO
HELTON SIMÕES GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Profissionais "cinquentões" têm aumentado sua presença no mercado de trabalho. Eles exercem funções renegadas pelos mais jovens e também ocupam cargos que exigem especialização ou maior experiência. "O mercado sofre com um apagão de mão de obra", diz Fátima Sanchez, gestora do Instituto Personal Search, entidade que recoloca profissionais no mercado. Na ausência desse trabalhador mais tarimbado, as empresas criaram estratégias, como "desaposentar" profissionais que estavam longe do mercado. Segundo o Ministério do Trabalho, os maiores de 50 anos ocupavam 14,21% dos mais de 44 milhões de postos em 2010. Eles preencheram mais de 20% dos quase 3 milhões de vagas abertas. Aloísio Buoro, professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) de São Paulo, aponta o setor da construção civil como um dos nichos promissores de recrutamento.


É o caso do Luiz Fernando Penalva, 62. Ele se 
demitiu em 2008, depois de passar 12 anos como gerente de condomínios em Alphaville, região de alto padrão próxima a São Paulo. Há um ano e meio foi contratado como engenheiro civil sênior pela construtora Contracta Engenharia. "Já fiz dezenas de obras", diz. "Quando uma delas começa, já tenho uma visão dos problemas que podem ocorrer." Ele afirma ganhar até 8% acima do salário médio para a função que ocupa e diz já ter recebido propostas para trocar de empresa. Mas não pensa em sair. "Na minha idade, se eu der um salto, tem que ter muita certeza." Para Jacqueline Resch, sócia-diretora da empresa de recrutamento de executivos Resch Recursos Humanos, há espaço no mercado de trabalho para pessoas mais velhas, desde que estejam atualizadas. "Não dá para envelhecer nesse sentido", diz, ressaltando que é impossível trabalhar hoje baseado em uma experiência de 20 anos atrás. Setores demandantes dos profissionais  "cinquentões" capacitados são o agronegócio, a mineração e a área de energia (óleo, gás e petróleo), apontam os especialistas.
BAIXA QUALIFICAÇÃO - Mesmo para os trabalhadores sem qualificação há oportunidades. O Grupo Pão de Açúcar tem há dez anos o Programa Terceira Idade, que contrata pessoas com mais de 55 anos. São empacotadores, operadores, auxiliares de cozinha e padeiros. "Eles têm maior comprometimento, sabem ouvir", diz a gerente de RH do grupo, Vandreia de Oliveira. Para Buoro, do Insper, nesses setores não tão atrativos para quem está no começo da carreira, é mais fácil "desaposentar" e treinar alguém com vontade de trabalhar. A despeito da função ou do setor, a inclusão dos profissionais mais experientes no mercado de trabalho faz a cabeça do empregador mudar. "As empresas não estão mais restritas a contratar somente jovens. Isso amplia a oferta de mão de obra disponível", conclui Buoro.



> Folha.com, 23/01/2012
Paraíba fecha quase 200 escolas em 2011
JOSÉ PETROLA DE SÃO PAULO
O governo da Paraíba fechou 188 escolas de ensino fundamental e médio no fim do ano passado, o que representa 20% do total de escolas estaduais. Na capital, João Pessoa, 11 unidades encerraram as atividades. A medida visa corrigir problemas e irregularidades encontradas na rede, como escolas vazias ou com menos de 20 alunos, segundo a secretária executiva da Educação, Márcia Lucena. Em alguns municípios paraibanos, como Emas, havia duas escolas funcionando no mesmo prédio, em turnos diferentes. Já em uma escola de Piancó, apenas cinco alunos estavam  matriculados. Também foram encontradas escolas de ensino fundamental e médio funcionando no mesmo prédio, o que contraria o Plano Nacional de Educação. Segundo a pasta, alunos de escolas fechadas serão redirecionados para a unidade mais próxima de casa. Ainda de acordo com a secretaria, não faltarão vagas, já que as escolas desativadas tinham poucos alunos. A secretaria não informou quantos alunos serão atingidos pela mudança. A rede estadual paraibana tem capacidade para 400 mil alunos. De acordo com o censo escolar de 2011, havia 367 mil alunos matriculados no final do  ano passado. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba é contra a forma como a mudança foi feita. O diretor Paulo Tavares diz que os professores não foram avisados e que docentes que tinham contratos temporários, com vigência até dezembro de 2011, não sabem se serão convocados novamente neste ano. Segundo ele, há mais de 10 mil professores nessa situação. A secretária Márcia Lucena diz que 6 mil dos 25 mil prestadores de serviço que trabalhavam na rede estadual perderão a vaga, e o restante será realocado.


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> Folha.com, 23/01/2012
Justiça adianta superdotados na escola
Pais recorrem ao Judiciário para conseguir autorização a fim de que filhos com habilidades especiais pulem de série. Medida tem o objetivo de manter o interesse das crianças nas aulas; Secretaria da Educação é contrária à aceleração
FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO
Aos oito anos, Bernardo já passou por oito escolas privadas de São Paulo. No começo, a dificuldade era encontrar uma que segurasse o seu interesse. Para ele, as atividades eram chatas. Ao mesmo tempo que se preocupava com as dificuldades escolares, a família percebeu que o garoto tinha vocabulário refinado demais para a idade. Especialistas viram que ele é superdotado e que deveria pular duas séries para manter a motivação. A dificuldade, então, foi encontrar uma escola que aceitasse esse parecer, que contraria a política da Secretaria Estadual da Educação, reguladora da rede privada. A pasta prefere manter os superdotados nas séries correspondentes à idade, mas com reforço extracurricular. Para garantir a aceleração dos superdotados, famílias como a de Bernardo têm recorrido à Justiça. A Folha identificou quatro pedidos judiciais recentes na capital desse tipo. Em três deles, incluindo o de Bernardo, os alunos vão começar 2012 nas séries adiantadas. Mas a situação deles é provisória, pois as decisões são liminares e podem ser revertidas a qualquer momento. "TRAUMÁTICO" - "Para a escola não havia nenhum problema, nós estávamos contentes, mas a supervisora de ensino da secretaria veio com tudo para que ele voltasse de série", disse Ana Paula Amaral do Carmo, mãe de Bernardo, que encerrou 2011 no quinto ano do colégio Marco Polo (zona sul). "O processo foi traumático. O Bernardo já estava adaptado. Ele pediu que, caso tivesse de voltar, que mudasse novamente de escola. Senão, os amigos iam tirar sarro", contou Ana Paula. Sua filha Júlia também foi considerada superdotada e avançou de série por meio de decisão judicial liminar. A legislação educacional oferece duas possibilidades para alunos superdotados: aceleração de série ou manutenção na série aliada a reforços extracurriculares. Os pedagogos que defendem a primeira opção dizem que o reforço é insuficiente, e o período regular de aulas se torna enfadonho. Os que defendem a segunda afirmam que o avanço de série pode trazer problema de relacionamento à criança, e a avidez por conhecimento é suprida com o reforço.
MAIS DIFICULDADES - A advogada Claudia Hakim também buscou a Justiça para pedir a
aceleração de série do seu filho -que conseguiu pular um ano do colégio Beit Yaacov (zona oeste). Ela afirma que a pressão contra a aceleração de ano aumentou depois de uma nova regulamentação estadual referente à idade para entrada no ensino fundamental. A partir de 2012, um aluno só pode ingressar no primeiro ano se completar seis anos até 30 de junho. Se nasceu depois, tem de permanecer no ensino infantil. Antes, não havia um mês de "corte". Advogado da Associação Paulista para Altas Habilidades, Alexandre Barbosa Vadetaro confirma que tem aparecido casos em que a secretaria barra a aceleração de série, mesmo que haja embasamento psicopedagógico. "A secretaria está desconfiada porque tem pai querendo classificar seu filho como superdotado para fugir da restrição da entrada no ensino fundamental", afirma. "A aceleração de série não é para qualquer criança", diz a gestora de projetos da associação, Gabriela Toscanini. "Ela precisa ter altas habilidades em todas as matérias. E preparo psicológico para conviver com mais velhas."

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